2014-11-26
Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV)
– O avião que trouxe o Papa Francisco de Estrasburgo aterrisou no
Aeroporto de Ciampino, em Roma, pouco depois das 16 horas. Durante o
voo, como costuma fazer, o Santo Padre conversou com os
jornalistas, respondem às perguntas sobre os temas tratados no
Parlamento Europeu. Disse que a Doutrina Social da Igreja é inspirada no
Evangelho, e interpelado sobre a expressão "identidado dos povos"
contida no seu discurso e se o seu coração abrigava um “sentimento
social-democrata”, respondeu:
“Não ouso qualificar-me de uma ou
de outra parte. Eu ouso dizer que isto vem do Evangelho. Esta é a
mensagem do Evangelho que a Doutrina Social da Igreja contém. Eu nisto,
concretamente, e em outras coisas – sociais ou políticas – não me afasto
da Doutrina Social da Igreja. A Doutrina Social da Igreja vem do
Evangelho, da Tradição cristã. Isto que disse – a identidade dos povos –
é um valor evangélico”.
O Papa aprofundou, após, o seu
convite para se abrir à verdade edificando o bem comum, a ser confiado
também aos jovens políticos:
“Eu vi nos diálogos com os jovens
políticos, aqui no Vaticano sobretudo, de diversos partidos e nações,
que eles falam com uma música diversa que tende à transversalidade! Eles
não têm medo de sair da própria pertença, sem negá-la, mas sair para
dialogar. E são corajosos! E acredito que isto devemos imitá-los. E
também o diálogo inter-gerações. Este sair para encontrar pessoas de
outra pertença e dialogar: a Europa tem necessidade disto, hoje”.
Dentro do tema da paz “seguidamente
ferida”, como afirmou em Estraburgo, o Papa Francisco assim respondeu
aos jornalistas quando interpelado se seria possível o diálogo como o
‘Estado islâmico’:
“Eu nunca dou uma coisa por
perdida, nunca! Talvez não se possa haver um diálogo, mas nunca fechar
uma porta. É difícil, se pode dizer ‘quase impossível’, mas a porta está
sempre aberta”.
Francisco convida então, a refletir sobre a resposta ao terrorismo:
“Cada Estado por conta própria
sente ter o direito de massacrar os terroristas, e com os terroristas
caem tantos inocentes. E esta é uma anarquia de alto nível que é muito
perigosa. Com o terrorismo se deve lutar, mas repito aquilo que disse na
viagem precedente: quando se deve deter o agressor injusto, se deve
fazer com o consenso internacional”.
Hoje a paz, como ele mesmo afirmou ao Conselho da Europa, “é violada
também pelo tráfico de seres humanos”, nova escravidão do nosso tempo,
tema tratado em diversas oportunidades pelo Pontífice:
“A escravidão é uma realidade inserida no tecido social de hoje,
mas há tempos. O trabalho escravo, o tráfico de pessoas, o comércio de
crianças: é um drama. Não fechemos os olhos diante disto. A escravidão,
hoje, é uma realidade; assim como a exploração das pessoas”.
A quinta viagem apostólica
internacional do Papa Francisco é concluída com as perguntas dos
jornalistas sobre os próximos compromissos: agora foi à Estrasburgo,
como coração das instituições europeias; no futuro – perguntam – será a
vez da França?
“O plano não foi feito”, disse, mas
certamente “se deve ir a Paris”, “existe uma proposta” para Lourdes e –
acrescentou – pediu para visitar “uma cidade onde nunca tenha ido nenhum
Papa”.
Então, um pensamento final para a Europa:
“A Europa neste momento me preocupa; bom, para ajudar, que siga em frente. E isto como Bispo de Roma e sucessor de Pedro”. (JE)
Nenhum comentário:
Postar um comentário