11
fev 2015
Destruindo a Mentira do “Sola Christus”, ou seja, “Somente Cristo”:
A princípio nada haveria de me opor a esta doutrina essencial da fé
cristã pela qual reconhecemos que a figura e a pessoa de Jesus Cristo é,
por si só, o centro de nossa vida e esperança. Indubitavelmente, sem
Cristo não há cristianismo. Contudo, acontece que na Bíblia ocorre uma
realidade muito clara: uma vez que Jesus Cristo se encarnou e fundou sua
Igreja não podemos mais separar a realidade de Cristo com a realidade
da Igreja. A Palavra de Deus é clara neste ponto: A Igreja é o Corpo de
Cristo (Cl 1,18). Diz mais: A Igreja é a Sua Plenitude (Ef 1,23). Quem
persegue a Igreja, persegue o Cristo (At 9,1-6) e, caso a relação não
esteja suficientemente nítida, podemos perceber que a relação entre
Cristo e a Igreja é um mistério ao qual São Paulo compara ao mistério da
união entre o homem e a mulher (Ef 5,31-32).
Portanto, dizemos a verdade se ensinamos que não pode crer em “Solo
Christus” aquele que aceita o Cristo, mas rejeita a Igreja,
indissoluvelmente unida a Ele por toda a eternidade. Por isso o Símbolo
Niceno-Constantinopolitano afirma em um de seus pontos: “Creio na Santa
Igreja Católica e apostólica”. Ou seja, desde a antiguidade era
demonstrado que a fé ou crença na Igreja era parte da fé cristã. E se o
Cristo em pessoa afirmou, sobre o matrimônio, que “o que Deus uniu o
homem não separe”, mais ainda devemos crer que a união de Cristo com a
Igreja está selada eternamente por vontade divina.
Se isto está claro, cabe aqui uma pergunta: atacar a unidade da
Igreja não é exatamente o mesmo que atacar o Cristo? É cristão,
portanto, dividir o corpo de Cristo em milhares de fragmentos? Ou, pelo
contrário, a divisão da unidade do corpo de Cristo não é a arma mais
poderosa que satanás poderia se servir durante a história da Igreja?
Quando era protestante, eu via como secundário este assunto de
unidade da Igreja e, acima de tudo, sacrificável ao “deus” da pureza
doutrinária. Ou seja, a verdadeira doutrina expressa “somente na Bíblia”
está um tesouro de muito mais valor que a unidade visível da Igreja de
Cristo. Porém não era somente isso. Assim como a imensa maioria dos
protestantes, eu tinha um conceito sobre a Igreja que não se acha em
lugar nenhum da Bíblia, a não ser através de interpretações torcidas e
contorcidas. É o que eu chamo de conceito “docetista” da Igreja, onde se
tira a noção de que possa haver uma Igreja visível, organizada e
hierarquizada, para se aceitar uma Igreja desorganizada, invisível,
pseudo-etérea, sem unidade orgânica real.
Sem muita demora, vejamos o que diz a Bíblia sobre a Igreja:
1- Cristo deixou muito claro que a unidade dos cristãos deveria ser
semelhante à sua unidade com o Pai e que por essa unidade o mundo
deveria crer.
2- A Igreja teria uma hierarquia muito bem definida: apóstolos, entre eles Pedro, o primeiro, e logo os bispos e anciãos (presbíteros).
3- A Igreja adotaria um sistema de análise chamado Conciliar, tal e como se vê em Atos 15, com o particular fato de que Pedro iniciou os debates sobre os temas em pauta naquele concílio. Além disso, as disposições do Concílio eram de aceitação obrigatória por toda a Igreja.
4- Os apóstolos eram intolerantes com aqueles que causavam divisões. Encabeçados por Paulo, que teve que se depara com os “denominacionalismos” de Corinto (1Cor 1,10-13). Também ele deu a Tito uma ordem bem clara sobre o que ele deveria fazer com aqueles que causassem divisões. Deveria admoestá-los primeiro e depois expulsá-los da Igreja, porque haviam-se pervertido (Tt 3,10-11). Judas (Jd 19) coloca que os que causam divisão não possuem o Espírito. E, digamos alto e claro, o apóstolo João mostra em 1Jo 2,18-19 que os que saem da Igreja são anti-cristos, ainda que alguns queiram interpretar este versículo de uma forma mais suave.
