11) Os dons do
Espírito Santo.
Introdução.
Seiscentos anos
antes de Cristo, Isaías fêz uma profecia a respeito de Jesus. Esta
profecia nos foi conservada no décimo primeiro capítulo de seu
livro, nos versos 1 e 2.
"Sairá
um ramo do tronco de Jessé, e um rebento
brotará de sua raiz. Repousará
sobre ele o espírito
do Senhor, espírito de
sabedoria e
entendimento, espírito de
conselho e fortaleza, espírito de
ciência e de piedade, e sobre ele
estará o espírito de temor do
Senhor".
12) Comentário
à profecia de Isaías
Na profecia com que
se inicia o capítulo 11 de Isaías, Jessé é o pai de Davi, de cuja
descendência nasceu Jesus. O ramo
que sairá do tronco de Jessé
de que fala o profeta Isaías, é, portanto, Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Esta profecia afirma
que Jesus Cristo seria repleto dos dons do Espírito Santo, e,
ademais, enumera sete dons do Espírito Santo, aos quais chama de
sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e
temor do Senhor.
Apesar desta
profecia se referir em primeiro lugar a Cristo, ela se refere também
a nós, porque foi o próprio Cristo que disse, quando orava por nós
ao Pai: "Eu
dei-lhes a glória que tu me deste"
(João 17,22). Além disso, em conformidade com esta oração de
Cristo, as Sagradas Escrituras prometem a todos aqueles que crerem no
Cristo que "participarão
de sua plenitude"
(João 1,16). Portanto, estes sete dons do Espírito Santo são
também qualidades com que a graça divina adorna a alma dos fiéis,
através das quais eles podem ser conduzidos com mais docilidade pelo
Espírito Santo. Eles correspondem a sete modos pelos quais o
Espírito Santo costuma conduzir aqueles que vivem da fé e do amor,
e são enumerados por Isaías segundo uma ordem decrescente, o mais
elevado deles sendo aquele que está no início da lista, que é o
dom de sabedoria.
Todos os homens que
vivem em estado de graça possuem os sete dons do Espírito Santo,
que são infundidos na alma quando nos convertemos a Deus pela fé e
pelo amor. Á medida em que crescemos na virtude, todos os sete dons
crescem juntos, cada um, porém, se manifestando com maior
predominância na ordem inversa à exposta pelo profeta Isaías, como
se existissem sete dias ou sete etapas no desenvolvimento da vida
cristã, em cada uma destas etapas se manifestando com mais evidência
este ou aquele dentre os sete dons do Espírito Santo.
Assim, no início da
vida cristã primeiro se manifesta mais acentuadamente o dom de
temor, embora todos os sete estejam presentes. Á medida em que
progredimos na vida da graça, passa a manifestar-se com maior
predominância o dom de piedade; com isto, porém, todos os outros
dons crescem paralelamente, e o dom de temor, que já havia se
manifestado no dia anterior, passa, quando surge o dia do dom da
piedade, para um plano superior de vivência. Já não é mais o
temor como aquele com que iniciamos a vida cristã; é um temor
condizente com uma vida em que se manifesta mais marcadamente o dom
de piedade. Em seguida, manifesta-se o dom de ciência, elevando, com
ele, os dons de temor e de piedade a um plano ainda superior de
vivência. E assim sucessivamente, até chegar o dia do dom da
sabedoria, que é o mais alto de todos os dons do Espírito Santo.
Pelo dom de temor, o
primeiro dos dons do Espírito Santo, nos é infundido um respeito
reverencial por Deus, pelas coisas sagradas e pelos homens, devido ao
fato de que a existência e a vida deles, quer eles o admitam ou não,
está relacionada com Deus. Nossa consciência começa a tornar-se
mais delicada, o pecado a aflige mais do que ao comum dos homens que
vivem afastados da graça e temos medo ou até pavor de suas
conseqüências espirituais. Compreendemos, dependendo da intensidade
com que o Espírito Santo nos ilumina, nossa indigência espiritual
e, quanto mais a compreendemos, esta compreensão nos move a um
interesse maior pelas coisas de Deus. No início da vida cristã este
temor possui um caráter que se chama de servil; à medida em, que
vão, porém, se manifestando os demais dons do Espírito Santo, este
temor inicial não desaparece, mas vai se tornando cada vez mais
acentuadamente o que se chama de temor filial.
