Por Mathias von Gersdorff
Vivemos numa
época em que infelizmente muitos clérigos se prontificam a jogar pela
janela verdades elementares da Fé ou da doutrina católica. A razão para
essa atitude lamentável é com frequência o medo do sarcasmo ou de uma
recusa agressiva.
Muitos sentem dificuldade até mesmo de qualificar a prática da homossexualidade como pecado, pois temem ser criticados por isso.
Tais clérigos — e também leigos — deveriam levar em consideração que sempre foi difícil defender a moral sexual católica na esfera pública. Em praticamente todos os tempos, os defensores da moral poderiam ter certeza de que colheriam desprezo e até mesmo ódio.
Contudo, é nosso dever defender a moral sexual também na esfera pública.
Para tal, é valioso ter diante dos olhos o exemplo dos mártires.
Um deles, especialmente sublime, nos foi dado por Santa Inês, Virgem e Mártir de Roma, por volta do ano 250.[quadro acima]
Assim relata o Dicionário dos Santos (Heiligenlexikon): “A nobre romana recusou o pedido de casamento do filho do prefeito municipal Sinfrônio, alegando que já estava noiva. Perguntada diversas vezes pelo jovem quem seria seu noivo, respondeu afinal que era Jesus Cristo. Inês foi então levada perante o tribunal, porém todos os argumentos, pedidos e ameaças do juiz não conseguiram abalar a sua constância.”
Santa Inês queria portanto viver como virgem, resolução considerada insuportável na época, e por isso conduziram-na às barras do tribunal.
Em nossos dias isso não se daria dessa forma e sacerdotes são tachados de criminosos por guardarem o celibato. Durante o assim chamado debate sobre os casos de abuso de menores, afirmou-se mais ou menos em muitas mídias que o celibato levaria à pedofilia. Uma atmosfera semelhante deve ter havido durante a vida de Santa Inês, para que a conduzissem aos tribunais. No entanto, isso lhe era indiferente: ela permaneceu firme, embora tivesse apenas 12 anos de idade.
Atualmente uma criança de 12 anos – sobretudo se fosse conhecida como Inês, que descendia de família nobre – dificilmente seria levada aos tribunais. Porém, quando sua decisão se tornasse pública, seus pais deveriam recear serem acusados de fanatismo religioso e de perder a guarda legal da filha. No mínimo, algumas mídias iriam começar contra eles uma campanha de difamação.
Por fim, o tribunal condenou Inês à prostituição. Hoje o berreiro midiático exigiria que Inês se “emancipasse” e se “conscientizasse” de sua “autodeterminação sexual”. De acordo com essa “autodeterminação”, ela deveria experimentar todas as formas possíveis de atividade sexual. Simplesmente a única coisa que não lhe seria permitida é a prática da castidade. Caso ela se declarasse abertamente a favor da virgindade, continuaria a ser atacada até ser inteiramente excluída da sociedade. Em todo o caso, seria “executada” publicamente.
Inês foi mandada para um bordel. O que aconteceu lá? “O filho do prefeito procurou-a juntamente com outros companheiros; cegados, tiveram de recuar; quando quis tocar em Inês, caiu morto ao solo, estrangulado por um espírito maligno. Trazido de volta à vida por uma oração de Inês, denunciou-a como feiticeira.”
Essa passagem é notável sob vários aspectos: Deus permitiu um milagre para proteger a virtude de Inês, mas não impediu com isso que cessasse a perseguição! Enquanto houver cristãos sobre a Terra, haverá perseguição. De fato, Deus envia ajuda e proteção, porém as perseguições jamais cessarão inteiramente.
Inês foi então denunciada como bruxa. Hoje em dia existe um extenso catálogo de acusações contra aqueles que defendem a moral sexual católica: homofobia, transfobia, sexismo, fanatismo religioso, catocanibalismo, relidiocia etc. O resultado de tais denúncias é praticamente certo: a execução pública e o isolamento.
Tais clérigos — e também leigos — deveriam levar em consideração que sempre foi difícil defender a moral sexual católica na esfera pública. Em praticamente todos os tempos, os defensores da moral poderiam ter certeza de que colheriam desprezo e até mesmo ódio.
Contudo, é nosso dever defender a moral sexual também na esfera pública.
Para tal, é valioso ter diante dos olhos o exemplo dos mártires.
