ihu - O arcebispo Diarmuid Martin, de Dublin, disse que a exigência da Igreja Católica de que seus sacerdotes sejam celibatários e abram mão do casamento não é um dogma da Igreja e é uma questão que poderia ser reavaliada.
A reportagem é de Sarah MacDonald, publicada no sítio Irish Independent, 01-12-2014. A tradução é de Claudia Sbardelotto.
Em declarações ao Irish Independent após uma vigília de oração com a participação de mais de 1.000 sacerdotes, irmãs e irmãos da Irlanda para marcar a abertura do ano especial da Igreja para a Vida Consagrada, o arcebispo de Dublin reconheceu que "o celibato é uma coisa difícil e desafiadora".
Mas acrescentou que a maioria dos sacerdotes que ele conhece "vivem
seu celibato muito fielmente com todos os desafios presentes".
Questionado sobre as novas pesquisas sobre a visão dos padres irlandeses com relação ao celibato no livro Thirty-Three Good Men: Celibacy, Obedience and Identity [Trinta e três homens bons: celibato, obediência e identidade], o arcebispo Martin disse que não tinha conhecimento do livro ou de sua pesquisa.
No entanto, ele disse: "Eu sei o que está acontecendo com os meus
sacerdotes Eu conheço bons sacerdotes e conheço sacerdotes que lutam
[para viver o celibato] - eu apoio todos eles".
Mas acrescentou: "Eu não acho que se as pessoas não conseguem, então você revoga o celibato".
A pesquisa no novo livro do Dr. John Weafer mostra
que a maioria dos padres irlandeses não são favoráveis ao celibato
obrigatório, apesar de haver uma diferença de opinião dependendo da
idade do entrevistado.
Sacerdotes mais velhos e de meia-idade acham difícil ver qualquer
lado positivo ao celibato, enquanto sacerdotes mais jovens consideram-no
como a chave para o seu sacerdócio.
Quatro dos sacerdotes mais velhos, ordenados antes do Vaticano II,
disseram que acham que o celibato obrigatório está durando porque isso
permitiu às autoridades da Igreja "segurar as rédeas" dos sacerdotes.
Um pároco, que foi ordenado em 1970, disse: "Por causa de uma lei da
Igreja que é um 'tipo de deformidade', os sacerdotes agora não têm o
apoio que outros homens têm de suas esposas e famílias. É uma vida
desnecessariamente solitária".
De acordo com o livro, em sua maior parte, nenhum dos sacerdotes
ordenados nos anos 1970 e 1980 consideraria um problema sério se eles ou
um de seus colegas não vivessem de acordo com o ideal do celibato,
contanto que isso não conduzisse a um escândalo. Segundo eles, não ser
capaz de viver uma vida celibatária era "menos grave do que muitos
outros pecados".
Um padre disse que só se torna grave quando uma criança é concebida e um padre fica responsável por uma vida.
Outro pároco que foi ordenado em 1980 disse acreditar que a regra do
celibato está ligada à propriedade e ao controle. "Eu já fui transferido
cinco vezes na minha vida e se eu tivesse uma esposa, o bispo não teria
tido essa liberdade", disse ele.
Ele argumentou que um casamento dentro do sacerdócio poderia levantar
questões em torno de como acomodar as esposas em caso de morte de um
padre.
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jbpsverdade: Concordo, o celibato não é um dogma, mas... Jesus Cristo falando sobre o matrimônio diz no evangelho de Mateus o seguinte: Nem todos são capazes de compreender o sentido desta palavra, mas somente aqueles a quem foi dado. Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos
tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se
fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender,
compreenda. (Mt 19, 11s)
O apóstolo Paulo também escreve aos coríntios o seguinte: Quisera ver-vos livres de toda preocupação. O solteiro cuida das coisas que são do Senhor, de como agradar ao Senhor. O casado preocupa-se com as coisas do mundo, procurando agradar à sua esposa. (1 Cor 7, 32s)
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