Por Leo Daniele
Imaginemos a
História do mundo como uma carta, nossa época como uma de suas páginas, e
os dias atuais como a última delas. Gostaríamos de colocar um post-scriptum nesta página derradeira? Ela está bem como está? Nada há a acrescentar, a tornar mais claro, ou a corrigir?
Inúmeros diriam por certo que há muito a acertar. Pois forçosamente a missiva elogiaria um mundo pós-cristão como é o nosso, e falaria da ressurreição de muitas maldades, da morte de numerosas esperanças.
O que falta para esta carta ser considerada por alguns como ignominiosa, infame, vergonhosa? Ela representa a época em que surgiu o nazismo, em que o comunismo ameaça, em que o desregramento dos costumes impera, e pode ser vista como degradante, ultrajante, aviltante. E tantas outras coisas.
“A partir de agora, a desordem reivindica seu lugar” (Edgard Morin). Além de toda a imoralidade e as más doutrinas, temos o caos.
Essa carta imaginária merece a adjetivação colocada acima? Não é questão de ser otimista ou pessimista, mas de ser pessimólogo, como dizia o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Ou seja, ser objetivo.
Mas a carta vai terminar e estamos supostamente na linha que divide o texto do post-scriptum. Doutor Plinio comenta que temos um símbolo desta linha num acidente geográfico existente na Indochina, o Istmo de Krá — “aquele istmo entre o scriptum asiático e o post-scriptum” (o istmo de Krá é um istmo que liga a península da Malásia com o resto da Ásia continental). Dir-se-ia que é um continente que recomeça. Nele estamos.
O fato é que nós já lemos, anotado no fim da folha da carta, “P.S.” (post scriptum). E se é para no centenário de Fátima ser lido da eternidade, como sua natureza pede, temos certeza de que o “P.S.” virá, embora não esteja ainda redigido, e não saibamos o dia nem a hora em que se iniciará.
Que irá ele dizer?
Um prelúdio expressivo: no dia 13 de outubro de 1917, ao meio-dia, 70.000 pessoas (nada menos) “afirmaram ter presenciado o sol girar e ameaçar cair. Um testemunho tão amplo veio confirmar que as crianças tinham visto efetivamente a Mãe de Deus e que fora concedido a essas almas simples da Cova da Iria aquilo que fora recusado aos fariseus de coração incrédulo e adúltero: um sinal no céu” (William Thomas Walsh, Our Lady of Fatima, Doubleday Reprint, 1990).
O acontecimento foi aceito oficialmente como um milagre pela Igreja Católica em 13 de outubro de 1930. Algo a ser muito meditado.
Estamos, pois, na transição entre a carta e seu post-scriptum.
Mas Nossa Senhora prometeu em Fátima, depois de castigos e provas terríveis, o triunfo de seu Imaculado Coração: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”. Esse triunfo de Maria fará parte sem dúvida do post-scriptum dessa carta.
Não se trata do fim do mundo, mas de um complemento da História. Pois um post-scriptum não representa necessariamente a negação da carta respectiva, mas o início de algo mais. E desse algo mais nos fala o grande santo mariano São Luís Maria Grignion de Montfort, quando exclama:
“Erguei-Vos, Senhor! Por que pareceis dormir? Erguei-Vos em vossa onipotência, em vossa misericórdia e em vossa justiça” (Oração abrasada).
Ele se pergunta:
“Quando virá esse dilúvio de fogo de puro amor que deveis atear em toda a Terra de um modo tão suave e tão veemente? Non est qui se abscondat a calore eius (ninguém pode fugir de seu calor. Acenda-se!). Accendatur: seja ateado esse divino fogo que Jesus Cristo veio trazer á Terra” (Oração Abrasada).
Voltemos à “página número 2016” da carta, a do nosso tempo; imaginemos que a mão hesita, fecha ou não fecha a carta imaginária, dobra-a ou não para pô-la no envelope com o post-scriptum. Que constará neste?
“Imaginem um cego ao qual contam como é o arco-íris. Ele pode ter uma ideia do arco-íris, mas não consegue imaginá-lo…” Assim estamos. Mas virá dia em que se olhará em torno de nós, e se dirá: “Civilização de uma beleza perfeita, de uma santidade perfeita, alegria do mundo inteiro!” (Plinio Corrêa de Oliveira),
Desejemos e aguardemos esse glorioso post-scriptum, e façamos o que esteja ao nosso alcance para que ele se torne realidade logo. Que Nossa Senhora de Fátima nos ajude!
