segunda-feira, 29 de junho de 2015

Exposição do Santo Sudário

[abim]
Revista Catolicismo, Nº 774, junho/2015
Santo Sudario 

Novas provas confirmam a autenticidade do Santo Sudário — o sagrado lençol, venerado em Turim, envolveu verdadeiramente o corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Nosso entrevistado, o jornalista Nelson Ramos Barretto [foto], esteve em Turim como enviado especial de Catolicismo à nova Exposição do Santo Sudário, ocasião rara e de muitas graças para o mundo atual, especialmente para aqueles que têm a felicidade de visitá-lo. Exposta à visitação pública apenas dez vezes nos últimos quatro séculos, a relíquia mais preciosa da Cristandade está sendo contemplada e venerada no Duomo de Turim, Itália, de 19 de abril a 24 de junho de 2015.
Santo Sudario 
Símbolo extraordinário da fé, o sagrado lençol de linho mede 4,5 metros de altura por 1,5 metro de largura, e recolhe, de maneira miraculosa e inexplicável para a ciência, as marcas do corpo de Jesus Cristo depois da crucifixão.
Jornalista, escritor e conferencista, Nelson Ramos Barretto é autor do best-seller Reforma Agrária — o mito e a realidade e de mais cinco livros. Formado pela Universidade de Brasília, é colaborador e jornalista responsável de Catolicismo.

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Catolicismo Quando o senhor esteve em Turim para a visitação do Santo Sudário?

Nelson Barretto Estive logo no início da Exposição, no dia 24 de abril, com o meu amigo Roberto Bertogna, da associação italiana Luci sull’Est, com hora marcada para as 13:15. Embora já conhecêssemos a preciosa relíquia, a chegada a Turim nos causou uma grande emoção. A atmosfera de um lindo dia da primavera parecia cercada pelo sobrenatural. Como preparação, passamos antes na Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora e nos aposentos de São João Bosco, cujo bicentenário de nascimento está sendo comemorado neste ano.
Mesmo com hora marcada, o peregrino passa por muitas filas e corredores. Uma caminhada que só aumenta o desejo de contemplar e venerar a relíquia mais preciosa da Cristandade. No último salão é projetado um filme com os ricos detalhes do Santo Sudário, a Sagrada Face, as marcas da Coroa de espinhos, dos cravos das mãos e dos pés, os vários flagelos, as mechas de barba arrancadas, a abertura do flanco pela lança, a imagem em negativo fotográfico e, por fim, a imagem tridimensional com Nosso Senhor ressuscitando e transpondo os limites do pano. Ao entrarmos na nave central da catedral, o ambiente guardava a penumbra, iluminado somente no alto; e aberto dentro de um imenso quadro de vidro, o tecido claro e fino, quase transparente, do Santo Sudário. Colocamo-nos em oração, e recitamos, pela intercessão da Virgem Dolorosa, esta oração:
“Humildemente prostrado diante de vossa soberana grandeza, ó meu Redentor Jesus Cristo, suplico-Vos a graça de que meditando e venerando de forma correta os mistérios de vossa Paixão, Morte e Ressurreição, tão bem lembrados nesta Sagrada Síndone, na qual o vosso Corpo Santíssimo foi envolvido, possa obter pelos méritos infinitos de vossa bondade, a graça de vossa excelsa misericórdia. “Adoro-Vos, ó imagem augusta de Jesus, estampada com tanto amor e grandeza neste linho precioso. Volvei, ó meu bom Jesus, vossos piedosos olhos para mim! Seja vossa nobre fronte sempre serena para mim! Vossos lábios misericordiosos estejam sempre abertos para mim! Levantai sempre vossas benfazejas e poderosas mãos para abençoar-me! Vosso corpo Santíssimo, impregnado de Sangue precioso, seja para mim força, amor, consolo e alegria, e que o Fogo Celeste, emanado do vosso Coração, inflame o meu coração para Vos amar com todas as potências de minha alma! “Ó Síndone Sagrada, manancial de perenes graças, concedei-me que, trilhando neste mundo a senda dos Mandamentos Divinos, possa merecer a suprema ventura de contemplar-Vos, ó dulcíssimo Jesus, na gloriosa mansão dos bem-aventurados! Assim seja!” Seguido de um Padre-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória ao Pai.
Santo Sudario
“Duomo di Torino”, local da exposição do Santo Sudário
 

Catolicismo Qual a impressão que causa o Santo Sudário?