O dom de piedade,
quando passa a se manifestar com maior predominância, faz com que o
temor de Deus se torne mais maduro. Como o nome o diz, nos tornamos
mais piedosos, tanto para com Deus como para com os homens. As
pessoas se tornam mais mansas e compreensivas, perdoam com mais
facilidade, cumprem seus deveres religiosos mais por uma
conaturalidade para com eles do que obrigados pelo medo do pecado.
Pelo dom de ciência
se inicia uma compreensão mais profunda de como os mandamentos de
Deus não são preceitos arbitrários dados ao acaso por um Deus que
até teria direito de proceder assim se o quisesse, mas que, em vez
disso, os ordenou tendo em vista com eles o nosso bem, por conhecer
todas as coisas muito melhor do que nós o podemos fazer. Percebemos
cada vez mais que os seus mandamentos não são uma simples imposição
de autoridade, mas são o caminho para uma liberdade com que o comum
das pessoas não consegue atinar. Ainda que não o expressemos com
palavras, passamos a nos comportar como se estivéssemos percebendo
por nós mesmos que existe uma ciência do uso das criaturas por
parte do homem, e que o homem surgiu sobre a terra como se ela
tivesse sido preparada propositalmente para que, quando o homem
surgisse, ele usasse desta ciência para, através das criaturas,
elevar-se a alguma coisa muito alta, e não para fazer delas aquilo
que o seu capricho bem entendesse. A vida daqueles que vivem
inteiramente alheios a este conhecimento nos parece tão intolerável
que nos causa repugnância e, se antes de nos termos convertido a
Deus tínhamos vivido desta maneira, isto nos causa, mais do que
simples remorso, verdadeira repulsa. "Meu
coração se espanta e minha alma se aterroriza",
dizia Santo Antão em uma de suas cartas,
"pois nós mergulhamos no prazer como gente embriagada de vinho,
porque nos deixamos distrair por nossos desejos, deixamos reinar em
nós a vontade própria e recusamos elevar nossos olhos para o céu
buscando a glória celeste; incapazes de exercermos nossa
inteligência segundo o estado da criação original, inteiramente
privados de razão, nos sujeitamos à criatura em vez de servir ao
Criador".
É impossível alguém enxergar isto tão claramente se o Espírito
Santo não lhe tiver concedido o dom de ciência. Se pelo dom de
piedade o temor de Deus se tinha tornado mais delicado, o dom de
ciência parece nos mostrar a existência de um fundamento muito
claro tanto para a piedade como para o temor.
Pelo dom de
fortaleza a existência de algo mais elevado preparado por Deus para
ser buscado pelos homens se nos torna tão manifesta que passamos a
partir em sua procura com tanto empenho que isto se evidencia diante
dos homens como uma determinação tão profunda e inquebrantável a
que aparentemente nada pode corromper. É aqui que os homens começam
a aspirar com seriedade à santidade. A fortaleza imprime uma marca
inconfundível tanto no temor, como na piedade e na ciência.
A prática abundante
das obras de misericórdia costuma estar associada com a vida das
pessoas que se propõem à busca da santidade com a determinação do
dom da fortaleza. Isto ocorre porque elas já não são mais tão
guiadas em suas decisões pelo egoísmo e pelos impulsos das paixões;
com isso seu entendimento se abre para uma percepção mais aguda dos
problemas graves que afligem o próximo do que o das as pessoas que
ainda estão passionalmente envolvidas com seus problemas pessoais e
que não têm tempo nem disposição para os perceber. Ocorre, porém,
que sempre o sofrimento de outros é objetivamente muito maior, mais
grave, mais profundo do que os nossos problemas pessoais, e, ademais,
afeta um número de pessoas muito maior do que aqueles a quem podemos
efetivamente ajudar. Isto faz com que o envolvimento com o sofrimento
humano, e de modo especial neste caso em que ele ocorre não por
causa de alguma circunstancialidade ou algum problema pessoal, mas
por causa de uma clara percepção da gravidade e da extensão deste
sofrimento em si mesmo, exige por natureza um aperfeiçoamento
daquela sabedoria prática que é a virtude a que denominamos de
prudência. Segundo diz Ricardo de São Vítor no Benjamin
Minor,
a prudência é, na ordem, a última das virtudes que se aperfeiçoa
no homem antes que nele se manifestem as virtudes contemplativas. Á
prudência está associada a capacidade do conselho dado com
sabedoria. O dom de conselho é, assim, o modo externo de como se
manifesta diante dos homens aquela conaturalidade para com a prática
da misericórdia daqueles que estão se aproximando de Deus.
