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A destruição de Sodoma, Benjamin West (1738 – 1820) |
Após
décadas de escavações, uma equipe de arqueólogos tem certeza de que
finalmente achou as ruínas de Sodoma, a cidade bíblica de espantosa
memória, noticiou o jornal britânico “Daily Mail”.
A equipe de arqueólogos leva adiante o Tall el-Hammam Excavation Project.
O chefe da equipe é o Dr. Steven Collins, professor de Arqueologia na Trinity Southwestern University, de Albuquerque, New Mexico, EUA.
Os
especialistas vinham escavando há muito tempo na localidade de Tall
el-Hammam, no vale do Jordão (Jordânia), os restos de uma cidade de
tamanho colossal da Idade do Bronze.
Segundo
ele, tratou-se de uma cidade “monstruosa” – uma megalópole – se
comparada com as outras da região no mesmo período histórico.
As
peculiaridades das ruínas apontavam impressionantes analogias com a
descrição que faz a Bíblia da cidade de Sodoma, destruída por Deus.
Os
restos correspondiam à maior cidade da região, como também diz a Bíblia
de Sodoma, e estão situados ao leste do rio Jordão, numa área verde
perto do Mar Morto.
A cidade existiu entre os anos 3500 e 1540 antes de Cristo, data em que foi súbita e inexplicavelmente abandonada.
Sodoma e Gomorra nas Sagradas Escrituras
A
destruição de Sodoma, junto com sua aliada Gomorra, está mencionada em
numerosas partes do Antigo Testamento, inclusive no mais antigo livro
que é o Gênesis. Mas também está referida no Novo Testamento.
O Antigo Testamento diz que Sodoma foi destruída pelo vício e pela homossexualidade que a tinham dominado.
“Os habitantes de Sodoma eram perversos, e grandes pecadores diante do Senhor”. (Gênesis 13, 13)
Foi assim que, quando os dois anjos enviados por Deus entraram na casa de Lot:
“os
homens da cidade, os homens de Sodoma, se agruparam em torno da casa,
desde os jovens até os velhos, toda a população. E chamaram Lot: ‘Onde
estão, disseram-lhe, os homens que entraram esta noite em tua casa?
Conduze-os a nós para que os conheçamos’. Saiu Lot a ter com eles no
limiar da casa, fechou a porta atrás de si e disse-lhes: ‘Suplico-vos,
meus irmãos, não cometais este crime’”. (Gen 19, 4-7).
Lot foge de Sodoma com suas filhas. Jan Harmensz. Muller (1571-1628) |
Mas a
multidão, ávida de perversão, fez violência contra Lot e avançou para
derrubar a porta de sua casa e se apoderar dos jovens.
Eles
achavam que eram homens, mas na verdade eram anjos, que atingiram os
homossexuais de cegueira. E a seguir anunciaram que destruiriam a cidade
por ordem de Deus, e que Lot e sua família deviam partir naquela mesma
noite. E assim só Lot e os seus se salvaram.
23. O sol levantava-se sobre a terra quando Lot entrou em Segor.
24. O Senhor fez então cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de enxofre e de fogo, vinda do Senhor, do céu.
25. E destruiu essas cidades e toda a planície, assim como todos os habitantes das cidades e a vegetação do solo.
26. A mulher de Lot, tendo olhado para trás, transformou-se numa coluna de sal.
27. Abraão levantou-se muito cedo e foi ao lugar onde tinha estado antes com o Senhor.
28.
Voltando os olhos para o lado de Sodoma e Gomorra e sobre toda a
extensão da planície, viu subir da terra um fumo espesso como a fumaça
de uma grande fornalha.
29.
Quando Deus destruiu as cidades da planície, lembrou-se de Abraão e
livrou Lot do flagelo com que destruiu as cidades onde ele habitava. (Gen 19, 23-29)
O
episódio ficou como uma lição divina para a História. Sodoma e Gomorra
(aliada de Sodoma na política e no vício) ficaram simbolizando a
maldição e o repúdio de Deus aos pecados que bradam aos céus e pedem
vingança.
Por isso
Moisés, após abençoar Israel, amaldiçoou-o, se no futuro viesse a
abandonar a fidelidade a Deus, relembrando o castigo de Sodoma e
Gomorra:
“A
geração vindoura, vossos filhos, que nascerem depois de vós, e o
estrangeiro que vier de uma terra distante perguntarão, à vista dos
flagelos e das calamidades com que o Senhor tiver afligido esta terra, à
vista do enxofre e do sal, e deste solo abrasado, inculto e estéril,
onde não cresce erva alguma – à semelhança da destruição de Sodoma e
Gomorra de Adama e de Seboim, que o Senhor; devastou em sua cólera e em
seu furor” (Deuteronômio 29, 23)
E
sentindo-se já muito velho, Moisés entoou antes de morrer um cântico
renovando as promessas ao povo eleito. E também as advertências divinas
do que lhe aconteceria se prevaricasse:
“Suas
videiras são das plantações de Sodoma e dos terrenos de Gomorra; suas
uvas são venenosas, seus cachos, amargosos. o seu vinho é veneno de
serpente, o mais terrível veneno de cobra! 34. Eis uma coisa que está
guardada comigo, consignada nos meus segredos: 35. a mim me pertencem a
vingança e as represálias, para o instante em que o seu pé resvalar.