Nelson Barretto Ele é particularmente emocionante, porque nos apresenta por assim dizer uma fotografia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não se sabe como, mas a exalação do Precioso Sangue, combinada com sais e outros aromas com que Ele foi sepultado, junto com uma forte radiação de Sua Ressurreição, produziram milagrosamente uma imagem no Sudário. E o negativo desta imagem do Sudário dá uma perfeita fotografia de Nosso Senhor Jesus Cristo. De maneira que podemos vê-Lo mais ou menos como se víssemos uma fotografia contemporânea.
Naturalmente a fotografia é de um morto, de um cadáver. E de um cadáver que passou por tomentos inenarráveis antes de morrer, estando, portanto, desfigurado. Não devemos imaginar que em vida Ele tenha sido exatamente assim; foi muito parecido, mas não com as deformações da morte e, sobretudo, de um longo tormento.
Comentando o Santo Sudário, Plinio Corrêa de Oliveira afirmou, em uma conferência em 10 de março de 1973, que aquele sagrado tecido é um reflexo da alma de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eis um trecho:
“Apesar de morto, nota-se entretanto n’Ele uma coisa curiosa: Ele só tinha 33 anos quando morreu, mas para a nossa ótica de homens de hoje, parece muito mais maduro. Eu daria a Ele facilmente 45 anos. Nosso Senhor Jesus Cristo quando morreu tinha 33 anos, a idade perfeita do homem. Ele viveu até a plena maturidade do homem. E aí se têm a noção de uma maturidade absoluta. “Os senhores notam uma decisão enorme e uma maturidade absoluta. Uma pessoa que está inteiramente consciente de tudo quanto pensa, que tem um juízo sumamente maduro, de um lado, e de outro lado uma vontade absolutamente forte e determinada. Ele sabe tudo quanto quer, Ele quer tudo quanto Lhe convém querer. Uma ideia de uma ordem absoluta, de uma varonilidade, de um domínio absoluto de Si.”
Dr. Plinio prossegue, comentando outra impressão que o Sudário causa: a recusa e o horror ao pecado cometido:
“Vendo o Santo Sudário de Turim, impressiona-me a recusa e a repulsa que nele há em relação ao que está próximo. Nosso Senhor contempla a Si próprio, olha o Padre Eterno, e sabe que a seus pés encontra-se Maria Santíssima — cor unum et anima una [coração e alma unidos a Ele]. “Não vejo naquelas pálpebras cerradas o menor sinal de compaixão. Tenho a impressão de que elas se cerraram em recusa e em horror ao pecado que os homens cometeram. Na Sagrada Face notam-se as marcas dos golpes que recebeu, seus cabelos estão rarefeitos e desordenados. Ele foi maltratado de todos os modos. Percebe-se Seu protesto diante de tudo isso, mas também Sua dignidade.” O eminente pensador católico fala também da extraordinária sacralidade do Santo Sudário:
“Os senhores não terão dificuldade em perceber a suma responsabilidade desta figura, e a segurança de Si. Olhando para a Sagrada Face, tem-se a impressão de lembrar aquele episódio do Evangelho quando os algozes que O iam prender [perguntaram] se Ele era Jesus Nazareno. E Ele respondeu: ‘Sou Eu!’, e todos aqueles que O iam prender caíram com a face no chão. Tal era a Sua majestade, a Sua segurança.
“Esta resposta ‘Sou Eu!’ lembra a definição que Deus deu de Si mesmo a Moisés, quando Ele apareceu numa sarça ardente. Moisés perguntou quem Ele era. Ele disse: ‘Eu sou Aquele que é!’. Se disséssemos que esta figura [do Santo Sudário] se define assim: ‘Eu sou Aquele que é!’, estaria absolutamente definida, porque é uma comunicação com o todo absoluto, uma posse do todo absoluto, uma segurança de Si por onde se vê que Ele é o padrão e a medida de todas as coisas, e que julga, como Rei e como Deus, todas as coisas em função de Si mesmo, o que é uma verdadeira maravilha.
“Ao mesmo tempo nós entrevemos o que poderia ter de divinamente suave e afável no Seu olhar. O que poderia haver de supremamente afável na linguagem e no timbre de Sua voz. É a coexistência de todas as virtudes, de todas as perfeições, em todos os graus que possam caber na natureza, como reflexo da natureza divina ligada a Ele pela união hipostática.
“De outro lado, é interessante os senhores notarem a severidade da expressão. Nosso Senhor morreu vítima de um crime atroz. Do pior de todos os crimes, o crime do deicídio produzido e operado pelo maior tormento de que há notícia na História.
“Os senhores olham para esta fisionomia, os senhores veem que Ele está como um Juiz diante de seus algozes. E que há uma rejeição, uma censura, um desacordo, e uma condenação àqueles que O mataram, expressa aí, que é uma coisa verdadeiramente divina. Como quem diz: ‘Eu sou a Lei, Eu sou o Juiz, e Eu sou a Vítima! E julgo a esses três títulos o crime que contra Mim foi praticado’. Quer dizer, é verdadeiramente majestoso e assombroso.”
"Duomo di Torino", local da exposição do Santo Sudário
Público venera o Santo Sudário em Turim

