A revista Catolicismo deste mês (Nº 775) publicou a declaração (que segue abaixo) do Dr. Calvin Beisner [foto] a respeito da recente Encíclica do Papa Francisco, Lautato Si.
O renomado acadêmico norte-americano é fundador e porta-voz nacional da Cornwall Alliance for the Stewardship of Creation. É
autor de quatro obras sobre população, recursos, economia e meio
ambiente, além de oito outras obras; contribuiu para mais de 30 livros e
publicou centenas de artigos.
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“Devo dizer que a versão oficial da Encíclica saiu apenas há algumas horas e que não tive ainda oportunidade de lê-la inteira. Mas, antes de tudo, meu pensamento é de que a própria mudança climática, embora tratada de modo muito proeminente pela maioria dos meios de comunicação que se ocuparam da Encíclica, na verdade, aproveita apenas um ou dois por cento do texto, as seções 23 a 26, que especificamente tratam do clima.
É interessante notar que, a cada secção numerada, encontramos uma média de 1,4 notas, mas não traz nenhuma nota nas secções que versam sobre o clima. E nem apresenta as fontes para as afirmações, alertando sobre um aquecimento causado por emissões humanas de CO².
Julgo quase inevitável a Encíclica fornecer combustível para o movimento alarmista quanto ao aquecimento global, apesar de não haver sustentação em dados empíricos. Portanto, creio que esse movimento faria um uso “criativo” da Encíclica.
Grande parte do movimento ambientalista é fortemente esquerdista em suas perspectivas políticas e econômicas e há muitos resquícios da velha “teologia da libertação” na Encíclica.
Minha objeção fundamental a todas as recomendações para se tentar reduzir o chamado aquecimento global pela redução do uso de combustíveis fósseis (e, portanto, das emissões de CO²), é de que isso prejudicará os pobres em todo o mundo muito mais do que qualquer mudança climática. Do ponto de vista econômico, aumentará o preço da energia, o que fará subir o preço de tudo, prejudicando especialmente os pobres e retardando o seu desenvolvimento econômico. Muitas pessoas serão lançadas fora do mercado do trabalho, os salários dos que trabalham diminuirão e os preços dos bens que eles precisam comprar irão aumentar. Isso significa que você estará empurrando para baixo da linha de pobreza muitos dos que estão um pouco acima dela, e lançando as que estão bem acima para baixo, em direção a ela. Não existe virtude moral nisso.
As alegações de que o perigoso aquecimento global seja provocado pelo homem são falsas. A evidência empírica mostra que os modelos [nos quais tal asserção se baseia] estão errados.
As recomendações da Encíclica poderão ter um efeito precisamente oposto para os quais o Pontífice indica”.
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