19 Jan. 15
ROMA, (ACI).-
“É importante convidar as pessoas a estarem atentas ao que o Papa tem
alertado e ensinado. Devemos não só ouvir e achar belo, mas buscar por
em prática”, motivou padre Arnaldo Rodrigues, que foi diretor do Setor
de Preparação Pastoral da Jornada Mundial da Juventude Rio2013, em
entrevista exclusiva a ACI
Digital, ao analisar a viagem apostólica do Papa Francisco ao Sri Lanka e
as Filipinas, realizada entre os dias 12 e 19 de janeiro.
O sacerdote, que atualmente estuda em Roma e tem a oportunidade de
participar de celebrações na Casa Santa Marta e na Praça São Pedro,
afirmou: "Percebo o grande carinho e respeito que as pessoas católicas
ou não e até sem religião têm pela pessoa do Papa. O mundo hoje para
para ouvir o que o Papa tem a dizer sobre o que é essencial para a vida de um cristão e para a vivência nesse mundo. O Papa consegue unir as pessoas para que ouçam e leiam aquilo que ele diz”.
A humildade de Francisco, segundo o sacerdote, é o que mais atrai as
pessoas. “O Papa deixou bem claro que sua viagem apostólica vai além de
confirmar e reanimar a fé dos cristãos católicos. Ele chega como líder
que ‘beija os pés’, assim como afirmou um jornal no Sri Lanka, como um
peregrino da paz. Ao saudar o povo budista, hinduísta e muçulmano, o
Santo Padre leva a essas pessoas um convite à unidade, à tolerância, ao
diálogo e ao respeito. Eu acredito que a visita dele ao Sri Lanka
mostrou que todos são convidados a viver essa paz. Observamos que o povo
todo, não só o católico, aderiu a tão esperada visita do Papa, como a
um hóspede ilustre, como ele foi chamado. O povo do Sri Lanka fez o Papa
se sentir em casa e o Santo Padre fez o povo sentir a paz que é tão
necessária em um mundo tão violento como temos visto”, observou.
Padre Arnaldo afirmou que o Sri Lanka lembra um pouco o Brasil não só
pelas belas praias e paisagens, mas também pelo povo acolhedor e pela
desigualdade social, que clama por atenção.
“No Brasil, em 2013, o Papa se sentiu muito a vontade, de poder falar
as jovens e estar próximo às pessoas, demonstrando a proximidade da Igreja,
e vivendo a fé de forma concreta, tocando e olhando as pessoas nos
olhos, fazendo as pessoas se sentirem ‘abraçadas por Deus’ por meio da
presença do Papa. O que mais me marcou na JMJ foi a presença acolhedora
do Santo Padre mostrando uma Igreja presente e próxima do fiel. Essa
aproximação mútua, mostra uma Igreja que caminha com o povo”, definiu.
Entre os principais momentos da viagem, Padre Arnaldo destacou a
entrevista concedida aos jornalistas dentro do avião, no vôo do Sri
Lanka para as Filipinas. “O que mais me chamou a atenção foi quando o
Papa disse que é necessário ter liberdade de imprensa e expressão, falar
abertamente sobre o que pensamos, mas que ‘essa liberdade não dá o
direito de provocar, insultar, ofender e ridicularizar a fé dos outros’.
Também acredito que a fé de uma pessoa é algo sagrado. Não podemos
confundir a liberdade de expressão com agressão ao outro, ao que a
pessoa acredita. Não temos o direito de fazer isso. Deus dá o livre
arbítrio para cada um, mas é preciso que exista respeito mútuo”,
reforçou.
Sobre a vivência da fé cristã, o sacerdote destacou: “Deus é criador
mas conta conosco para que a criação vá avante. Ele nos incentiva a não
desanimar, a estar sempre confiante na graça de Deus que nos conduz e
levará ao êxito”.
“Na visita do Papa as Filipinas vimos o vigor da Igreja Católica”
Padre Arnaldo ressaltou que a grande acolhida do povo das Filipinas, que reuniu mais de 6 milhões de pessoas na missa
de encerramento deste domingo, dia 18, mostrou a força da fé católica
no mundo. “Ao contrário do que muitas pessoas dizem, nós temos uma
grande adesão ao cristianismo e ao catolicismo, e esse número cresce
cada vez mais.
O sacerdote destacou que nas viagens apostólicas o Papa confirma a fé
dos que estão cansados na caminhada, mas também revigora, anima e
incentiva os que estão começando a caminhar com a Igreja Católica.
“O bispo de Roma tem esse dom, essa responsabilidade de unir. O vigário
de Cristo, guiado pelo Espírito Santo, possui esse carisma, a faculdade
de congregar pessoas. O número crescente de católicos mostra que as
pessoas estão conhecendo a Deus, e convida a cada um de nós a permanecer
no serviço da evangelização, nas periferias da existência humana, não
só as sociais, mas também as psicológicas e espirituais. Todos nós somos
convidados a levar a luz do Evangelho. Isso o Papa tem feito muito
bem”, afirmou.
O sacerdote recordou que o Papa, como um chefe de Estado, tem
demonstrado na prática a grande responsabilidade social da sua
presença.
“Ele tem cobrado os direitos humanos, denunciado as injustiças e
desigualdades sociais, os grandes martírios e perseguições que têm
acontecido. Tem pregado a tolerância, a unidade entre as pessoas e o
diálogo. Ao visitar um país católico, como as Filipinas, ele reforça
ainda mais o vigor da Igreja. Por outro lado, quando está em um país de
maioria não católica, como o Sri Lanka, o Papa reforça cada vez mais a
tolerância e o respeito mútuo, que são valores humanos. Ele tem cobrado
das autoridades o cuidado com a dignidade das pessoas”, destacou.
Em seu tempo de estudo em Roma, padre Arnaldo tem se admirado ao observar as atitudes cotidianas do Sumo Pontífice.
“Vejo a aproximação do Papa, especialmente, com as crianças, com os
jovens, idosos, casais, padres e religiosos. O Santo Padre trata a todos
de forma igual, trazendo sempre uma palavra de incentivo e de
responsabilidade a cada realidade dentro e fora da Igreja”, disse.
No final da entrevista, Padre Arnaldo lembrou do pedido que o Papa sempre faz, desde o início de seu pontificado.
“Devemos sempre rezar pelo nosso Papa. Em todas as nossas orações
devemos lembrar sempre do incansável ardor que ele tem de levar Cristo a
todos que muito necessitam, sobretudo aos que ainda não conhecem
verdadeiramente a Deus”.
Confira nosso especial com a cobertura completa: http://www.acidigital.com/srilankafilipinas2015/
Nenhum comentário:
Postar um comentário