Catolicismo Mesmo provada a autenticidade do tecido que envolveu Jesus Cristo, alguns cientistas teimam em desmenti-la. O resultado do teste do carbono 14 esta comprovadamente errado?

Nelson Barretto Há uma incessante campanha para negar a autenticidade do tecido como tendo origem no tempo de Nosso Senhor; tais opositores dizem tratar-se de uma falsificação produzida na Idade Média. Os testes realizados em 1988 com carbono 14 são atualmente contestados pela comunidade científica internacional. Cabe realçar que o Santo Sudário escapou diversas vezes da destruição, correndo o risco de desaparecer. Segundo Vittorio Messori, o incêndio ocorrido em 1998 pode fazer parte de “um complô internacional” visando destruir o sagrado tecido (vide Catolicismo, nº 570, junho de 1998).
"Duomo di Torino", local da exposição do Santo Sudário
O flagelo utilizado foi o que se usava no Império Romano, composto de duas ou três correias de couro, terminando em pequenos ossos de pontas agudas, ou em pequenas travas de chumbo com duas bolas nas extremidades

Catolicismo O senhor poderia apontar para nossos leitores algumas das descobertas científicas da autenticidade do Santo Sudário?

Nelson Barretto A primeira análise médico-científica sobre o Sudário, tornada pública foi feita pelo Dr. Pierre Barbet em 1932. Suas conclusões, descritas no livro A paixão de Cristo segundo o cirurgião (Ed. Loyola, São Paulo, 1976), são impressionantes:
– na face havia sinais de contusões, o nariz estava fraturado na cartilagem descolado do osso;
– no corpo foram contados 120 sinais de golpes de açoite, produzidos por dois flageladores, um de cada lado da vítima;
– o flagelo utilizado foi o que se usava no Império Romano, composto de duas ou três correias de couro, terminando em pequenos ossos de pontas agudas, ou em pequenas travas de chumbo com duas bolas nas extremidades;
– duas chagas marcavam o ombro direito e o omoplata esquerdo; – o peito, muito saliente, denotava a terrível asfixia suportada durante a agonia;
– os pulsos apareciam perfurados, tendo o prego perfurante secionado em parte o nervo mediano, fazendo contrair o polegar para dentro da palma da mão;
– pela curvatura das pernas e as perfurações nos pés, tem-se a nítida impressão de que o esquerdo foi sobreposto ao direito e presos ao madeiro por um único prego;
– os dois joelhos estavam chagados;
– havia um sinal de sangramento, produzido por uma grande ferida, no lado direito do tórax;
– por fim, havia 50 perfurações na fronte, cabeça e nuca, compatíveis com uma coroação de espinhos…
Não havia mais dúvidas!
Era uma constatação científica, totalmente coerente com a descrição evangélica da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tratava-se realmente do Santo Sudário que envolvera o corpo do Redentor, quando Ele foi descido da cruz para ser sepultado.

