Dom Sorondo: os pobres no centro das atenções da Igreja
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2014-10-29
Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV)
– O encontro do Papa com os Movimentos Populares nesta terça-feira
(28), no Vaticano, teve repercussão no mundo inteiro. No evento
internacional, estavam representados os trabalhadores informais,
migrantes, indígenas, agricultores sem terra e moradores de periferias. O
chanceler da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, Dom Marcelo
Sánchez Sorondo, concedeu entrevista sobre o assunto à Rádio Vaticano.
Dom Sorondo – “Estes
Movimentos Populares são realmente um sinal daquilo que está
acontecendo no mundo, nos estimulam e nos fazem compreender a realidade
de hoje. Representam as conseqüências daquilo que acontece em uma
sociedade como a nossa, onde se preocupa unicamente com o lucro e se
deixa de lado a pessoa. Então, são realmente o sinal daquilo que o Papa
chama de ‘globalização da indiferença’.”
Rádio Vaticano – O Papa olha para os pobres e excluídos com uma atenção especial...
Dom Sorondo – “Sim.
Como ele disse, precisamos colocar no centro o Discurso da Montanha, as
bem-aventuranças dos pobres, daqueles que sofrem pela justiça, daqueles
que choram, daqueles que têm o coração puro. Onde tem pobreza se
encontra normalmente uma moral mais genuína que não onde tem uma grande
riqueza que produz escravidão de todos os tipos. Existe a necessidade de
recuperar essa instância radical do Evangelho de colocar a pessoa no
centro, sobretudo a pessoa que sofre, os marginalizados, os excluídos,
aqueles que sofrem, os pobres. Me parece magnífico que o Papa faça
isso.”
RV – Mas também vem sendo acusado por alguns...
Dom Sorondo – “Sim.
Ele diz que o acusam de ser comunista, mas disse também que, na
verdade, são os comunistas que seguiram o Evangelho... Naturalmente, não
pelo que se refere a luta de classes. Então, é interessante que esses
Movimentos Populares procurem seguir a Doutrina Social da Igreja sem
nenhuma postura de revolução, entendida como violência.”
RV – Um evento importante, então...
Dom Sorondo – “Claro.
Me parece que é a primeira vez que, em Roma, no centro da Igreja, sejam
recebidos esses Movimentos Populares. E isso é um grande bem porque, se
não se abrem as portas aos excluídos, se não escutamos eles, existe o
risco de gerar violência.” (AC)
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