Por Maria Ximena Rondón
LYON, 24 Jun. 15 (ACI/EWTN Noticias).-
Viviane
Lambert (70), mãe de Vincent Lambert, um homem de apenas 38 anos, que
neste momento continua em estado de tetraplegia indefinidamente,
denunciou o governo da França e os médicos que o atendem afirmando que
já não podiam fazer nada e perguntaram se podiam desconectá-lo da sonda
que o alimenta e hidrata, com o fim de transforma-lo em um caso
emblemático que sirva para promover a eutanásia no país europeu.
Em entrevista exclusiva concedida ao Grupo ACI
por telefone de Reims, onde ela e seu esposo alugaram um departamento
perto do hospital no qual seu filho está internado, Viviane assinalou:
“O governo e os médicos do meu filho querem desconectá-lo, porque querem
que seja aprovada a lei da eutanásia na França. Eles aproveitam da
situação de Vincent, o utilizam como um caso emblemático para que a
eutanásia seja legalizada no pais. A lei ainda não foi discutida mas
querem aprova-la. Eles se aproveitam do meu filho para fazer um
escândalo”.
Há alguns dias a família difundiu um vídeo no qual vemos que Vincent se
mexe e reage a estímulos, para mostrar à sociedade que acha que ele está
à beira da morte que ele segue vivo e consciente.
“Vincent está vivo, apesar do acidente que sofreu em 2008, está fazendo
pequenos progressos em sua melhoria, como por exemplo comer papinha para
bebê”.
“Entretanto, os médicos querem desconecta-lo pois dizem que já não existe esperança de vida. Isso é eutanásia”, declarou sua mãe.
“Houve reações positivas. As pessoas ficaram surpreendidas pois Vincent
pode se mexer e está consciente. O vídeo causou muita comoção porque
pensávamos que estava na cama quase morto. Mas não é verdade”.
“Vincent – prossegue a mãe– não está em coma, sua família se preocupa
por ele, mas um grupo quer desconecta-lo da sonda que o alimenta e
hidrata, por isso nós fomos reclamar para que a justiça seja feita e não
o matem”.
“Os médicos dizem que sua vida não tem sentido. Eles querem que morra,
sempre nos dizem que já não tem sentido mantê-lo vivo. Mas eles não têm
direito a dizer isso. Nós apoiamos Vincent e pedimos o apoio das pessoas
para que o deixem com vida. Os médicos ainda não venceram esta
batalha”, prossegue o dramático testemunho de Viviane.
Vincent Lambert sofreu um acidente de trânsito em 2008, ocasionando um
severo dano cerebral e desde este ano ficou em estado de tetraplegia
indefinida. Embora os médicos do Hospital de Reims (França), informaram
que mexe seus olhos e sente dor, em 2013 declararam que já não podiam
fazer nada e pediram à família para desconectá-lo.
No último 5 de junho a Corte Europeia de Direitos Humanos com sede em Estrasburgo se pronunciou a favor da eutanásia de Vincent.
Seus pais, Pierre (86) e Viviane Lambert -católicos praticantes-, e dois
dos oito irmãos estão contra a prática de uma “eutanásia encoberta”;
enquanto sua esposa Rachel Lambert – que se mudou à Bélgica com a filha -
e seus outros seis irmãos querem retirar a sonda, alegando que Vincent
‘não quer viver dessa maneira’.
Viviane foi enfática com respeito a este tema e respondeu: “Ele nunca disse que não quer viver. Ela (a esposa) se contradiz”.
Com relação as autoridades da França, esta mãe disse ao Grupo ACI:
“Minha opinião sobre o Estado é muito negativa, especialmente sobre o
poder da Esquerda. Eu pedi ao presidente da República (François
Hollande) visita-lo, mas não fui recebida por ele. Escrevi meu livro
titulado “Pour la vie de mon fils” (Pela vida do meu filho), enviei uma
dúzia de cartas às autoridades, mas ninguém me respondeu”.
“É contraditório. Eles não lutam pela verdade. Somente estão preocupados em manter uma boa imagem”, denunciou Viviane.
Sobre as mulheres da esquerda francesa, ele afirmou: “Lutaram para legalizar o aborto
na França. Querem deixar que morram as pessoas inocentes e inúteis para
a sociedade. A França é assim. A Esquerda está fazendo muito dano ao
pais. A Igreja acabou sendo prejudicada também”.
A mãe de Vincent comentou ainda: “A minha família era unida: Os médicos a
dividiram. Especialmente o Dr. Eric Kariger, anteriormente amigo da
nossa família. Embora seja católico opinou que Vincent deve parar de
sofrer e que seria melhor desconectá-lo”.
“A luta para salvar a vida de seu filho é de todos os dias”, assinala
Lambert, especialmente porque tem duas doutoras que estão a favor de
desconectar a sonda que o hidrata e alimenta. “É muito difícil, porque
no hospital, no qual eu e meu esposo vamos todos os dias, as pessoas nos
olham com rejeição o tempo todo e nos vigiam”.
Antes do acidente, Vincent era um homem alegre, cheio de vontade de
viver. Praticava esportes, era brincalhão. Era um bom homem,
trabalhador. Casou-se jovem. Era cristão. Não era muito devoto, mas
acreditava em Deus, foi batizado, ia à missa aos domingos. Era um homem profundo, gostava de ver o filme ‘A Paixão de Cristo’. Ele o assistia sempre e chorava”.
“Uma vez quando ele estava no hospital coloquei este filme e dava para
ver no seu rosto que ficou comovido. Seus olhos estavam cheios de
lágrimas. Acho que reconhecia a música e os sons”, destacou Viviane
durante sua entrevista.
“Meu filho reconhece minha voz porque quando entro no seu quarto e falo
com ele, gira a cabeça para o meu lado. Somente faz isso comigo e fico
muito contente. Nossa forma de comunicação é através do olhar. Nós
falamos com ele e também o olhamos. Os olhares do Vincent são muito
profundos demonstram como se sente. Está muito atento, me escuta e sei
que ele compreende as coisas em silêncio”.
Depois de assinalar que logo difundirão um novo vídeo, esta mãe abnegada
comenta: “Meu filho é carne da minha carne, amor do meu amor. Por isso
não posso abandona-lo. Se o abandonasse não poderia sequer me olhar no
espelho. Meu filho é meu filho. Vou lutar por ele. Pois não seria uma
atitude normal de uma mãe abandonar o seu filho”.
Para concluir a entrevista, Viviane Lambert afirma: “Quero que
compreendam nossa luta e que continuem trabalhando pela vida e que lutem
por ela. Contra o aborto e a eutanásia. A vida é sagrada e temos que
protegê-la porque é um dom de Deus. Só Deus a pode dar e tirar”.
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