A santidade eminente
que as Sagradas Escrituras nos relatam ao narrarem as vidas dos
patriarcas e dos profetas do Velho Testamento e as dos apóstolos e
mártires do Novo principia propriamente pelo dom de entendimento e
se torna madura pelo dom de sabedoria. O dom de entendimento produz
uma tal pureza de alma daqueles que são assim conduzidos pelo
Espírito Santo que eles passam a compreender com impressionante
clareza o sentido mais profundo das Sagradas Escrituras e das coisas
divinas. "O
nome entendimento",
diz Santo Tomás de Aquino, "implica
um conhecimento íntimo; significa ler dentro; é aquele conhecimento
da inteligência que penetra até à essência da coisa".
Pelo dom de entendimento compreendemos "de
um modo límpido e claro",
diz ainda Santo Tomás de Aquino, o sentido das coisas que são
ensinadas por Deus e que parecem obscuras ou até mesmo
incompreensíveis para a maioria dos homens, muitas vezes inclusive
para aqueles que passaram a vida inteira estudando, mas sem buscar
verdadeiramente a Deus. Mais ainda, sua beleza se nos manifesta com
tal evidência que passamos a contemplá-las habitualmente em nossa
alma e com prazer sempre crescente. Os homens que são movidos pelo
dom de entendimento são pessoas que vivem habitualmente da fé, e a
fé neles é tão intensa que já é como uma posse antecipada da
substância das coisas que eles esperam no céu (Heb. 11,1). É a
estas pessoas que Jesus se referia quando dizia: "Bem
aventurados os puros de coração, porque verão a Deus"
(Mat.5,8). Mais ainda, aqueles que são movidos pelo dom de
entendimento têm uma facilidade como que conatural para explicar aos
outros o significado das coisas divinas; se isto ocorre com pessoas
que têm familiaridade com a terminologia e o conhecimento teológico,
surgem daí aquelas obras primas da Teologia como a Summa
Theologiae
de Santo Tomás de Aquino, o Tratado
da Santíssima Trindade
de Ricardo de São Vitor, Os
Três Dias
de Hugo de São Vitor, e muitas outras mais. A beleza extraordinária
destes escritos, a profunda sobrenaturalidade que neles se respira, a
impressão que elas produzem de estarmos em contato com algo celeste,
é conseqüência de terem sido escritas por alguém em que se
manifestava a atuação do dom de entendimento. O dom de entendimento
é, também, com isso, o modo pelo qual o Espírito Santo confere aos
homens uma aptidão especial para o ensino das coisas sagradas.
O dom de sabedoria
está associado à mais profunda forma de conhecimento que é
possível, com o auxílio da graça, ao ser humano. Ele é de uma
ordem mais elevada do que o dom de entendimento e muitíssimo mais
ainda do que as formas usuais de conhecimento existentes entre os
homens. A causa deste conhecimento é também diferente nos três
casos. No conhecimento usual dos homens, a causa do conhecimento é o
esforço que o homem faz em aprender. No dom de entendimento, a causa
é o agir do Espírito Santo sobre a inteligência do homem já
adiantado na vida das virtudes. No caso do dom de sabedoria a causa é
uma vivência supereminente do amor a Deus, amor este movido pela
atuação do Espírito Santo. Este amor se torna tão intenso e tão
mais acima daquele que os homens normalmente costumam experimentar
que através dele Deus infunde na alma uma outra forma de
conhecimento mais alta do que o que provém do dom de entendimento.
