Por Luis Dufaur
Governo socialista ordenou ‘limpar’ de cruzeiros o ‘horizonte visual’. |
No dia 15 de setembro, simultaneamente em três províncias chinesas
distintas, duas igrejas católicas foram demolidas e uma terceira teve a
cruz arrancada de sua torre. O pretexto foi um plano de desenvolvimento
comercial, segundo esclareceu a agência AsiaNews.
Em Jinxi, província de Hunan, o pároco tentou impedir o crime
sacrílego, mas foi amarrado e levado preso. Por sua vez, na igreja de
Nossa Senhora de Jindezhen, na província de Jiangxi, o pároco foi
ludibriado e o guarda noturno raptado, só sendo liberado quando a igreja
estava demolida.
Com efeito, agentes de Assuntos Religiosos do governo comunista
convocaram o Pe. Dong Guohua, pároco de Jindezhen, para uma ceia onde
seria discutida a reestruturação da paróquia de Nossa Senhora.
Como o local do encontro ficava muito longe, após longas conversações
os agentes ofereceram ao pároco um quarto para dormir. Qual não foi a
sua surpresa quando, acordado à meia-noite por uma chamada telefônica,
foi informado de que a igreja não mais existia!
Em relato divulgado pela Internet, o guardião da igreja contou que,
enquanto vigiava a entrada da mesma, foi sequestrado por desconhecidos.
Após ameaçá-lo, eles o prenderam num carro e o abandonaram na madrugada
do dia seguinte longe da igreja.
Quando ele voltou, o prédio sagrado estava em ruínas, os objetos
religiosos haviam desaparecido, e o tabernáculo fora sepultado sob o
entulho, sendo danificado pelos tratores.
A destruição da igreja de Jinxi foi confirmada pela bem-informada
agência UCAN. E também pelo bispo de Changsha, D. Metodio Qu Ailin, que
acrescentou novos pormenores ao relato das trapaças do governo
comunista.
O pároco preso “foi liberado e os policiais pediram desculpas”. Mas a igreja está no chão e o sacerdote mora numa pensão.
A campanha de demolição das igrejas tem como epicentro a província de
Zhejiang, onde quase uma centena delas foi arruinada ou perdeu as
cruzes externas.
A campanha anticristã começou após Xia Baolong, secretário do Partido
Comunista de Zhejiang, avistar uma igreja em Baiquan, a qual, segundo
ele, exibia uma Cruz de um modo “demasiado evidente” e ofensivo à vista.
À vista dos socialistas, evidentemente, além da do diabo.
Mas ele caiu de costas quando viu, nas cidades da região, “uma selva
de cruzes no horizonte visual”. Então mandou “retificar” essa visão.
A partir daquele momento, esmigalhar cruzes, destruir estátuas e
demolir igrejas virou a tarefa mais absorvente do Partido Comunista.
Até o bispo “oficial” Vincenzo Zhu Weifang – nomeado pelo comunismo
em violação aos direitos da Igreja –, que se apossou da diocese de
Wenzhou (Zhejiang), e seus sacerdotes, também canonicamente ilegais,
ficaram tomados de medo pela reação popular.
Por isso estão denunciando o próprio patrão – o governo local –
devido a essa campanha de demolições. O prelado ilícito escreveu uma
carta pastoral advertindo o governo dos perigos de “aumentar a
instabilidade”, refletindo assim o temor de todos eles juntos virem a
experimentar a ira do povo indignado.
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