Do UOL, no Rio
Fernando Quevedo/Agência O Globo
A
Catedral Igreja Mundial da Fé, da Universal, em Del Castilho, zona
norte do Rio, foi vistoriada um dia antes do segundo turno das eleições
A PRE-RJ (Procuradoria Regional Eleitoral no Rio de Janeiro)
processou dois bispos da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus) e um
pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus por pedirem votos em cultos.
As ações da procuradoria, motivadas por suposto abuso de poder
econômico, também envolvem um deputado federal reeleito e um deputado
estadual eleito nestas eleições. Os cinco são suspeitos de desvirtuarem o
uso de templos, locais onde a legislação veda atividades de campanha
eleitoral.
Os réus das ações são o deputado federal reeleito
Francisco Floriano (PR), o deputado estadual eleito Milton Rangel (PSD),
os bispos Daniel Santos e Junior Reis, da Iurd, e o pastor Leonardo
Carlos Machado, da Mundial.
Os cinco estão sujeitos à pena de
declaração de inelegibilidade por oito anos. Os processos foram movidas
pelo procurador regional eleitoral, Paulo Roberto Bérenger, e
protocoladas no TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio), nesta
quinta-feira (30).
Na primeira ação, a PRE pede que o TRE-RJ
casse os diplomas dos deputados recém-eleitos, impedindo suas posses na
Câmara Federal e na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado). O pastor
Léo, da Impd em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, também é réu
nesta ação.
"Fiscais da Justiça Eleitoral apreenderam materiais
de campanha como centenas de panfletos, cartões e adesivos que
divulgavam as candidaturas de Floriano e Rangel", informou a
Procuradoria Regional.
Na outra ação, que tem como réus os dois bispos da Iurd, eles são acusados de usar os templos da igreja em Del Castilho,
na zona norte da capital fluminense, e em Nova Iguaçu, na Baixada
Fluminense, para a promoção pessoal de cinco candidatos, entre eles o
senador Marcelo Crivella (PRB), que disputou o segundo turno da eleição
para governador do Rio.
Outros três candidatos do PRB --Roberto
Sales e Rosangela Gomes, para deputado federal, e Tia Ju, para
estadual-- e um do PMDB --Benedito Alves, para deputado estadual--,
também foram promovidos irregularmente. A PRE informou que incluiu como
prova do ato abusivo nos autos do processo uma gravação feita por equipe
de reportagem do jornal "O Globo".
A reportagem procurou as
duas igrejas citadas nas ações, mas até as 19h não havia recebido
resposta. O deputado federal Francisco Floriano informou, por meio de
uma assessora, que se pronunciaria ainda na noite desta quinta. Já o
deputado estadual eleito Milton Rangel não foi encontrado.
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