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Isabel Kershner
Em Jerusalém
Em Jerusalém
Ossário com a inscrição "Judá, filho de Jesus", encontrado no túmulo de Talpiot.
Aclamada por alguns como a mais significativa de todas as relíquias
cristãs, mas negada por céticos em meio a acusações de falsificação,
interpretação errônea e especulação precipitada, dois artefatos antigos
encontrados em Jerusalém desencadearam um debate arqueológico e
teológico acirrado nas últimas décadas.
No centro da discussão
está uma série de inscrições que levaram alguns a sugerir que Jesus de
Nazaré era casado e teve um filho, e que a Ressurreição jamais poderia
ter acontecido.
Agora, a terra pode ter revelado novos segredos
sobre essas antiguidades controversas. Um geólogo de Jerusalém acredita
que estabeleceu uma relação entre elas que reforça o argumento de sua
autenticidade e importância.
O primeiro artefato é um ossário,
ou uma caixa para enterrar ossos, que traz a inscrição em aramaico
"Tiago, filho de José, irmão de Jesus", que o colecionador de Israel que
é seu proprietário diz ter comprado de um negociante de antiguidades em
Jerusalém Oriental na década de 70. Mais de uma década atrás, a
Autoridade de Antiguidades do governo de Israel declarou que a parte da
inscrição que dizia "irmão de Jesus" era uma falsificação e entrou com
acusações contra o colecionador; um tribunal de Jerusalém decidiu em
2012 que o Estado não tinha conseguido provar seu caso.
O
segundo artefato é um túmulo descoberto em um canteiro de obras no
bairro de Talpiot, em Jerusalém Oriental, em 1980, que foi alçado à fama
por um documentário de 2007, "The Lost Tomb of Jesus" ["O Túmulo
Perdido de Jesus"]. O filme foi produzido por James Cameron ("Titanic") e
roteirizado por Simcha Jacobovici, um cineasta nascido em Israel e que
vive em Toronto. Ele foi exibido pela primeira vez no Discovery Channel
em 2007.
A câmara funerária, que depois ficou conhecida como
túmulo de Talpiot, continha dez ossários, alguns com inscrições que
foram interpretadas como "Jesus, filho de José", "Maria" e outros nomes
associados a figuras do Novo Testamento. O grupo de nomes levou
Jacobovici e seus defensores a argumentarem que este talvez fosse o
túmulo da família de Jesus de Nazaré, uma afirmação sensacional
rejeitada pela maioria dos arqueólogos e especialistas, que disseram que
esses nomes eram muito comuns naquela época.
Críticos como Amos
Kloner, arqueólogo do distrito de Jerusalém na época, acusaram
Jacobovici de tirar conclusões precipitadas para promover seu filme.
Jacobovici e seus defensores dizem que se pudesse ser provado que o
ossário conhecido como de Tiago, cuja proveniência não é clara, veio do
túmulo de Talpiot, os nomes inscritos nele, acrescentados ao grupo de
nomes encontrados no túmulo, aumentariam as chances de o túmulo
pertencer à família de Jesus de Nazaré.
Aí entra o geólogo Aryeh
Shimron. Ele está convencido de que fez essa ligação, ao identificar
uma combinação geoquímica bem definida entre elementos específicos
encontrados em amostras coletadas no interior dos ossários do túmulo de
Talpiot e do ossário de Tiago.
Quando os ossários de Talpiot
foram descobertos, eles estavam cobertos por uma camada espessa de um
tipo de solo, o rendzina, que é característico das colinas de Jerusalém
Oriental e foi capaz de impor uma assinatura geoquímica única sobre os
ossários enterrados sob ele.
"Acho que tenho provas realmente
fortes e praticamente inequívocas de que o ossário de Tiago passou a
maior parte de sua vida, ou de sua morte, no túmulo de Talpiot", disse
Shimron em uma entrevista no saguão do hotel King David enquanto
apresentava suas descobertas, ainda não publicadas, a um repórter pela
primeira vez.
Um Indiana Jones improvável, Shimron, 79, nasceu
na antiga Tchecoslováquia e é especialista em gesso. Hoje aposentado
como pesquisador sênior do Serviço Geológico de Israel, um instituto
governamental especializado em ciências da terra, ele esteve envolvido
com a geologia arqueológica nos últimos 20 anos.
Shimron baseou
sua pesquisa na teoria de que um terremoto que estremeceu Jerusalém no
ano 363 d.C. inundou o túmulo de Talpiot com toneladas de terra e lama,
deslocando a pedra de entrada e cobrindo os ossários de giz
completamente, algo pouco comum. "O solo criou uma espécie de vácuo",
disse ele. "A composição do túmulo foi simplesmente congelada no tempo."
Nos últimos sete anos, Shimron vem estudando a química das amostras
raspadas da parte de baixo da crosta de giz dos ossários de Talpiot e,
mais recentemente, do ossário de Tiago. Ele também estudou amostras de
solo e cascalho de dentro dos ossários. Além disso, para fins de
comparação, ele examinou amostras de ossários de cerca de outros 15
túmulos.
Jacobovici, que vem documentando a pesquisa para outro filme, disse que "a produção" financiou o trabalho de laboratório.
A Autoridade de Antiguidades de Israel forneceu acesso à maioria dos
ossários e retirou a maior parte das amostras sob a direção de Shimron.
Uma porta-voz da autoridade disse que a entidade forneceu alguma
consultoria técnica para o filme de Jacobovici, mas que não o manteve
atualizado sobre a pesquisa.
