[unisinos]
O cardeal Burke, o capitão da dissidência ao Papa, escreveu um artigo sobre a Amoris laetitia para a página católica estadunidense National Catholic Register. Ele está muito preocupado com uma recepção clara e fiel da exortação apostólica.
A reportagem é de José Luis Ferrando e publicada por Religión Digital, 13-04-2016. A tradução é de André Langer.
Em um tom familiar nos recorda o que viveu em sua infância sobre um
casamento de vizinhos, que iam à missa, mas nunca comungavam, porque não
estavam casados pela Igreja. Também nos relata a sua experiência como
sacerdote e bispo nas questões relativas ao matrimônio e à família. Tudo
para adornar a afirmação de que a exortação apostólica Amoris laetitia não é magistério papal.
Para fundamentar sua afirmação, faz uma leitura parcial e tendenciosa do número 3 da Amoris laetitia:
“Recordando que o tempo é superior ao espaço, quero reiterar que nem
todas as discussões doutrinais, morais ou pastorais devem ser resolvidas
através de intervenções magisteriais. Naturalmente, na Igreja, é
necessária uma unidade de doutrina e de práxis, mas isto não impede que
subsistam maneiras diferentes de interpretar alguns aspectos da doutrina
ou algumas consequências que decorrem dela. Isto acontecerá até que o
Espírito nos conduza à verdade completa (cf. Jo 16, 13), ou seja, quando
nos introduzir perfeitamente no mistério de Cristo e possamos ver tudo
com seu olhar. Além disso, em cada país ou região, é possível buscar
soluções mais inculturadas, atentas às tradições e aos desafios locais,
porque ‘as culturas são muito diferentes entre si e cada princípio geral
[...], se quiser ser observado, precisa ser inculturado’”. O Papa não está dizendo que são reflexões pessoais suas, senão não teria escrito uma exortação apostólica.
As palavras do próprio Burke o desqualificam. “Enquanto o Romano Pontífice tem reflexões pessoais que são interessantes e podem ser fonte de inspiração, a Igreja deve estar sempre atenta a assinalar que sua publicação é um ato pessoal e não um exercício do magistério papal”. Para isso teria escolhido uma entrevista.
Seu afã de protagonismo, revestido de boa vontade, leva-o à ignorância supina e irresponsável, já que induz intencionalmente à confusão, a partir do seu cardenalato, já que assina o artigo como cardeal. Eminência: o que é uma exortação apostólica? Neste caso, as dos outros papas também não são magistério? São apenas reflexões pessoais? Deveria rever sua teologia fundamental. Provavelmente, o Direito Canônico o confundiu.
Seu ministério eclesial teria que estar acima de sua dissidência ou resistência pessoal. Espero que tenha avaliado sua liberdade de expressão e o dano que possa provocar a muita gente. Permito-me recordar-lhe, Eminência, estas palavras do Papa Francisco aos meios de comunicação: “Faço um apelo sobretudo a quantos têm responsabilidades institucionais, políticas e de formação da opinião pública, para que estejam sempre atentos ao modo de se expressar quando se referem a quem pensa ou age de forma diferente ou a quem cometeu erros. É fácil ceder à tentação de aproveitar estas situações e alimentar desse modo as chamas da desconfiança, do medo e do ódio”.
Evidentemente, penso de maneira diferente de você, e tento claramente recordar-lhe sua responsabilidade de pastor a serviço da Igreja. E suas palavras não prestam nenhum serviço à Igreja, muito pelo contrário. A exortação apostólica Amoris laetitia é um documento oficial do magistério papal. Você sabe muito bem qual é a qualificação deste tipo de documento pontifício. Não fira a nossa inteligência, recordando a polêmica a propósito das conversas entre Paulo VI e Jean Guitton em 1967. Aí, como nas entrevistas, está claro que são reflexões pessoais do Papa, muitas vezes improvisadas. Mas não um documento, fruto de dois Sínodos.
As palavras do próprio Burke o desqualificam. “Enquanto o Romano Pontífice tem reflexões pessoais que são interessantes e podem ser fonte de inspiração, a Igreja deve estar sempre atenta a assinalar que sua publicação é um ato pessoal e não um exercício do magistério papal”. Para isso teria escolhido uma entrevista.
Seu afã de protagonismo, revestido de boa vontade, leva-o à ignorância supina e irresponsável, já que induz intencionalmente à confusão, a partir do seu cardenalato, já que assina o artigo como cardeal. Eminência: o que é uma exortação apostólica? Neste caso, as dos outros papas também não são magistério? São apenas reflexões pessoais? Deveria rever sua teologia fundamental. Provavelmente, o Direito Canônico o confundiu.
Seu ministério eclesial teria que estar acima de sua dissidência ou resistência pessoal. Espero que tenha avaliado sua liberdade de expressão e o dano que possa provocar a muita gente. Permito-me recordar-lhe, Eminência, estas palavras do Papa Francisco aos meios de comunicação: “Faço um apelo sobretudo a quantos têm responsabilidades institucionais, políticas e de formação da opinião pública, para que estejam sempre atentos ao modo de se expressar quando se referem a quem pensa ou age de forma diferente ou a quem cometeu erros. É fácil ceder à tentação de aproveitar estas situações e alimentar desse modo as chamas da desconfiança, do medo e do ódio”.
Evidentemente, penso de maneira diferente de você, e tento claramente recordar-lhe sua responsabilidade de pastor a serviço da Igreja. E suas palavras não prestam nenhum serviço à Igreja, muito pelo contrário. A exortação apostólica Amoris laetitia é um documento oficial do magistério papal. Você sabe muito bem qual é a qualificação deste tipo de documento pontifício. Não fira a nossa inteligência, recordando a polêmica a propósito das conversas entre Paulo VI e Jean Guitton em 1967. Aí, como nas entrevistas, está claro que são reflexões pessoais do Papa, muitas vezes improvisadas. Mas não um documento, fruto de dois Sínodos.

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