Bem, alguém deve estar se perguntando: “E o que tem a ver isto tudo com o protestantismo e ‘Solo Christus’?”. Respondo: Tem tudo a ver! E mais: o protestante que entende esta realidade, se é honesto e inteligente, necessariamente tem de deixar de ser protestante, a menos que queira pecar gravemente contra Deus.
2- A Igreja teria uma hierarquia muito bem definida: apóstolos, entre eles Pedro, o primeiro, e logo os bispos e anciãos (presbíteros).
3- A Igreja adotaria um sistema de análise chamado Conciliar, tal e como se vê em Atos 15, com o particular fato de que Pedro iniciou os debates sobre os temas em pauta naquele concílio. Além disso, as disposições do Concílio eram de aceitação obrigatória por toda a Igreja.
4- Os apóstolos eram intolerantes com aqueles que causavam divisões. Encabeçados por Paulo, que teve que se depara com os “denominacionalismos” de Corinto (1Cor 1,10-13). Também ele deu a Tito uma ordem bem clara sobre o que ele deveria fazer com aqueles que causassem divisões. Deveria admoestá-los primeiro e depois expulsá-los da Igreja, porque haviam-se pervertido (Tt 3,10-11). Judas (Jd 19) coloca que os que causam divisão não possuem o Espírito. E, digamos alto e claro, o apóstolo João mostra em 1Jo 2,18-19 que os que saem da Igreja são anti-cristos, ainda que alguns queiram interpretar este versículo de uma forma mais suave.
Bem, alguém deve estar se perguntando: “E o que tem a ver isto tudo com o protestantismo e ‘Solo Christus’?”. Respondo: Tem tudo a ver! E mais: o protestante que entende esta realidade, se é honesto e inteligente, necessariamente tem de deixar de ser protestante, a menos que queira pecar gravemente contra Deus.
É evidente que um sistema religioso que afirma aceitar inteiramente o
Cristo e todo o seu ensinamento, mas que leva em sua essência o vírus
mortal da divisão do corpo de Cristo, somente pode ser definida como
anti-cristo. Anti-cristã. Não há justificativa alguma ao fato de que o
protestantismo tem sido absolutamente incapaz de manter uma unidade
eclesial interna minimamente respeitável. Quando os protestantes se
insurgem em apontar, com seus tratados e comentários bíblicos, os erros
doutrinários do catolicismo, não se dão conta que a simples existência
de uma miríade de denominações protestantes independentes umas das
outras é, nos seus olhos, uma trave de proporções apocalípticas.
Parece forte dizer isso, mas a verdade é que o protestantismo é a
negação de Cristo desde o momento em que, na prática, nega a existência
de uma só Igreja de Cristo, com uma só fé, com um só batismo e um só
credo. E, negando a existência dessa Igreja, que é o corpo de Cristo,
está se negando o próprio Cristo, ainda que inconscientemente. Ponto
final!
Se o protestantismo tivesse a capacidade de ter se organizado em uma
só denominação, poderíamos hoje contemplar a reforma de um prisma
totalmente diferente. Porém, a reforma não foi o que pretendia ser,
senão o maior levante de aniquilação da Igreja, com a desculpa de uma
verdadeira mudança. Aproveitaram da fraqueza da Igreja da época para
tentar destruí-la por completo, mas, graças a Deus, foi na fraqueza que a
Igreja despertou com força para novos desafios, ainda que lhe custasse
muito recuperar o que havia perdido com a corrupção interna e os
desajustes doutrinais e externos.
Para finalizar, ainda me caberia verificar muitas das ramificações
desse desastre que é o protestantismo para a cristandade, mas me
contentarei em assinalar pelo menos algumas poucas incoerências da
agressiva dinâmica dialética que os protestantes usam contra a Igreja
Católica:
1- Os protestantes rejeitam a Igreja Católica por não se basear
somente na Bíblia. A verdade é que eles, que dizem basear-se somente na
Bíblia, não conseguem chegar a um acordo sobre doutrinas como a
Eucaristia, sacramentos, organização eclesial, doutrinas da graça e
salvação (calvinismo e arminianismo), etc., etc., etc.