Porque está próximo o dia da sua ruína e o seu destino se precipita”. (Deuteronômio 32, 32-35)
Com fundamento em Moisés, o profeta Isaías increpou o povo de Israel, que se afastava da Lei:
“Ouvi a palavra do Senhor, príncipes de Sodoma; escuta a lição de nosso Deus, povo de Gomorra” (Isaías 1, 10)
E usou o exemplo das cidades malditas para profetizar o fim da cidade símbolo dos filhos da iniquidade, a Babilônia dos caldeus:
“Então
Babilônia, a pérola dos reinos, a joia de que os caldeus tanto se
orgulham, será destruída por Deus, como Sodoma e Gomorra”. (Isaías 13, 19)
Idêntica
imagem empregou o profeta Jeremias contra a cidade de Jerusalém e seus
sacerdotes que haviam abandonado hipocritamente a Lei:
“entre
os profetas de Jerusalém vejo coisas hediondas: adultério e hipocrisia.
Encorajam os maus, para que nenhum se converta da maldade. A meus olhos
são todos iguais a Sodoma e seus congêneres semelhantes a Gomorra”. (Jeremias 23, 14)
Os Apóstolos se despedem de Nossa Senhora antes de ir evangelizar. Très Riches Heures du Duc de Berry, Folio 122v, Limbourg brothers (1385-1416) – ©Photo. R.M.N. / R.-G. Ojéda |
E o mesmo Jeremias profetizou ameaçando a cidade pagã de Edom com a cólera com que Deus extinguiu Sodoma e Gomorra:
“Repetir-se-á
a catástrofe de Sodoma e Gomorra, e das cidades vizinhas – oráculo do
Senhor. Ninguém mais habitará lá e nenhum ser humano a povoará”. (Jeremias 49, 18)
No
Novo Testamento, ao enviar os Apóstolos para pregar a Boa Nova e
disseminar o Evangelho, Nosso Senhor Jesus Cristo advertiu aqueles que
os recusassem, dizendo:
“Se
não vos receberem e não ouvirem vossas palavras, quando sairdes daquela
casa ou daquela cidade, sacudi até mesmo o pó de vossos pés. Em verdade
vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma e Gomorra
que com aquela cidade. (São Mateus 10, 14-15)
O
Divino Mestre empregou boa parte de sua vida pública pregando sua doce
palavra e fazendo alguns de seus mais maravilhosos milagres na cidade de
Cafarnaum. Entretanto, observando a dureza dos corações, comparou o
destino dessa cidade hoje em ruínas ao da própria Sodoma:
“E
tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Não! Serás atirada até o
inferno! Porque, se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos
dentro dos teus muros, subsistiria até este dia. Por isso te digo: no
dia do juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para ti!” (São Mateus 11, 22-24) Também São Lucas 10, 12.
Mas
o castigo de Sodoma ficou não só como um exemplo para o passado, mas
também para o futuro. E, quiçá – por que não? – para os presentes dias.
Assim o dá a entender São Pedro, o Príncipe dos Apóstolos, em sua segunda Epístola:
“se condenou à destruição e reduziu à cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra para servir de exemplo para os ímpios do porvir” (II São Pedro 2, 6)
E São Judas nos repete em sua Epístola o mesmo grave ensinamento. Assim, ele adverte os primeiros cristãos:
“certos homens ímpios se introduziram furtivamente entre nós, os quais desde muito tempo estão destinados para este julgamento; eles transformam em dissolução a graça de nosso Deus e negam Jesus Cristo, nosso único Mestre e Senhor”. (São Judas 1, 7-8)
E
lhes anuncia o terrível juízo de Deus sobre esses que se infiltram nas
fileiras sagradas do cristianismo e praticam o homossexualismo:
“Da mesma forma Sodoma, Gomorra e as cidades circunvizinhas, quepraticaram
as mesmas impurezas e se entregaram a vícios contra a natureza, jazem
lá como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. Assim também estes
homens, em seu louco desvario, contaminam igualmente a carne, desprezam a
soberania e maldizem as glórias”. (São Judas 1, 7-8)
São
João no Apocalipse apresenta Sodoma como prefigura espiritual da
civilização antinatural que os homens construirão no fim dos tempos.
Nela,
os dois enviados de Deus – Elias e Enoc, segundo conceituados exegetas –
pregarão contra o anticristo, serão mortos e terão seus corpos expostos
na praça pública:
“Seus cadáveres
(jazerão) na rua da grande cidade que se chama espiritualmente Sodoma e
Egito (onde o seu Senhor foi crucificado). (Apocalipse 11, 8)
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