Um deles, especialmente sublime, nos foi dado por Santa Inês, Virgem e Mártir de Roma, por volta do ano 250.[quadro acima]
Assim relata o Dicionário dos Santos (Heiligenlexikon): “A nobre romana recusou o pedido de casamento do filho do prefeito municipal Sinfrônio, alegando que já estava noiva. Perguntada diversas vezes pelo jovem quem seria seu noivo, respondeu afinal que era Jesus Cristo. Inês foi então levada perante o tribunal, porém todos os argumentos, pedidos e ameaças do juiz não conseguiram abalar a sua constância.”
Santa Inês queria portanto viver como virgem, resolução considerada insuportável na época, e por isso conduziram-na às barras do tribunal.
Em nossos dias isso não se daria dessa forma e sacerdotes são tachados de criminosos por guardarem o celibato. Durante o assim chamado debate sobre os casos de abuso de menores, afirmou-se mais ou menos em muitas mídias que o celibato levaria à pedofilia. Uma atmosfera semelhante deve ter havido durante a vida de Santa Inês, para que a conduzissem aos tribunais. No entanto, isso lhe era indiferente: ela permaneceu firme, embora tivesse apenas 12 anos de idade.
Atualmente uma criança de 12 anos – sobretudo se fosse conhecida como Inês, que descendia de família nobre – dificilmente seria levada aos tribunais. Porém, quando sua decisão se tornasse pública, seus pais deveriam recear serem acusados de fanatismo religioso e de perder a guarda legal da filha. No mínimo, algumas mídias iriam começar contra eles uma campanha de difamação.
Por fim, o tribunal condenou Inês à prostituição. Hoje o berreiro midiático exigiria que Inês se “emancipasse” e se “conscientizasse” de sua “autodeterminação sexual”. De acordo com essa “autodeterminação”, ela deveria experimentar todas as formas possíveis de atividade sexual. Simplesmente a única coisa que não lhe seria permitida é a prática da castidade. Caso ela se declarasse abertamente a favor da virgindade, continuaria a ser atacada até ser inteiramente excluída da sociedade. Em todo o caso, seria “executada” publicamente.
Inês foi mandada para um bordel. O que aconteceu lá? “O filho do prefeito procurou-a juntamente com outros companheiros; cegados, tiveram de recuar; quando quis tocar em Inês, caiu morto ao solo, estrangulado por um espírito maligno. Trazido de volta à vida por uma oração de Inês, denunciou-a como feiticeira.”
Essa passagem é notável sob vários aspectos: Deus permitiu um milagre para proteger a virtude de Inês, mas não impediu com isso que cessasse a perseguição! Enquanto houver cristãos sobre a Terra, haverá perseguição. De fato, Deus envia ajuda e proteção, porém as perseguições jamais cessarão inteiramente.
Inês foi então denunciada como bruxa. Hoje em dia existe um extenso catálogo de acusações contra aqueles que defendem a moral sexual católica: homofobia, transfobia, sexismo, fanatismo religioso, catocanibalismo, relidiocia etc. O resultado de tais denúncias é praticamente certo: a execução pública e o isolamento.
Santa Inês deveria ser queimada viva no estádio de Domiciano. Com
isso queriam estabelecer um exemplo, como acontece em nossos dias com
alguém que critica a homossexualidade. Mas Deus não o permitiu e operou
novamente um milagre: as chamas recuaram.
Finalmente cortaram-lhe a garganta com uma espada. Essa morte tem um
alto valor simbólico, porque assim eram mortos os cordeiros. É o que
explica o fato de Santa Inês ser representada nos quadros na companhia
de um cordeiro. Por sua vez, o cordeiro é símbolo da entrega humilde,
como foi a de Inês à vontade divina.
Após sua morte Inês tornou-se logo famosa e muito venerada. Também nisso ela é um exemplo: Deus torna famosos aqueles que desprezam as glórias do mundo.
Os clérigos – e também todos os cristãos – não devem se esquecer disso: defendendo a moral sexual da Igreja, não esperem alcançar glórias mundanas, mas sim desprezo e sarcasmo. Quanto à verdadeira glória, Deus cuidará dela.
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Após sua morte Inês tornou-se logo famosa e muito venerada. Também nisso ela é um exemplo: Deus torna famosos aqueles que desprezam as glórias do mundo.
Os clérigos – e também todos os cristãos – não devem se esquecer disso: defendendo a moral sexual da Igreja, não esperem alcançar glórias mundanas, mas sim desprezo e sarcasmo. Quanto à verdadeira glória, Deus cuidará dela.
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Tradução de Renato Murta de Vasconcelos
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