Catolicismo — Um cético ou um ateu poderiam perguntar: Aqueles sinais sobre o pano não teriam sido pintados por algum hábil falsificador para que os homens acreditassem tratar-se de Jesus Cristo?

Nelson Barretto Como São Tomé, a ciência “tocou a mão na chaga” para crer. Nos Estados Unidos formou-se um grupo de investigação científica, que em 1978 foi até Turim com 40 toneladas de aparelhagem. Os cientistas realizaram uma série de exaustivos e prolongados exames. Dentre os vários testes aplicados, cumpre destacar fotos e microscopia eletrônica, raio-X, espectroscopia, fluorescência ultravioleta, termografia e análises químicas.
Os resultados dos exames laboratoriais demonstraram que o desenho que aparecia no pano não poderia absolutamente ter sido feito por mãos humanas.
Até agora não foi explicada a formação da imagem no Sudário. Não se trata de pintura nem da compressão do tecido sobre o corpo de um cadáver. A hipótese mais provável, levantada por alguns cientistas, sugere que ela foi produzida numa fração de segundos semelhante ao clarão de uma explosão nuclear como a ocorrida com o clarão da bomba de Hiroshima que imprimiu a imagem de uma válvula na parede de um tanque de gás.
As manchas de sangue que marcam o tecido estão gravadas em positivo, ao contrário do restante da imagem, que está em negativo. Trata-se realmente de sangue humano, de tipo sanguíneo AB — exatamente o mesmo encontrado no famoso milagre de Lanciano, na Itália.
O criminologista e botânico suíço, Max Frei, identificou no tecido células de pólen de 49 plantas diferentes. Elas são originárias da Palestina, da Turquia e da Europa, exatamente as regiões percorridas pelo Santo Sudário.
Foram verificados dois objetos circulares colocados sobre os olhos. Trata-se de duas moedas: a primeira, o dilepto lituus, produzido na Palestina no governo de Pôncio Pilatos entre os anos 29 e 32 d.C. A segunda moeda foi cunhada em 29 d.C. por Pilatos em homenagem a Júlia, mãe do imperador romano Tibério. Fazia parte dos ritos funerários judaicos na época de Jesus colocar moedas sobre os olhos do morto, para manter as pálpebras fechadas. Elas também confirmam as datas dos Evangelhos: “Era o ano décimo quinto do reinado do Imperador Tibério César, Pôncio Pilatos era governador da Judéia” (Lc. 3, 1).
E descobriram também a milagrosa impressão tridimensional do tecido. Dois oficiais da Força Aérea norte-americana, John Jackson e Eric Jumper, analisando o Sudário, perceberam que a figura foi impressa de maneira tridimensional, de tal forma que é possível conhecer a distância entre o tecido e as diversas partes do corpo. Para a reconstituição da tridimensionalidade, utiliza-se um aparelho chamado VP-8. Jackson e Jumper tomaram uma simples fotografia do Sudário e a introduziram no aparelho. Qual não foi o espanto deles ao constatar que se constituiu uma imagem tridimensional e que esta parecia emergir gradativamente do pano como na ressurreição. Eles exclamaram: Cristo ressuscitou!  

Catolicismo E o controvertido teste do carbono 14?

