Novas provas confirmam a autenticidade do Santo Sudário — o sagrado lençol, venerado em Turim, envolveu verdadeiramente o corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Nosso entrevistado, o jornalista Nelson Ramos Barretto [foto], esteve em Turim como enviado especial de Catolicismo
à nova Exposição do Santo Sudário, ocasião rara e de muitas graças para
o mundo atual, especialmente para aqueles que têm a felicidade de
visitá-lo. Exposta à visitação pública apenas dez vezes nos últimos
quatro séculos, a relíquia mais preciosa da Cristandade está sendo
contemplada e venerada no Duomo de Turim, Itália, de 19 de abril a 24 de
junho de 2015.
Símbolo
extraordinário da fé, o sagrado lençol de linho mede 4,5 metros de
altura por 1,5 metro de largura, e recolhe, de maneira miraculosa e
inexplicável para a ciência, as marcas do corpo de Jesus Cristo depois
da crucifixão.
Jornalista, escritor e conferencista, Nelson Ramos Barretto é autor do best-seller Reforma Agrária — o mito e a realidade e de mais cinco livros. Formado pela Universidade de Brasília, é colaborador e jornalista responsável de Catolicismo.
* * *
Catolicismo — Quando o senhor esteve em Turim para a visitação do Santo Sudário?
Nelson Barretto — Estive logo no início da Exposição, no dia 24 de abril, com o meu amigo Roberto Bertogna, da associação italiana Luci sull’Est,
com hora marcada para as 13:15. Embora já conhecêssemos a preciosa
relíquia, a chegada a Turim nos causou uma grande emoção. A atmosfera de
um lindo dia da primavera parecia cercada pelo sobrenatural. Como
preparação, passamos antes na Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora e
nos aposentos de São João Bosco, cujo bicentenário de nascimento está
sendo comemorado neste ano.
Mesmo com hora marcada, o peregrino passa por muitas filas e
corredores. Uma caminhada que só aumenta o desejo de contemplar e
venerar a relíquia mais preciosa da Cristandade. No último salão é
projetado um filme com os ricos detalhes do Santo Sudário, a Sagrada
Face, as marcas da Coroa de espinhos, dos cravos das mãos e dos pés, os
vários flagelos, as mechas de barba arrancadas, a abertura do flanco
pela lança, a imagem em negativo fotográfico e, por fim, a imagem
tridimensional com Nosso Senhor ressuscitando e transpondo os limites do
pano. Ao entrarmos na nave central da catedral, o ambiente guardava a
penumbra, iluminado somente no alto; e aberto dentro de um imenso quadro
de vidro, o tecido claro e fino, quase transparente, do Santo Sudário.
Colocamo-nos em oração, e recitamos, pela intercessão da Virgem
Dolorosa, esta oração:
“Humildemente prostrado diante de vossa soberana grandeza, ó meu
Redentor Jesus Cristo, suplico-Vos a graça de que meditando e venerando
de forma correta os mistérios de vossa Paixão, Morte e Ressurreição, tão
bem lembrados nesta Sagrada Síndone, na qual o vosso Corpo Santíssimo
foi envolvido, possa obter pelos méritos infinitos de vossa bondade, a
graça de vossa excelsa misericórdia. “Adoro-Vos, ó imagem augusta
de Jesus, estampada com tanto amor e grandeza neste linho precioso.
Volvei, ó meu bom Jesus, vossos piedosos olhos para mim! Seja vossa
nobre fronte sempre serena para mim! Vossos lábios misericordiosos
estejam sempre abertos para mim! Levantai sempre vossas benfazejas e
poderosas mãos para abençoar-me! Vosso corpo Santíssimo, impregnado de
Sangue precioso, seja para mim força, amor, consolo e alegria, e que o
Fogo Celeste, emanado do vosso Coração, inflame o meu coração para Vos
amar com todas as potências de minha alma! “Ó Síndone Sagrada,
manancial de perenes graças, concedei-me que, trilhando neste mundo a
senda dos Mandamentos Divinos, possa merecer a suprema ventura de
contemplar-Vos, ó dulcíssimo Jesus, na gloriosa mansão dos
bem-aventurados! Assim seja!” Seguido de um Padre-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória ao Pai.
