Homens foram localizados em uma pousada após denúncia de populares. Segundo a 33ª CIPM, ambos confessaram envolvimento no crime.
André e Robson foram localizados na sexta em
Igrapiúna. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Igrapiúna. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Dois homens suspeitos de envolvimento na morte do padre Francisco Carlos de Souza, encontrado morto
no bairro de Stella Maris, em Salvador, foram presos na sexta-feira
(10) na cidade de Igrapiúna, a cerca de 300 km de Salvador. As
informações são da 33ª Companhia Independente da Polícia Militar
(Valença).
De acordo com o coronel Santiago, os suspeitos, identificados como
Robson de Souza Oliveira, 26, conhecido como "Tito", e André Ferreira do
Amaral, 28, o "Andrezinho", foram localizados em uma pousada após
denúncia de populares. “Eles foram presos por policiais da 33ª CIPM e
confessaram envolvimento no homicídio. Além disso, também indicaram onde
estava o carro do padre. O veículo, modelo Fox, foi encontrado queimado
numa localidade conhecida como Orojó, em Igrapiúna”, disse o coronel,
em entrevista ao G1.
Os suspeitos foram levados para a delegacia de polícia de Valença e
devem ser transferidos, neste sábado (11), para a o Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Salvador. Uma terceira pessoa envolvida no homicídio está foragida, segundo informou a Polícia Militar.
O delegado Marcelo Sansão, que atua no DHPP, já havia informado, na terça-feira (7), que o padre foi assassinado por dois homens. "A
gente tem a citação por informação de terceiros, de que a vítima teria
sido perseguida, gritado por socorro, quando um dos autores o alcança, o
segura, e o outro [segundo comparsa] vem e o golpeia", detalhou.
Delegado Marcelo Sansão falou de crime em Salvador
(Foto: Henrique Mendes/G1)
(Foto: Henrique Mendes/G1)
Conforme Sansão, o primeiro golpe desferido pelos criminosos atingiu as
costas da vítima, que depois foi arrastada para um local mais
escondido, onde foi atingida por mais 17 golpes. "Eu trabalho,
atualmente, com 90% da hipótese da questão de homicídio, até pela forma,
pela violência, pelo instrumento utilizado no crime e pelo local",
disse.
Para o delegado, a escolha do local do crime pode ter sido feita
previamente pelos criminosos. "Acredito que o local tenha sido
premeditado, estudado pelos autores da prática", informou sobre as
características do espaço onde a vítima foi encontrada, normalmente
deserto aos domingos.
Despedida
O corpo do padre Francisco foi sepultado na
tarde de terça-feira (7), no Cemitério do Campo Santo, no bairro da
Federação, em Salvador. A cerimônia reuniu familiares, amigos, padres,
fiéis, além do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo
Krieger.
Corpo de padre foi encontrado em Stella Maris.
(Foto: Santuário de Mãe Rainha / Divulgação)
(Foto: Santuário de Mãe Rainha / Divulgação)
"Para todos nós é um momento de muita surpresa, tristeza e dor. Fomos
pegos de uma forma inesperada e sentimos muito que tudo isso é feito de
uma violência que não tem explicação. Deixa um vazio nos parentes, em
nós, na igreja, nos amigos que o padre Francisco conquistou. A gente
está tentando digerir isso e colocar no plano de Deus, que é maior que
tudo e que de tanto sofrimento faça nascer algo bom", disse Dom Murilo
Krieger.
Caso
Padre Francisco sumiu ao
sair de casa para realizar uma missa no Santuário Mãe Rainha, onde
atuava no bairro do Stiep. O corpo do pároco foi encontrado na tarde de
segunda-feira (6), com diversas marcas de perfurações. A hipótese de
homicídio é a principal linha de investigação adotada pela Polícia Civil
para explicar a morte. Nenhum suspeito foi detido até agora.
O corpo foi reconhecido pelo advogado da igreja e pelo Padre Valter
Reis, que faz parte da Paróquia Nossa Senhora da Esperança. Segundo a
polícia, o corpo de Francisco Carlos de Souza foi encontrado com
perfurações nas proximidades de uma praia.
Com base em depoimento de testemunha que é colega da vítima, o padre se
sentia inseguro após ter registrado uma queixa denunciando
desaparecimento de objetos.
Em nota de pesar, a Arquidiocese de Salvador afirmou que Francisco
Carlos de Souza foi ordenado como sacerdote em 20 de setembro de 1999.
Ele é natural de São João Del Rei, cidade em Minas Gerais.
Enterro do padre reuniu multidão de fiéis em Salvador (Foto: Ruan Melo/G1)
Sepultamento ocorreu no cemitério do Campo Santo, no bairro da Federação (Foto: Ruan Melo/G1)
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