Por isso é que este dom se chama de sabedoria; segundo o modo comum
de entender dos homens, sabedoria é o mais elevado conhecimento
possível. Assim também entre os dons do Espírito Santo enumera-se
o dom de sabedoria, por meio do qual o Espírito Santo nos move ao
mais elevado conhecimento possível e à mais elevada forma de
contemplação que o homem pode alcançar. A causa próxima da
contemplação produzida pelo dom de sabedoria não é uma ação
direta do Espírito Santo sobre a inteligência, mas o modo
supereminente da vivência do amor a Deus produzida em nós pela
graça do Espírito Santo que Jesus prometeu aos que seguissem os
seus preceitos. "Deus
nunca dá esta sabedoria sem amor",
diz São João da Cruz, "pois
é o próprio amor que a infunde, como afirma o profeta Jeremias
quando diz: `Enviou o Senhor fogo aos meus ossos, e ensinou-me'".
O dom de sabedoria, desta maneira, leva o preceito do amor a Deus às
suas máximas possibilidades; as pessoas que são conduzidas pelo dom
de sabedoria amam a Deus como Jesus ensinou que deveríamos amá-Lo,
isto é, conforme vimos, "com
todo o nosso coração, com toda a nossa alma, como todo o nosso
entendimento, com todas as nossas forças".
É humanamente impossível praticar este mandamento em todo o seu
real significado sem o auxílio do dom de sabedoria. O dom de
sabedoria, ademais, eleva ao seu mais alto nível todos os outros
dons do Espírito Santo cujas manifestações o precederam; com isto,
também, a vida de todas as virtudes alcança o seu grau máximo.
"Aqueles
que alcançaram o dom de sabedoria",
diz um teólogo dominicano recente, "parecem
ter perdido completamente o sentido do humano e o terem substituído
pelo sentido do divino com que vêem e julgam a todas as coisas.
Teriam que fazer-se uma grande violência para descer aos pontos de
vista com que a mesquinhez humana julga todas as coisas. Não chamam
desgraça ao que os homens costumam chamá-la, isto é, uma
enfermidade, uma perseguição, a morte, mas unicamente àquilo que o
é na realidade, por sê-lo diante de Deus, isto é, ao pecado, à
indiferença, à infidelidade à graça divina. As maiores provações,
sofrimentos e contrariedades não conseguem perturbar um só momento
a paz inefável de suas almas, como se eles já estivessem na
eternidade. Mas o efeito mais impressionante diante dos homens do dom
de sabedoria é a morte total ao próprio eu. Aqueles que são
conduzidos pelo dom de sabedoria amam a Deus com um amor puríssimo,
apenas por sua infinita bondade, sem mistura de interesse ou de
motivos humanos, sem, porém renunciar ao céu, o que na verdade
desejam mais do que nunca, mas apenas porque deste modo poderão amar
a Deus com maior intensidade".
Mas, ao contrário do dom de entendimento, que permite ao homem
ensinar com mais perfeição as coisas de Deus, nem sempre é
possível dar conta do que se aprende pelo dom de sabedoria. Segundo
Santo Tomás de Aquino, o conhecimento que advém pelo dom de
sabedoria é algo de deiforme;
através dele podemos conhecer a Deus mais profundamente e amá-Lo
até ao limite de nossas possibilidades, mas nem sempre é possível
explicar o que dele se conhece desta maneira. Ocorre, porém, que
quando se manifesta o dom de sabedoria no homem, todos os demais
dons, e com eles o dom de entendimento, sobem para um plano mais
elevado, de modo que, indiretamente, através do efeito que o dom de
sabedoria produz sobre o dom de entendimento, aqueles que o
alcançaram podem ensinar mais plenamente do que aqueles que chegaram
apenas ao dia do entendimento.
Deduz-se, ademais,
desta longa explicação, uma outra importante conclusão. Na segunda
aula afirmamos que os objetivos da vida cristã são o amor a Deus e
ao próximo; que amar a Deus se torna realidade através do trabalho
de nossa santificação, sem o qual não é possível amar a Deus;
que o amor ao próximo se torna uma realidade mais plena através do
ensino, que é, para Jesus, a prova de amor que ele deseja de nós.
