Hoje temos quatro evangelhos bem arrumadinhos na
nossa Bíblia. Mas o seu nascimento não foi simples nem fácil. Jesus
morreu no dia 7 e ressuscitou no dia 9 de abril do ano 30 da nossa era;
pois bem, ele não mandou escrever nada: “Ide por todo o mundo e
proclamai o Evangelho a toda a criatura. Aquele que crer e for batizado
será salvo” (Mc 16,15-16). Então, a Igreja nascente proclamou o
Evangelho, batizou, celebrou a Eucaristia (chamada no Novo Testamento de
“fração do pão”)… e tudo isso sem existir ainda o Novo Testamento. A
Igreja de Cristo, a Igreja católica, vem antes da Bíblia: os apóstolos
não andavam com a Bíblia debaixo do braço… ainda não havia Novo
Testamento…. e já havia Igreja católica!
Se
não havia os quatro evangelhos, que Evangelho os Apóstolos pregavam? O
Evangelho (= Boa Notícia) é um só: Cristo morreu e ressuscitou para nos
salvar! O Pai ressuscitou Jesus e derramou sobre ele o Santo Espírito e
quem crer no nome de Jesus recebe este Espírito para a remissão dos
pecados e tem a vida eterna! Um bom resumo desse Evangelho está em 1Cor
15,1-8! O Evangelho não é um livro escrito, mas uma boa notícia, uma
novidade alegre de salvação, que Cristo entregou à sua Igreja, chefiada
por Pedro e os Doze!
Contudo,
à medida que os Apóstolos iam pregando, as várias comunidades cristãs
(no Novo Testamento tais comunidades são chamadas de “igrejas”) iam
colocando por escrito alguma coisa sobre Jesus, de modo que foram
aparecendo pequenas apostilas… umas com alguns milagres de Jesus, outras
com algumas curas, outras com seus discursos ou pequenas frases soltas…
Pois bem, o primeiro que reuniu uma parte deste material e arrumou tudo
num “evangelho” escrito foi São Marcos, lá pelo ano 63 – portanto, 33
anos após a morte e ressurreição de Jesus! Depois surgiram os outros
evangelhos. Estes evangelhos nem sempre foram escritos por um apóstolo.
Quando trazem o nome do apóstolo é porque foram escritos com base na sua
pregação, na pregação apostólica. Um exemplo disso está no final do
evangelho de João: “Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e
foi quem as escreveu; e sabemos que seu testemunho é verdadeiro (Jo
21,24). Vejamos: quem é o discípulo que dá testemunho? É João, o
Discípulo Amado; e quem são as pessoas que sabem (“sabemos”, diz o
texto!) que o testemunho de João é verdadeiro? Sãos os cristãos das
comunidades fundadas por João, que escreveram a sua pregação e a
colocaram por escrito! São eles os autores do Quarto Evangelho!
Mais uma coisa interessante: não foram escritos somente quatro evangelhos, mas muito mais de dez…. Por exemplo: o Proto-Evangelho de Tiago, o Evangelho de Pedro, o Evangelho dos Doze Apóstolos, o Evangelho aos Hebreus…. e muitos outros! Diante desta confusão toda, como saber quais eram os escritos inspirados? Foi a Igreja – a Igreja católica! – quem decidiu, com a assistência do Santo Espírito (cf. Mt 28,20; Jo 14,25-26; At 15,28) quais daqueles livros e cartas eram inspirados!
Mais uma coisa interessante: não foram escritos somente quatro evangelhos, mas muito mais de dez…. Por exemplo: o Proto-Evangelho de Tiago, o Evangelho de Pedro, o Evangelho dos Doze Apóstolos, o Evangelho aos Hebreus…. e muitos outros! Diante desta confusão toda, como saber quais eram os escritos inspirados? Foi a Igreja – a Igreja católica! – quem decidiu, com a assistência do Santo Espírito (cf. Mt 28,20; Jo 14,25-26; At 15,28) quais daqueles livros e cartas eram inspirados!
Foi
assim que surgiram nossos quatro evangelhos atuais. Naquele tempo eles
não eram chamados de “evangelhos”, mas sim de “Memórias dos Apóstolos”,
porque traziam por escrito não um relato jornalístico sobre a vida de
Jesus, mas o miolo da pregação apostólica. São Justino, que viveu no
século II, escreveu assim, lá pelo ano 150, contando como se celebrava a
Missa: “No dia que se chama do sol (era o modo dos pagãos chamarem o
domingo) celebra-se a reunião dos que moram nas cidades ou nos campos e
ali se lêem, quanto o tempo permite, as Memórias dos apóstolos ou os
escritos dos profetas (quer dizer, o Antigo Testamento)”. Somente no
final do século II e início do século III, estes quatros escritos
passaram a se chamar “evangelhos” (no plural). Então, pregar o Evangelho
é muito mais do que ler e explicar os quatro evangelhos!
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