Catolicismo — Qual a impressão que causa o Santo Sudário?
Nelson Barretto — Ele
é particularmente emocionante, porque nos apresenta por assim dizer uma
fotografia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não se sabe como, mas a
exalação do Precioso Sangue, combinada com sais e outros aromas com que
Ele foi sepultado, junto com uma forte radiação de Sua Ressurreição,
produziram milagrosamente uma imagem no Sudário. E o negativo desta
imagem do Sudário dá uma perfeita fotografia de Nosso Senhor Jesus
Cristo. De maneira que podemos vê-Lo mais ou menos como se víssemos uma
fotografia contemporânea.
Naturalmente a fotografia é de um morto, de um cadáver. E de um
cadáver que passou por tomentos inenarráveis antes de morrer, estando,
portanto, desfigurado. Não devemos imaginar que em vida Ele tenha sido
exatamente assim; foi muito parecido, mas não com as deformações da
morte e, sobretudo, de um longo tormento.
Comentando o Santo Sudário, Plinio Corrêa de Oliveira afirmou, em uma
conferência em 10 de março de 1973, que aquele sagrado tecido é um
reflexo da alma de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eis um trecho:
“Apesar de morto, nota-se entretanto n’Ele uma coisa curiosa: Ele
só tinha 33 anos quando morreu, mas para a nossa ótica de homens de
hoje, parece muito mais maduro. Eu daria a Ele facilmente 45 anos. Nosso
Senhor Jesus Cristo quando morreu tinha 33 anos, a idade perfeita do
homem. Ele viveu até a plena maturidade do homem. E aí se têm a noção de
uma maturidade absoluta. “Os senhores notam uma decisão enorme e
uma maturidade absoluta. Uma pessoa que está inteiramente consciente de
tudo quanto pensa, que tem um juízo sumamente maduro, de um lado, e de
outro lado uma vontade absolutamente forte e determinada. Ele sabe tudo
quanto quer, Ele quer tudo quanto Lhe convém querer. Uma ideia de uma
ordem absoluta, de uma varonilidade, de um domínio absoluto de Si.”
Dr. Plinio prossegue, comentando outra impressão que o Sudário causa: a recusa e o horror ao pecado cometido:
“Vendo o Santo Sudário de Turim, impressiona-me a recusa e a
repulsa que nele há em relação ao que está próximo. Nosso Senhor
contempla a Si próprio, olha o Padre Eterno, e sabe que a seus pés
encontra-se Maria Santíssima — cor unum et anima una [coração e alma unidos a Ele]. “Não
vejo naquelas pálpebras cerradas o menor sinal de compaixão. Tenho a
impressão de que elas se cerraram em recusa e em horror ao pecado que os
homens cometeram. Na Sagrada Face notam-se as marcas dos golpes que
recebeu, seus cabelos estão rarefeitos e desordenados. Ele foi
maltratado de todos os modos. Percebe-se Seu protesto diante de tudo
isso, mas também Sua dignidade.” O eminente pensador católico fala também da extraordinária sacralidade do Santo Sudário:
“Os senhores não terão dificuldade em perceber a suma
responsabilidade desta figura, e a segurança de Si. Olhando para a
Sagrada Face, tem-se a impressão de lembrar aquele episódio do Evangelho
quando os algozes que O iam prender [perguntaram] se Ele era
Jesus Nazareno. E Ele respondeu: ‘Sou Eu!’, e todos aqueles que O iam
prender caíram com a face no chão. Tal era a Sua majestade, a Sua
segurança.