Shimron estava em busca de
quantidades incomuns de elementos derivados do solo rendzina, como
silício, alumínio, magnésio, potássio e ferro, bem como elementos de
rastreamento específicos, entre eles fósforo, cromo e níquel –
componentes característicos do tipo de solo argiloso de Jerusalém
Oriental que, segundo ele, encheu o túmulo de Talpiot durante o
terremoto. Os resultados, diz ele, colocam claramente o ossário de Tiago
no mesmo grupo geoquímico que os ossários do túmulo de Talpiot. "A
prova vai além do que eu esperava", disse ele.
Hoje, o túmulo de
Talpiot está lacrado, no subsolo, sob uma laje de concreto em um pátio
localizado entre prédios de apartamentos comuns na rua Dov Gruner, em
Talpiot Oriental, e seus ossários estão sob custódia da Autoridade de
Antiguidades de Israel. O ossário de Tiago foi devolvido a seu
proprietário, o colecionador Oded Golan, que mora em Tel Aviv e guarda a
caixa em um local secreto.
No entanto, as descobertas de Shimron devem reacender as controvérsias do passado.
Existe a ideia de que os restos mortais, que incluem matéria óssea, de
Jesus de Nazaré sugeririam que não pode ter havido uma ressurreição do
corpo. Além disso, especulações de que uma das caixas de ossos
encontrada em Talpiot pode ter pertencido a Maria Madalena, enquanto
outro trazia a inscrição "Judá, filho de Jesus", só aumentou a
controvérsia das descobertas.
Embora dez ossários tenham sido
desenterrados em Talpiot, apenas nove permanecem lá. Apesar de os
arqueólogos dizerem que o décimo era uma caixa simples e quebrada que
foi jogada fora, isso, também, gerou perguntas e teorias da conspiração,
incluindo teorias de que o ossário de Tiago era o décimo e que
desapareceu misteriosamente de alguma forma.
O colecionador
Golan recentemente deu a Shimron acesso a seu ossário de Tiago para
realizar os testes, mas disse que era cético quanto aos resultados. Por
um lado, Golan disse em uma entrevista por telefone que comprou o
ossário no máximo em 1976, ao passo que o túmulo de Talpiot foi escavado
em 1980. (Se Golan tivesse comprado o ossário depois de 1978, ele
poderia ter sido reivindicado pelo estado de acordo com a lei de
antiguidades de Israel.)
Mesmo que a química esteja correta, o
ossário de Tiago poderia ter vindo de outro túmulo em Talpiot Oriental,
disse Golan, acrescentando que uma pesquisa como esta exigiria amostras
de uma base de testes muito mais ampla.
"É muito interessante,
mas não é o suficiente para determinar nada de forma conclusiva", disse
Golan sobre o trabalho de Shimron. "Seriam necessárias amostras de pelo
menos 200 a 300 cavernas."
Shimon Gibson estava entre os
arqueólogos da Autoridade de Antiguidades que entraram no túmulo de
Talpiot logo que foi descoberto nos anos 80. Ele disse recentemente que
ficou claro que a entrada subterrânea para o túmulo tinha sido aberta
desde a antiguidade e que o túmulo tinha se enchido de terra
abruptamente como resultado de um único acontecimento rápido –
possivelmente um terremoto.
Gibson e outros arqueólogos
concluíram que ladrões de túmulos tinham provavelmente estado lá durante
o período bizantino. Mas descartou qualquer possibilidade de que o
ossário de Tiago tenha desaparecido quando o túmulo foi descoberto.
"Eu mesmo escavei um punhado de túmulos que estavam abertos e cheios de
terra", disse Gibson. "Pessoalmente, acho que o ossário de James não
tem nada a ver com Talpiot."
Ainda assim, diz Gibson, a
comunidade acadêmica está aguardando ansiosamente a publicação dos
resultados do Shimron em uma revista científica para ser revisada por
pares.
Shimron, enquanto isso, diz estar se preparando para uma
tempestade de críticas inevitável, inclusive por parte de pessoas que
consideram abominável que um cientista, nas palavras dele, fique
"brincando com os ossos de Jesus e Maria".
Tradutora: Eloise De Vylder
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jbpsverdade: A fé do cristão está fundamentada na ressurreição de Jesus Cristo, Paulo escreve aos corintios o seguinte: Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos, e assim crestes. Ora, se se prega que Jesus ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns de vós que não há ressurreição de mortos? Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou. Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. Além disso, seríamos
convencidos de ser falsas testemunhas de Deus, por termos dado
testemunho contra Deus, afirmando que ele ressuscitou a Cristo, ao qual
não ressuscitou (se os mortos não ressuscitam). Pois, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé, e ainda estais em vossos pecados. Também estão perdidos os que morreram em Cristo. Se é só para esta vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima. Mas não! Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram!
(I Cor 15, 11-20), crer que Jesus ressuscitou dos mortos só pode ser possível pela ação do Espírito Santo, e quando o Espírito age neste sentido é porque o homem na sua humildade dá permissão para que isso aconteça, sendo assim, não existirá dúvidas quanto à ressurreição de Cristo visto que o Espírito é da Verdade. Paulo também escreve aos colossenses o seguinte: Como (de nossa pregação) recebestes o Senhor Jesus Cristo, vivei nele, enraizados e edificados nele, inabaláveis na fé em que fostes instruídos, com o coração a transbordar de gratidão! Estai de sobreaviso, para que
ninguém vos engane com filosofias e vãos sofismas baseados nas tradições
humanas, nos rudimentos do mundo, em vez de se apoiar em Cristo. Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Tendes tudo plenamente nele, que é a cabeça de todo principado e potestade.
Sepultados com ele no batismo, com ele também ressuscitastes por vossa fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos. (Col 2, 6-10.12)
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