Do UOL, em São Paulo
Padre Marcelo Rossi comenta investigação que sofreu do Vaticano por quase 10 anos
O
padre Marcelo Rossi comentou sobre a investigação que sofreu do
Vaticano por quase uma década e afirmou que, "se houve fiscalização,
houve também o reconhecimento". A informação foi divulgada com exclusividade pelo jornalista Ricardo Feltrin, do UOL, no dia 30 de setembro.
"Eu li. Hoje você vai fazendo certos encaixes e você percebe. Não há
problema nenhum. Eu acho interessante que as pessoas saibam que muitos
ficam, sempre no início, [se perguntando] 'qual é a desse padre?', 'o
que ele quer?', 'ele quer aparecer?', 'qual é o objetivo dele?'. E,
graças a Deus, não só [a igreja] entendeu, como o próprio papa Bento 16
me deu o prêmio Van Thuân de 'Evangelizador Moderno' [em 2010]. Então,
acredito que, se houve fiscalização, houve reconhecimento", comentou o
padre Marcelo durante o "Altas Horas" deste sábado (18).
Segundo apurou UOL,
o padre Marcelo Rossi teve seus passos, CDs, livros, missas e aparições
na TV seguidos de perto pelo Vaticano do final dos anos 90 até cerca de
quatro anos atrás.
A investigação, que durou quase 10 anos, foi
provocada por uma denúncia feita por um religioso brasileiro, que
acusou o padre de culto ao personalismo, exibicionismo por ir demais às
TVs, de desvirtuar as práticas católicas e de transformar a missa em uma
espécie de "circo".
A fiscalização foi comandada pela
Congregação para a Doutrina da Fé, liderada pelo cardeal Joseph
Ratzinger, que mais tarde se tornaria o papa Bento 16. A Congregatio
pro Doctrina Fidei é o novo nome que o Vaticano dá para a assassina
Inquisição.
Entre o final dos anos 90 e a década de 2000, a
Congregação recebia regularmente vídeos com as participações do padre
Marcelo em programas como o de Gugu Liberato no SBT e de Fausto Silva,
na Globo.
O outro lado
Procuradas na
ocasião, tanto a Nunciatura Apostólica em Brasília --a embaixada do
Vaticano no Brasil--, quanto a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) se recusaram a comentar a investigação que o Vaticano lançou sobre o padre Marcelo Rossi do final dos anos 90 até a segunda metade dos anos 2000.
Já a assessoria da Mitra de Santo Amaro e do bispo dom Fernando
informou que o bispo desconhece a investigação do Vaticano a respeito do
trabalho do padre Marcelo Rossi.
Por meio da assessoria, a Mitra diz que, se a sindicância realmente ocorreu, "trata-se de uma coisa do passado, e, como tal, já passou."
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