“Esta resposta ‘Sou Eu!’ lembra a definição que Deus deu de Si
mesmo a Moisés, quando Ele apareceu numa sarça ardente. Moisés perguntou
quem Ele era. Ele disse: ‘Eu sou Aquele que é!’. Se disséssemos que
esta figura [do Santo Sudário] se define assim: ‘Eu sou Aquele
que é!’, estaria absolutamente definida, porque é uma comunicação com o
todo absoluto, uma posse do todo absoluto, uma segurança de Si por onde
se vê que Ele é o padrão e a medida de todas as coisas, e que julga,
como Rei e como Deus, todas as coisas em função de Si mesmo, o que é uma
verdadeira maravilha.
“Ao mesmo tempo nós entrevemos o que poderia ter de divinamente
suave e afável no Seu olhar. O que poderia haver de supremamente afável
na linguagem e no timbre de Sua voz. É a coexistência de todas as
virtudes, de todas as perfeições, em todos os graus que possam caber na
natureza, como reflexo da natureza divina ligada a Ele pela união
hipostática.
“De outro lado, é interessante os senhores notarem a severidade da
expressão. Nosso Senhor morreu vítima de um crime atroz. Do pior de
todos os crimes, o crime do deicídio produzido e operado pelo maior
tormento de que há notícia na História.
“Os senhores olham para esta fisionomia, os senhores veem que Ele
está como um Juiz diante de seus algozes. E que há uma rejeição, uma
censura, um desacordo, e uma condenação àqueles que O mataram, expressa
aí, que é uma coisa verdadeiramente divina. Como quem diz: ‘Eu sou a
Lei, Eu sou o Juiz, e Eu sou a Vítima! E julgo a esses três títulos o
crime que contra Mim foi praticado’. Quer dizer, é verdadeiramente
majestoso e assombroso.”
Catolicismo — Mesmo provada a autenticidade do tecido que envolveu Jesus Cristo, alguns cientistas teimam em desmenti-la. O resultado do teste do carbono 14 esta comprovadamente errado?
Nelson Barretto — Há
uma incessante campanha para negar a autenticidade do tecido como tendo
origem no tempo de Nosso Senhor; tais opositores dizem tratar-se de uma
falsificação produzida na Idade Média. Os testes realizados em 1988 com
carbono 14 são atualmente contestados pela comunidade científica
internacional. Cabe realçar que o Santo Sudário escapou diversas vezes
da destruição, correndo o risco de desaparecer. Segundo Vittorio
Messori, o incêndio ocorrido em 1998 pode fazer parte de “um complô internacional” visando destruir o sagrado tecido (vide Catolicismo, nº 570, junho de 1998).
Catolicismo — O senhor poderia apontar para nossos leitores algumas das descobertas científicas da autenticidade do Santo Sudário?
Nelson Barretto — A
primeira análise médico-científica sobre o Sudário, tornada pública foi
feita pelo Dr. Pierre Barbet em 1932. Suas conclusões, descritas no
livro A paixão de Cristo segundo o cirurgião (Ed. Loyola, São Paulo, 1976), são impressionantes:
– na face havia sinais de contusões, o nariz estava fraturado na cartilagem descolado do osso;
– no corpo foram contados 120 sinais de golpes de açoite, produzidos por dois flageladores, um de cada lado da vítima;
– o flagelo utilizado foi o que se usava no Império Romano, composto
de duas ou três correias de couro, terminando em pequenos ossos de
pontas agudas, ou em pequenas travas de chumbo com duas bolas nas
extremidades;
– duas chagas marcavam o ombro direito e o omoplata esquerdo; – o
peito, muito saliente, denotava a terrível asfixia suportada durante a
agonia;
– os pulsos apareciam perfurados, tendo o prego perfurante secionado
em parte o nervo mediano, fazendo contrair o polegar para dentro da
palma da mão;
– pela curvatura das pernas e as perfurações nos pés, tem-se a nítida
impressão de que o esquerdo foi sobreposto ao direito e presos ao
madeiro por um único prego;
– os dois joelhos estavam chagados;
– havia um sinal de sangramento, produzido por uma grande ferida, no lado direito do tórax;
– por fim, havia 50 perfurações na fronte, cabeça e nuca, compatíveis com uma coroação de espinhos…
Não havia mais dúvidas!