2- Os protestantes atacam a Igreja Católica por valorizar o papel da Tradição, mas eles mesmos são escravos de suas próprias tradições interpretativas da Palavra de Deus. E, ainda por cima, aceitam grande parte da linguagem e do conteúdo doutrinal que a eles chegou através da…Tradição da Igreja (Trindade, Cânon da Bíblia, Filioque, Pecado Original, Domingo como dia do Senhor).
3- Os protestantes usam a Bíblia como uma arma contra determinadas doutrinas e práticas católicas, porém nada dizem sobre o que essa mesma Bíblia fala sobre divisões na Igreja, tão presente nas suas igrejas.
4- Os protestantes atacam a Igreja Católica acusando-na de possuir um sistema de governo ditatorial, porém resulta que boa parte das igrejas protestantes exercem uma tirania a nível denominacional que faria você rir da severidade disciplinar do cardeal Ratzinger.
Por fim, para não estender-me demais, terminarei com uma reflexão. Creio que tanto aqueles que nasceram numa família protestantes como aqueles que saíram da Igreja Católica para o protestantismo deveriam voltar com urgência para a Igreja de Cristo. É incompatível ser de Cristo e pertencer a um sistema religioso que está dividindo continuamente o corpo de Cristo, que nega o princípio da eficácia regeneradora que o Espírito Santo possui na sua condução da Igreja. Muitos protestantes nunca tinham sido defrontados com esta realidade que estou escrevendo. Outros tomaram conhecimento, mas resolveram continuar seguindo suas vidas separados da Igreja, e, portanto, apesar de se revoltarem ao ler isto, separados de Cristo.
2- Os protestantes atacam a Igreja Católica por valorizar o papel da Tradição, mas eles mesmos são escravos de suas próprias tradições interpretativas da Palavra de Deus. E, ainda por cima, aceitam grande parte da linguagem e do conteúdo doutrinal que a eles chegou através da…Tradição da Igreja (Trindade, Cânon da Bíblia, Filioque, Pecado Original, Domingo como dia do Senhor).
3- Os protestantes usam a Bíblia como uma arma contra determinadas doutrinas e práticas católicas, porém nada dizem sobre o que essa mesma Bíblia fala sobre divisões na Igreja, tão presente nas suas igrejas.
4- Os protestantes atacam a Igreja Católica acusando-na de possuir um sistema de governo ditatorial, porém resulta que boa parte das igrejas protestantes exercem uma tirania a nível denominacional que faria você rir da severidade disciplinar do cardeal Ratzinger.
Por fim, para não estender-me demais, terminarei com uma reflexão. Creio que tanto aqueles que nasceram numa família protestantes como aqueles que saíram da Igreja Católica para o protestantismo deveriam voltar com urgência para a Igreja de Cristo. É incompatível ser de Cristo e pertencer a um sistema religioso que está dividindo continuamente o corpo de Cristo, que nega o princípio da eficácia regeneradora que o Espírito Santo possui na sua condução da Igreja. Muitos protestantes nunca tinham sido defrontados com esta realidade que estou escrevendo. Outros tomaram conhecimento, mas resolveram continuar seguindo suas vidas separados da Igreja, e, portanto, apesar de se revoltarem ao ler isto, separados de Cristo.
É nossa missão evangelizá-los e/ou resistir às suas tentativas de
levar católicos da Igreja de Cristo. Sem dúvida, muitos católicos
precisam de um contato maior com Cristo, porém este encontro não se dá
fora do Corpo de Cristo, nas igrejas protestantes, mas um encontro na
Igreja do Cristo verdadeiro.
Traduzido para o Veritatis Splendor por Rondinelly Ribeiro Rosa.
Fonte:http://www.veritatis.com.br/…/896-o-principio-qsolo-christu…
Fonte:http://www.veritatis.com.br/…/896-o-principio-qsolo-christu…
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