Nelson Barretto Em outubro de 1988, em conferência no British Museum, uma equipe de Oxford, com a estranha aquiescência do então arcebispo de Turim, Cardeal Balestrero, declarou que a análise do carbono 14 indicava que o tecido era de origem medieval, tendo sido produzido entre os anos 1260 e 1390. Uma falsificação? O espanto foi geral, pois a ciência parecia entrar em contradição com tudo o que ficara demonstrado anteriormente. O Sudário já havia passado por milhares de testes. De todos os experimentos, somente o do carbono 14 contestou a autenticidade da peça.
o flagelo utilizado foi o que se usava no Império Romano, composto de duas ou três correias de couro, terminando em pequenos ossos de pontas agudas, ou em pequenas travas de chumbo com duas bolas nas extremidades 
Todavia, a ideia de falsificação está agora totalmente descartada. O cientista russo Dimitri Kouznetsov provou que os dados do carbono 14 estavam errados, em consequência do incêndio a que o Santo Sudário esteve exposto em 1532. Na mesma linha, o principal responsável pela datação do Sudário como tecido medieval, Harry Gove, admitiu que a contaminação que o pano sofreu ao longo dos séculos podia ter falseado os resultados.
Dr. Leôncio Garça-Valdez, professor de microbiologia da Universidade do Texas, demonstrou que existem determinados tipos de bactérias que produzem um revestimento bioplástico sobre artefatos antigos que distorce o processo de datação pelo carbono (Garça-Valdez, Leôncio, O DNA de Deus? Ed. Mandarim, São Paulo, 2000).
O próprio coordenador dos testes científicos e diretor do Museu Britânico, o Michael Tite [foto], em carta dirigida ao professor Lugi Gonella, consultor técnico do Arcebispado de Turim, reconheceu que o carbono 14 não oferece prova alguma a favor de sua tese e confessa que “houve intenção deliberada de enganar o público”.  

Catolicismo E os estudos e pesquisas continuam?

Nelson Barretto No dia 2 de maio, foi publicado em Turim um artigo de Andrea Tornielli no Vatican Insider, mostrando que as manchas de sangue do Sudário de Oviedo coincidem com as do Sudário de Turim. Uma prova a mais! Veja:
“‘Do ponto de vista da antropologia forense e da medicina legal, toda a informação trazida à luz pela investigação científica’ sobre a Síndone de Turim e o Sudário de Oviedo, ‘é compatível com a hipótese de que a Síndone e o Sudário cobriram o cadáver da mesma pessoa’, com todos os traumatismos e as lesões que Jesus de Nazaré sofreu, segundo a narrativa dos Evangelhos. Afirmou-o hoje o legista espanhol Alfonso Sánchez Hermosilla, no Congresso anual do Centro Internacional de Sindonologia, realizado na cidade de Turim, dedicado à atualização sobre os ‘grandes problemas’ relacionados com o Sudário.
“O Sudário de Oviedo é uma relíquia conservada na Catedral de El Salvador dessa cidade espanhola; encontra-se na Câmara Santa, utilizada como capela do palácio durante o reinado de Alfonso II, ‘o Casto’, um edifício anexo ao palácio e que foi construído com a intenção de abrigar o Sudário e outras relíquias pelo mesmo rei. ‘Esta tela se encontra nesta região do norte da Espanha desde os anos 812 ou 842, de acordo com historiadores’, e a relíquia ‘está confeccionada em linho e tem um tamanho aproximado de 84×54 centímetros’. A estrutura têxtil da Síndone e do Sudário ‘tem a mesma composição, concretamentelino, idêntica espessura de fibras, está costurada a mão e torcida em ‘Z’, embora tenham sido tecidos de forma diferente: sarja em espinha para a Síndone e trama ortogonal (tafetá) para o Sudário.”
Por exemplo, as manchas de sangue humano são do mesmo grupo AB na Síndone de Oviedo e no Santo Sudário de Turim, como pôde constatar o estudo de Pierluigi Baima Bollone, professor de Medicina Legal na Universidade de Turim.
Além do mais, as manchas de sangue estão distribuídas de modo matematicamente igual nas duas relíquias, o que só pode ser explicado pelo fato de os dois lenços terem coberto o mesmo rosto num mesmo momento.
O helicrysum é utilizado como cosmético no Oriente Médio há milhares de anos. No primeiro século da era cristã os judeus o usavam nos unguentos para envolver os cadáveres, não espantando, pois, sua presença na mortalha do cadáver do Homem do Sudário.
O Dr. Alfonso Sánchez Hermosillo explicou que “este tipo de pólen tinha um preço mais alto do que o ouro e demonstra que o cadáver recebeu o trato conferido a uma pessoa muito influente e poderosa. Segundo os Evangelhos, utilizou-se uma quantidade importante e custosa de mirra e de óleos para envolver o corpo de Jesus Cristo”. 
Santo Sudário de Oviedo (Espanha)
Santo Sudário de Oviedo (Espanha)

Catolicismo E os cientistas incrédulos?