Era uma constatação científica, totalmente coerente com a descrição
evangélica da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tratava-se realmente
do Santo Sudário que envolvera o corpo do Redentor, quando Ele foi
descido da cruz para ser sepultado.
Catolicismo — Um cético ou um ateu poderiam perguntar: Aqueles sinais sobre o pano não teriam sido pintados por algum hábil falsificador para que os homens acreditassem tratar-se de Jesus Cristo?
Nelson Barretto — Como
São Tomé, a ciência “tocou a mão na chaga” para crer. Nos Estados
Unidos formou-se um grupo de investigação científica, que em 1978 foi
até Turim com 40 toneladas de aparelhagem. Os cientistas realizaram uma
série de exaustivos e prolongados exames. Dentre os vários testes
aplicados, cumpre destacar fotos e microscopia eletrônica, raio-X,
espectroscopia, fluorescência ultravioleta, termografia e análises
químicas.
Os resultados dos exames laboratoriais demonstraram que o desenho que
aparecia no pano não poderia absolutamente ter sido feito por mãos
humanas.
Até agora não foi explicada a formação da imagem no Sudário. Não se
trata de pintura nem da compressão do tecido sobre o corpo de um
cadáver. A hipótese mais provável, levantada por alguns cientistas,
sugere que ela foi produzida numa fração de segundos semelhante ao
clarão de uma explosão nuclear como a ocorrida com o clarão da bomba de
Hiroshima que imprimiu a imagem de uma válvula na parede de um tanque de
gás.
As manchas de sangue que marcam o tecido estão gravadas em positivo,
ao contrário do restante da imagem, que está em negativo. Trata-se
realmente de sangue humano, de tipo sanguíneo AB — exatamente o mesmo
encontrado no famoso milagre de Lanciano, na Itália.
O criminologista e botânico suíço, Max Frei, identificou no tecido
células de pólen de 49 plantas diferentes. Elas são originárias da
Palestina, da Turquia e da Europa, exatamente as regiões percorridas
pelo Santo Sudário.
Foram verificados dois objetos circulares colocados sobre os olhos. Trata-se de duas moedas: a primeira, o dilepto lituus,
produzido na Palestina no governo de Pôncio Pilatos entre os anos 29 e
32 d.C. A segunda moeda foi cunhada em 29 d.C. por Pilatos em homenagem a
Júlia, mãe do imperador romano Tibério. Fazia parte dos ritos
funerários judaicos na época de Jesus colocar moedas sobre os olhos do
morto, para manter as pálpebras fechadas. Elas também confirmam as datas
dos Evangelhos: “Era o ano décimo quinto do reinado do Imperador Tibério César, Pôncio Pilatos era governador da Judéia” (Lc. 3, 1).
E descobriram também a milagrosa impressão tridimensional do tecido.
Dois oficiais da Força Aérea norte-americana, John Jackson e Eric
Jumper, analisando o Sudário, perceberam que a figura foi impressa de
maneira tridimensional, de tal forma que é possível conhecer a distância
entre o tecido e as diversas partes do corpo. Para a reconstituição da
tridimensionalidade, utiliza-se um aparelho chamado VP-8. Jackson e
Jumper tomaram uma simples fotografia do Sudário e a introduziram no
aparelho. Qual não foi o espanto deles ao constatar que se constituiu
uma imagem tridimensional e que esta parecia emergir gradativamente do
pano como na ressurreição. Eles exclamaram: Cristo ressuscitou!
Catolicismo — E o controvertido teste do carbono 14?
Nelson Barretto — Em
outubro de 1988, em conferência no British Museum, uma equipe de
Oxford, com a estranha aquiescência do então arcebispo de Turim, Cardeal
Balestrero, declarou que a análise do carbono 14 indicava que o tecido
era de origem medieval, tendo sido produzido entre os anos 1260 e 1390.
Uma falsificação? O espanto foi geral, pois a ciência parecia entrar em
contradição com tudo o que ficara demonstrado anteriormente. O Sudário
já havia passado por milhares de testes. De todos os experimentos,
somente o do carbono 14 contestou a autenticidade da peça.