Inúmeros diriam por certo que há muito a acertar. Pois forçosamente a missiva elogiaria um mundo pós-cristão como é o nosso, e falaria da ressurreição de muitas maldades, da morte de numerosas esperanças.
O que falta para esta carta ser considerada por alguns como ignominiosa, infame, vergonhosa? Ela representa a época em que surgiu o nazismo, em que o comunismo ameaça, em que o desregramento dos costumes impera, e pode ser vista como degradante, ultrajante, aviltante. E tantas outras coisas.
“A partir de agora, a desordem reivindica seu lugar” (Edgard Morin). Além de toda a imoralidade e as más doutrinas, temos o caos.
Essa carta imaginária merece a adjetivação colocada acima? Não é questão de ser otimista ou pessimista, mas de ser pessimólogo, como dizia o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Ou seja, ser objetivo.
Mas a carta vai terminar e estamos supostamente na linha que divide o texto do post-scriptum. Doutor Plinio comenta que temos um símbolo desta linha num acidente geográfico existente na Indochina, o Istmo de Krá — “aquele istmo entre o scriptum asiático e o post-scriptum” (o istmo de Krá é um istmo que liga a península da Malásia com o resto da Ásia continental). Dir-se-ia que é um continente que recomeça. Nele estamos.
O fato é que nós já lemos, anotado no fim da folha da carta, “P.S.” (post scriptum). E se é para no centenário de Fátima ser lido da eternidade, como sua natureza pede, temos certeza de que o “P.S.” virá, embora não esteja ainda redigido, e não saibamos o dia nem a hora em que se iniciará.
Que irá ele dizer?
Um prelúdio expressivo: no dia 13 de outubro de 1917, ao meio-dia, 70.000 pessoas (nada menos) “afirmaram ter presenciado o sol girar e ameaçar cair. Um testemunho tão amplo veio confirmar que as crianças tinham visto efetivamente a Mãe de Deus e que fora concedido a essas almas simples da Cova da Iria aquilo que fora recusado aos fariseus de coração incrédulo e adúltero: um sinal no céu” (William Thomas Walsh, Our Lady of Fatima, Doubleday Reprint, 1990).
O acontecimento foi aceito oficialmente como um milagre pela Igreja Católica em 13 de outubro de 1930. Algo a ser muito meditado.
Estamos, pois, na transição entre a carta e seu post-scriptum.
Mas Nossa Senhora prometeu em Fátima, depois de castigos e provas terríveis, o triunfo de seu Imaculado Coração: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”. Esse triunfo de Maria fará parte sem dúvida do post-scriptum dessa carta.
Não se trata do fim do mundo, mas de um complemento da História. Pois um post-scriptum não representa necessariamente a negação da carta respectiva, mas o início de algo mais. E desse algo mais nos fala o grande santo mariano São Luís Maria Grignion de Montfort, quando exclama:
“Erguei-Vos, Senhor! Por que pareceis dormir? Erguei-Vos em vossa onipotência, em vossa misericórdia e em vossa justiça” (Oração abrasada).
Ele se pergunta:
“Quando virá esse dilúvio de fogo de puro amor que deveis atear em toda a Terra de um modo tão suave e tão veemente? Non est qui se abscondat a calore eius (ninguém pode fugir de seu calor. Acenda-se!). Accendatur: seja ateado esse divino fogo que Jesus Cristo veio trazer á Terra” (Oração Abrasada).
Voltemos à “página número 2016” da carta, a do nosso tempo; imaginemos que a mão hesita, fecha ou não fecha a carta imaginária, dobra-a ou não para pô-la no envelope com o post-scriptum. Que constará neste?
“Imaginem um cego ao qual contam como é o arco-íris. Ele pode ter uma ideia do arco-íris, mas não consegue imaginá-lo…” Assim estamos. Mas virá dia em que se olhará em torno de nós, e se dirá: “Civilização de uma beleza perfeita, de uma santidade perfeita, alegria do mundo inteiro!” (Plinio Corrêa de Oliveira),
Desejemos e aguardemos esse glorioso post-scriptum, e façamos o que esteja ao nosso alcance para que ele se torne realidade logo. Que Nossa Senhora de Fátima nos ajude!
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