Neste artigo, Pe. Rafael Solano, faz um
alerta muito sério acerca de uma agenda de 8 itens que vem-se
instaurando sorrateiramente nas mentalidades e culturas mundiais.
Quando ouvimos falar em ideologia de
gênero, pensamos que estamos diante de uma situação definitiva. Tenho
ouvido muitos se manifestarem contra e tantos outros se manifestarem a
favor. O que muitos talvez não saibam é que a ideologia de gênero, faz
parte de uma agenda muito bem montada; dentro da qual há diversos passos
e momentos que aos poucos vem-se instaurando nas mentalidades e
culturas.
Em 1885 se deu o primeiro dos passos para
a elaboração desta agenda. O trabalho desenvolvido por Lewis Henry
Morgan e continuado por Frederich Engels, foi muito bem tematizado.
Primeiro, colocar em questão o valor da família como estrutura privada e
capaz de formar a consciência da pessoa. Tanto um como o outro criaram
um modelo no qual as pessoas dentro da família, não tivessem nenhum tipo
de relação. Eliminando as relações familiares se destrói o conceito de
pessoa.
O segundo passo foi dado em 1968, Robert
Stoller, define e especifica a necessidade de fortalecer o conceito e a
definição do termo gênero, em detrimento da definição do termo sexo.
Segundo Stoller, utilizar o termo sexo masculino e feminino constituía
uma séria problemática para a identidade sexual do próprio individuo.
Em 1975, Elisabeth Clarke e Simone de
Beauvoir, são sem dúvidas as maiores promotoras do feminismo ocidental,
no qual a ideologia de gênero e o aparecimento de um novo sexo, atrai a
atenção sobre a situação que se vivia desde os alvores do século XX
quando, em Nova York, um grupo de mulheres decidiu sair nas ruas
exigindo o direito ao sufrágio e este movimento lhe deram o nome de
“Feminismo ideológico”.
Desde o ano de 1999, iniciamos um quarto
momento, que é aquele no qual nos encontramos. Diante da situação vivida
pelos apelativos do gênero e pelos novos movimentos sexuais, no século
XXI, tornou-se mais relevante o processo educativo que países como
Holanda, Bélgica e Suécia iniciavam a viver.
O quarto ponto da agenda é criar um
sistema educativo, pedagógico dentro do qual um dos passos, seja
permitir que a pessoa não se sinta reconhecida na sua natureza; que
simplesmente com o passar do tempo, ela mesma possa descobrir qual é o
seu estado natural e assim mesmo “decidir” se é homem ou mulher. Esta
suposta decisão, vem acompanhada de uma aniquilamento da pessoa;
substituindo ela por alguém sem identidade. Qual deve ser o tempo que se
deve esperar e quais os modelos que esta pessoa não definida deve
seguir dentro da sociedade? Nos países supra citados, hoje as pessoas
que optaram por este sistema, não conseguem encontrar uma forma acertada
para o tal desenvolvimento da identidade; pois os estudiosos da
ideologia de gênero não tem a suficiente certeza se ela levará em conta a
liberdade genuína da pessoa, que nasce nas mesmas relações, que eles se
permitem proibir.
A meu ver existem mais quatro passos a
serem cumpridos e bem desenhados dentro desta agenda. O próximo será a
desconstrução do significado do termo pessoa e até mesmo o termo
indivíduo, sendo assim quem decide no seu lugar não é mais alguém
autônomo, e sim alguém que poderia deixar nas mãos de um outro essa
decisão.
O seguinte passo seria o mais próximo de
todos. Eliminada a pessoa, se eliminam suas relações e seus efeitos. Uma
tendência em forte atualmente é o assim chamado “poli amor”. Onde as
pessoas podem estabelecer matrimônios ou uniões de fato, mas sempre
abertas à outro tipo de relações, sem compromisso definitivo ou sem a
exigência da estabilidade ou unicidade.
O último dos itens desta agenda é de
caráter anti-metafísico. Qualquer tipo de relação com a transcendência,
com a religião, ou com o ser Criador, deve ser simplesmente anulada. O
homem do século XXI, dono e senhor do seu poderia mais precioso a sua
identidade. Os passos a seguir só serão evitados se percebemos que
existe algo mais profundo e delicado quando se fala em ideologia de
gênero.
Assista também: Você já ouviu falar em Ideologia de gênero?
***
Padre José Rafael Solano Durán.
Doutor em Teologia Moral, especialista em
Bioética, professor da PUC – PR, Assessor de Bioética do Regional Sul
II da CNBB – Post Doutorado em Teologia Moral e Família pela Pontifícia
Universidade Lateranense de Roma, Instituto João Paulo II. É autor do
livro : Família, Novo Sinal dos Tempos, pela Editora Canção Nova.
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