Todavia,
a ideia de falsificação está agora totalmente descartada. O cientista
russo Dimitri Kouznetsov provou que os dados do carbono 14 estavam
errados, em consequência do incêndio a que o Santo Sudário esteve
exposto em 1532. Na mesma linha, o principal responsável pela datação do
Sudário como tecido medieval, Harry Gove, admitiu que a contaminação
que o pano sofreu ao longo dos séculos podia ter falseado os resultados.
Dr. Leôncio Garça-Valdez, professor de microbiologia da Universidade
do Texas, demonstrou que existem determinados tipos de bactérias que
produzem um revestimento bioplástico sobre artefatos antigos que
distorce o processo de datação pelo carbono (Garça-Valdez, Leôncio, O DNA de Deus? Ed. Mandarim, São Paulo, 2000).
O próprio coordenador dos testes científicos e diretor do Museu Britânico, o Michael Tite [foto],
em carta dirigida ao professor Lugi Gonella, consultor técnico do
Arcebispado de Turim, reconheceu que o carbono 14 não oferece prova
alguma a favor de sua tese e confessa que “houve intenção deliberada de enganar o público”.
Catolicismo — E os estudos e pesquisas continuam?
Nelson Barretto — No dia 2 de maio, foi publicado em Turim um artigo de Andrea Tornielli no Vatican Insider, mostrando que as manchas de sangue do Sudário de Oviedo coincidem com as do Sudário de Turim. Uma prova a mais! Veja:
— “‘Do ponto de vista da antropologia forense e da medicina legal,
toda a informação trazida à luz pela investigação científica’ sobre a
Síndone de Turim e o Sudário de Oviedo, ‘é compatível com a hipótese de
que a Síndone e o Sudário cobriram o cadáver da mesma pessoa’, com todos
os traumatismos e as lesões que Jesus de Nazaré sofreu, segundo a
narrativa dos Evangelhos. Afirmou-o hoje o legista espanhol Alfonso
Sánchez Hermosilla, no Congresso anual do Centro Internacional de
Sindonologia, realizado na cidade de Turim, dedicado à atualização sobre
os ‘grandes problemas’ relacionados com o Sudário.
“O Sudário de Oviedo é uma relíquia conservada na Catedral de El
Salvador dessa cidade espanhola; encontra-se na Câmara Santa, utilizada
como capela do palácio durante o reinado de Alfonso II, ‘o Casto’, um
edifício anexo ao palácio e que foi construído com a intenção de abrigar
o Sudário e outras relíquias pelo mesmo rei. ‘Esta tela se encontra
nesta região do norte da Espanha desde os anos 812 ou 842, de acordo com
historiadores’, e a relíquia ‘está confeccionada em linho e tem um
tamanho aproximado de 84×54 centímetros’. A estrutura têxtil da Síndone e
do Sudário ‘tem a mesma composição, concretamentelino, idêntica
espessura de fibras, está costurada a mão e torcida em ‘Z’, embora
tenham sido tecidos de forma diferente: sarja em espinha para a Síndone e
trama ortogonal (tafetá) para o Sudário.”
Por exemplo, as manchas de sangue humano são do mesmo grupo AB na
Síndone de Oviedo e no Santo Sudário de Turim, como pôde constatar o
estudo de Pierluigi Baima Bollone, professor de Medicina Legal na
Universidade de Turim.
Além do mais, as manchas de sangue estão distribuídas de modo
matematicamente igual nas duas relíquias, o que só pode ser explicado
pelo fato de os dois lenços terem coberto o mesmo rosto num mesmo
momento.
O helicrysum é utilizado como cosmético no Oriente Médio há
milhares de anos. No primeiro século da era cristã os judeus o usavam
nos unguentos para envolver os cadáveres, não espantando, pois, sua
presença na mortalha do cadáver do Homem do Sudário.
