[ipco]
Um leitor nos envia uma pergunta a respeito do artigo “No estado do Texas: Batalha contra Lúcifer”,
publicado há pouco menos de duas semanas no site do IPCO, o qual relata
a campanha da TFP norte-americana que mobilizou muitos aderentes contra
a inauguração de um templo luciferino, no dia 30 de outubro, na cidade
de Houston (EUA). A pergunta merece especial atenção, considerando o
momento presente em que vários leitores podem estar se indagando o que
pensar em face do que vem sendo executado em nome da propalada
“liberdade religiosa”.
***
Pergunta — “Qual
é a opinião da instituição de vocês quanto à liberdade de culto para
religiões não cristãs, como o judaísmo e o Islã? Na opinião de vocês, o
governo da nação cristã deveria permitir a convivência pacífica com
pessoas não cristãs?”
IPCO
— A pergunta é feita especificamente a propósito do judaísmo e do Islã,
mas o próprio autor a estende para as pessoas não cristãs em geral.
Nossa
instituição — o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira — embora não sendo
uma associação religiosa, é constituída de católicos praticantes,
conforme facultado pelo Código de Direito Canônico, os quais, portanto,
se guiam pela doutrina e as leis da Igreja Católica. A pergunta do
consulente equivale, pois, a perguntar o que a doutrina católica ensina a
respeito.
Há duas situações diversas a considerar: uma é a situação de Cristandade, outra a situação do Estado laico, que se estabeleceu hoje praticamente em quase todas as nações do Ocidente.
Numa situação de Cristandade,
em que a imensíssima maioria da população é católica e o Estado é
confessional, a Igreja deve proteger a fé dos seus fieis e, portanto,
interditar o proselitismo dos não católicos, para que estes não molestem
a fé dos católicos. Nessa situação, a Igreja concedia aos não católicos
a faculdade de realizar seu culto inter parietes domesticas, não porém o culto público. Os locais de culto não deveriam ter aparência externa de igreja.
No caso dos Estados laicos,
como os que se disseminaram, após a Revolução Francesa, por quase toda
parte, os governos apregoam a total liberdade de culto, qualquer que
seja a religião. Na verdade, historicamente essa posição tem se revelado
falsa e farisaica porque, uma vez instalado, o Estado laico tenta impor
a toda a população princípios opostos ao Cristianismo.
É o que assistimos no Brasil de hoje, em que todos os princípios da Moral católica e da Doutrina social da Igreja — consubstanciados nos Dez Mandamentos da Lei de Deus que exprimem a própria Lei natural,
inserida por Deus na alma humana e postulada pela própria natureza
racional do homem — vão sendo meticulosamente combatidos e
paulatinamente substituídos por princípios imorais, liberais e
revolucionários. Para não ir mais longe, lembramos a malfadada Ideologia de Gênero, que o governo brasileiro vem tentando introduzir obrigatoriamente nos currículos escolares.
E
assim, a Igreja hoje, no Brasil, considerada na sua moral e nos seus
princípios fundamentais, já se encontra na situação de perseguida. À
nação brasileira se aplica mais bem a classificação de nação ex-cristã,
e os bons católicos devem lutar corajosamente pela salvaguarda de seus
princípios mais sagrados. Nesta luta, é possível – e muitas vezes
necessário – aceitar de bom grado a colaboração de todos, mesmo não
cristãos que ainda conservem respeito por esses princípios básicos da
Lei natural.
Assim sendo, a luta
entre o bem e o mal em nossos dias assumiu nova configuração, que pede
uma união entre todos que se dispõem a lutar pela boa causa. Por
exemplo, a luta em favor da família, contra o aborto, pelos dois
Mandamentos que protegem a propriedade privada (o 7° e o 10º), e assim
por diante.
Foi o que levou a TFP
norte-americana a organizar um protesto de seus conterrâneos — e a ele
aderiram vários protestantes — contra a instalação de um templo
luciferino, no estado do Texas, uma vez que o culto satânico propugna
diametralmente o contrario dos princípios da Lei natural e da
racionalidade humana, ou seja, o reinado de Satanás sobre o mundo.
Uma religião que cultua Lúcifer dá bem a medida dos abismos a que o Estado laico chegou!
INSTITUTO PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA
18 de Novembro de 2015
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