Vemos agora, porém, que nenhuma destas duas coisas é possível sem
o Espírito Santo, pois é através do dom de entendimento que o
homem se torna verdadeiramente capaz de ensinar e é através do dom
de sabedoria que o homem se torna verdadeiramente capaz de amar a
Deus. Aos dois maiores mandamentos correspondem também os dois
maiores dons. Ao mandamento do amor a Deus, que é o maior de todos
os mandamentos, corresponde o dom de sabedoria, que é o maior de
todos os dons do Espírito Santo. Ao segundo mandamento, o do amor ao
próximo, corresponde o dom de entendimento, que é também o segundo
dentre os dons do Espírito Santo. E assim como o dom de entendimento
alcança sua plenitude quando se eleva sob a influência do dom de
sabedoria, assim também o amor ao próximo somente alcança toda a
sua perfeição quando toma a sua força do preceito do amor a Deus.
Para que possamos realizar ambas estas coisas o Senhor nos convida
insistentemente a que removamos todos os obstáculos e posterguemos
todos os nossos cuidados, para, com o melhor de nossas forças, nos
colocarmos ao seu serviço. Depois ainda nos pergunta, no décimo
terceiro capítulo do Evangelho de São João:
"Compreendeis
o (convite) que vos fiz? Se
compreendeis estas coisas, sereis
felizes se as praticardes" João
13,17
Eis o eterno
convite, que a tantos comoveu tão profundamente e os levou a
abraçarem o Evangelho. Teriam-no compreendido também aqueles que
lêem estas linhas? Desejam também eles a felicidade? Eis o que o
Cristo nos pergunta, porque nos ama e nos ama muito. E até antes de
Jesus as Sagradas Escrituras interpelavam os homens a este respeito:
"Vinde,
meus filhos", diz
o Salmo 33, "e eu
vos ensinarei o temor do Senhor. Qual é o
homem que quer a vida, e deseja ver
dias felizes?"
Esta interpelação
não foi feita em vão. Atravessou os séculos e, um certo dia, ao
ler esta passagem, São Bento entendeu o que Deus quiz dizer:
"Que pode
haver de mais doce para nós, caríssimos", disse ele, "do que
esta voz do Senhor a convidar-nos? O Senhor
procura o seu operário na multidão
do povo ao qual diz
estas coisas! Eis que pela
sua piedade nos mostra o
Senhor o caminho da
vida!"
Hoje São Bento está
no céu, junto de Deus, para sempre. Dali o seu exemplo e a sua vida
continuam a nos interpelar para que acordemos do nosso sono tão
profundo. Diz também a Sagrada Escritura:
"Desperta,
ó tu que dormes; levanta-te
dentre os mortos, e Cristo te
iluminará" Ef.
5,14.
Embora estas
expressões se apliquem a toda a humanidade, a maioria dos homens age
como se elas se aplicassem apenas aos outros. Pode existir sono maior
do que este?
A existência das
Sagradas Escrituras é uma prova do quanto Deus nos ama e se importa
conosco. Em sua preocupação por nós, providenciou para que elas se
esparramassem por todos os cantos da terra, por todas as suas
cidades, e até mesmo para dentro de quase todos os lares, para que
os seus filhos só não as lessem se não o quisessem. Não existe
nada que possa ser tão facilmente encontrado por qualquer um em
qualquer lugar e a qualquer momento. As Sagradas Escrituras são como
uma carta através da qual Deus não se cansa de chamar seus filhos
queridos os quais, vítimas de uma espécie de loucura, não entendem
mais por onde andam. Qualquer um deles que verdadeiramente se tiver
dedicado a entender o que esta mensagem do alto nos quer dizer
somente poderá chegar às mesmas conclusões a que já havia chegado
São Bento.
Vamos continuar
nossas considerações e examinar mais algumas passagens das Sagradas
Escrituras relacionadas com o tema de que estamos tratando.
Continua...
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