O Dr. Alfonso Sánchez Hermosillo explicou que “este tipo de pólen
tinha um preço mais alto do que o ouro e demonstra que o cadáver recebeu
o trato conferido a uma pessoa muito influente e poderosa. Segundo os
Evangelhos, utilizou-se uma quantidade importante e custosa de mirra e
de óleos para envolver o corpo de Jesus Cristo”.
Catolicismo — E os cientistas incrédulos?
Nelson Barretto — Barrie
Schwortz, cientista incrédulo e especialista em fotografia, estudou o
Santo Sudário durante 37 anos e hoje tem certeza: é autêntico!
Hebreu não praticante, ele aceitou com relutância participar do Shroud of Turin Research Project — STRUP
(Projeto de Pesquisa sobre o Sudário de Turim). Estava plenamente
convencido de que o Santo Sudário era alguma fraude montada na Idade
Média. Mas, após muitos anos de pesquisa e reflexão, passou a acreditar
em sua autenticidade.
Schwortz concedeu uma entrevista com valiosas informações ao Catholic World Report (CWR):
“Há 37 anos, quando fui à Itália com a equipe do STRUP, eu achava
que era algo falso, algum tipo de pintura medieval. Mas após apenas 10
minutos de análise, percebi que não era uma pintura.
“Enquanto fotógrafo profissional, fui procurar as pinceladas. Mas
não havia tinta nem pinceladas! Durante mais de 17 anos eu me recusei a
aceitar que o Santo Sudário fosse autêntico. O argumento que me fez
mudar de ideia está relacionado com o sangue. O sangue no Sudário é
avermelhado. Porém, o sangue num pano de roupa, em poucas horas fica
marrom ou preto.
“Eu conversei pelo telefone com Alan Adler, um químico
especialista em sangue, e manifestei-lhe minhas reservas. Ele ficou
chocado e perguntou: ‘Mas você não leu o meu estudo?’
“Ele havia detectado uma alta proporção de bilirrubina no Sudário,
fato que explica por que o sangue ficou vermelho. Se um homem é ferido e
não bebe água, seu fígado começa a produzir bilirrubina. Isso faz com
que o sangue fique vermelho para sempre.
“Para mim foi como achar a última peça do quebra-cabeça. Eu não
tinha mais argumentos contra. Essa foi a evidência final que me
convenceu. Não é que uma só evidência prova a autenticidade do Sudário.
Mas todo o conjunto das evidências sim, prova isso.
“Um dos meus testemunhos favoritos em favor da autenticidade do
Sudário é de minha mãe, que é judia. Ela veio da Polônia e só estudou na
escola. Ela assistiu a uma de minhas palestras. Depois, voltando de
carro para casa, após ficar em silêncio um longo tempo, eu lhe
perguntei: — ‘Mãe, no que está pensando?’
“Ela respondeu: — ‘Barrie, é evidente que é autêntico. Eles não o
teriam conservado durante 2.000 anos se não fosse. Pela lei judaica, um
sudário manchado de sangue devia ser mantido no túmulo. Tirando-o dali,
você de fato assumiria o risco de violar a lei.’
“Para mim, a explicação mais plausível sobre o Sudário, do ponto
de vista da ciência e de meus fundamentos pessoais judeus, é de que o
pano foi usado para envolver o corpo de Jesus.”
Catolicismo — Alguma consideração final?
Nelson Barretto — Termino
lembrando o apelo de Nosso Senhor Jesus Cristo para a nossa conversão.
Na Sua infinita bondade e misericórdia, Ele guardou essa relíquia para
que quase 2000 anos depois Sua dolorosa Paixão fosse revelada aos homens
através da ciência. O Santo Sudário é um apelo a este mundo decadente,
que só busca os prazeres da vida e esquece o Amor Misericordioso
manifestado por Nosso Senhor na Sua Paixão e Morte na cruz.
Do alto desta, do divino Semblante do Sudário, Ele repete para todos nós as lamentações do profeta Jeremias: “Ó vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor semelhante à minha dor!” (Jer, I Lam.,12).
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