quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Em Cristo, a possibilidade de uma vida realmente nova


Considerações sobre Cl 2,12-14


1. “Com Cristo fostes sepultados no batismo; com ele também fostes ressuscitados por meio da fé no poder de Deus, que ressuscitou a Cristo dentre os mortos”. – Nunca será demais repetir e incutir no coração do Povo de Deus que os sacramentos não são simples cerimônias. Ele são os sagrados mistérios, que realizam em cada cristão e na Igreja toda o mistério do próprio Cristo Jesus. É o caso do Batismo, de que fala o Apóstolo aqui: realmente por obra do “Poder de Deus” (que é o Espírito Santo), fomos realmente sepultados com Cristo e com ele, ressuscitados. Primeiro cremos (“por meio da fé”, diz São Paulo).
Crendo, pedimos o Batismo, que nos dá o Santo Espírito, simbolizado pela água. O que esse Espírito faz em nós? Faz-nos participantes primeiramente da morte de Cristo, mergulha-nos na sua morte: 1. O homem velho começa a morrer em nós, pois a presença do Espírito abre-nos para Deus, corrigindo o fechamento próprio da nossa natureza pecadora. 2. As mortes (contradições e negatividades) da vida, vamos agora vivenciando-as em união com Cristo, vamos morrendo com ele, fazendo de tudo isso uma participação na sua morte. 3. Mas também com ele tudo isso vai se tornando vida nova, vida que já nos prepara para a Vida eterna. É um mistério estupendo: já neste mundo, desde o Batismo, a Páscoa de Cristo vai acontecendo em nós, fazendo seu caminho na nossa vida – e isto é uma realidade enorme na nossa pobre vida.

2. “Ora, vós estáveis mortos por causa dos vossos pecados, e vossos corpos não tinham recebido a circuncisão, até que Deus vos trouxe para a vida, junto com Cristo, e a todos nós perdoou os pecados”. É a confirmação do que afirmei logo acima: estávamos numa vida de morte, pois o pecado, a vida sem Deus nos mata ao tirar o verdadeiro sentido da existência. Viver longe de Deus é viver na ilusão, na superficialidade, na morte. Quando São Paulo diz que nossos corpos não tinham recebido a circuncisão, ele recorda que os efésios, como também nós, não sendo judeus, não tínhamos a graça de ser povo da aliança. Ora, com Cristo, o importante não é mais ser judeu ou grego, escravo ou livre: o que importa é, pela fé, aderir a Cristo e nele ser batizados, sendo nele mortos e ressuscitados!
3. “Existia contra nós uma conta a ser paga, mas ele a cancelou, apesar das obrigações legais, e a eliminou, pregando-a na cruz”. – O Apóstolo recorda a gravidade da situação humana: havia contra nós uma sentença de morte. Cristo a rasgou na sua cruz! Hoje, há uma grande tendência a esquecer isso. A ideologia do relativismo, do politicamente correto e do multiculturalismo tende a enganar, insinuando que a humanidade é boazinha e tudo que ela produz é bom. Ora, isso é falso e contrário à concepção cristã! A humanidade é ferida e sozinha não se encontra nem encontra o caminho; a humanidade é um poço de contradições... Somente em Cristo o homem encontra o perdão dos pecados e a paz com Deus, somente em Cristo o homem recebe a vida eterna!

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