Nelson Barretto Barrie Schwortz, cientista incrédulo e especialista em fotografia, estudou o Santo Sudário durante 37 anos e hoje tem certeza: é autêntico!
Hebreu não praticante, ele aceitou com relutância participar do Shroud of Turin Research ProjectSTRUP (Projeto de Pesquisa sobre o Sudário de Turim). Estava plenamente convencido de que o Santo Sudário era alguma fraude montada na Idade Média. Mas, após muitos anos de pesquisa e reflexão, passou a acreditar em sua autenticidade.
Schwortz concedeu uma entrevista com valiosas informações ao Catholic World Report (CWR):
“Há 37 anos, quando fui à Itália com a equipe do STRUP, eu achava que era algo falso, algum tipo de pintura medieval. Mas após apenas 10 minutos de análise, percebi que não era uma pintura.
“Enquanto fotógrafo profissional, fui procurar as pinceladas. Mas não havia tinta nem pinceladas! Durante mais de 17 anos eu me recusei a aceitar que o Santo Sudário fosse autêntico. O argumento que me fez mudar de ideia está relacionado com o sangue. O sangue no Sudário é avermelhado. Porém, o sangue num pano de roupa, em poucas horas fica marrom ou preto.
“Eu conversei pelo telefone com Alan Adler, um químico especialista em sangue, e manifestei-lhe minhas reservas. Ele ficou chocado e perguntou: ‘Mas você não leu o meu estudo?’
“Ele havia detectado uma alta proporção de bilirrubina no Sudário, fato que explica por que o sangue ficou vermelho. Se um homem é ferido e não bebe água, seu fígado começa a produzir bilirrubina. Isso faz com que o sangue fique vermelho para sempre.
“Para mim foi como achar a última peça do quebra-cabeça. Eu não tinha mais argumentos contra. Essa foi a evidência final que me convenceu. Não é que uma só evidência prova a autenticidade do Sudário. Mas todo o conjunto das evidências sim, prova isso.
“Um dos meus testemunhos favoritos em favor da autenticidade do Sudário é de minha mãe, que é judia. Ela veio da Polônia e só estudou na escola. Ela assistiu a uma de minhas palestras. Depois, voltando de carro para casa, após ficar em silêncio um longo tempo, eu lhe perguntei: — ‘Mãe, no que está pensando?’
“Ela respondeu: — ‘Barrie, é evidente que é autêntico. Eles não o teriam conservado durante 2.000 anos se não fosse. Pela lei judaica, um sudário manchado de sangue devia ser mantido no túmulo. Tirando-o dali, você de fato assumiria o risco de violar a lei.’
“Para mim, a explicação mais plausível sobre o Sudário, do ponto de vista da ciência e de meus fundamentos pessoais judeus, é de que o pano foi usado para envolver o corpo de Jesus.”  

Catolicismo Alguma consideração final?
Nelson Barretto Termino lembrando o apelo de Nosso Senhor Jesus Cristo para a nossa conversão. Na Sua infinita bondade e misericórdia, Ele guardou essa relíquia para que quase 2000 anos depois Sua dolorosa Paixão fosse revelada aos homens através da ciência. O Santo Sudário é um apelo a este mundo decadente, que só busca os prazeres da vida e esquece o Amor Misericordioso manifestado por Nosso Senhor na Sua Paixão e Morte na cruz.
Do alto desta, do divino Semblante do Sudário, Ele repete para todos nós as lamentações do profeta Jeremias: “Ó vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor semelhante à minha dor!” (Jer, I Lam.,12).

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