14 Nov. 15
Por Walter Sánchez Silva
ROMA, (ACI).-
O
exército francês informou aos encarregados da segurança do Papa
Francisco que sua próxima visita à República Centro-Africana é “de alto
risco” devido à violência dos constantes enfrentamentos no país.
Assim o indicou o jornal francês ‘Le Monde’, o qual manifestou que
atualmente “há uma discussão em entre o Vaticano e Paris a fim de tentar
convencer de diminuir ou inclusive anular esta visita”, programada para
os dias 29 e 30 de novembro; logo após a visita do Pontífice ao Quênia e
a Uganda, em sua primeira visita à África.
Com relação a este tema, o Subdiretor da Sala de Imprensa do Vaticano,
Pe. Ciro Benedettini, assinalou em 12 de novembro aos meios de
comunicação que “esta é uma decisão que deve ser tomada pelo Papa. Pelo
menos até anteontem, achávamos que se não acontecesse nada, (o Santo
Padre) iria” à República Centro-Africana.
Os franceses têm nesse país um grupo de 900 soldados da chamada operação
Sangaris, a qual está encarregada de cuidar do aeroporto de Bangui, a
fim de garantir a chegada de material de emergência e as saídas médicas.
A segurança de todo o país está nas mãos da missão MINUSCA da ONU,
integrada por 9 mil soldados e 1.500 policiais, os quais não são
suficientes para manter a paz entre a frente muçulmana Seleka e o
Anti-Balaka, este último formado por cristãos e animistas.
Desde o dia 1º de outubro, informa o jornal ABC da Espanha, devido aos
enfrentamentos, morreram mais de 70 pessoas e outras 300 ficaram
feridas.
O governo provisório, presidido por Catherine Samba Panza, devia ter
convocado eleições gerais para o dia 13 de novembro, mas não conseguiu,
deixando para essa data apenas o referendum para a nova constituição.
Além disso, devido à violência, continuam refugiados milhares de
centro-africanos nos países limítrofes. O jornal ‘Le Monde’ assinalou
também que a visita do Papa “atrairia centenas de milhares de crentes
dos países vizinhos, cuja chegada tornaria ainda mais frágil o país que
está em ruínas”.
O governo de Catherine quer que a visita de Francisco promova a paz e essa é também uma das razões pelas que o Papa quer ir.
No dia 1º de novembro, durante a oração do Ângelus, o Santo Padre
expressou sua preocupação pelos fatos de violência ocorridos na
República Centro-Africana e afirmou: “A fim de manifestar a proximidade e
as orações de toda a Igreja
a esta nação angustiada e atormentada e para exortar todos os
centro-africanos a serem sempre testemunho de misericórdia e de
reconciliação, no domingo 29 de novembro tenho o prazer de abrir a porta
Santa da Catedral de Bangui, durante a Viagem Apostólica que espero
poder realizar nessa nação”.
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