Por Prof. André Luiz Oliveira
Dedicar um mês a Maria, com certeza é uma prática bem antiga, chega a ser difícil ter uma precisão de data, é antes de tudo algo que faz parte da tradição do povo, que nas igrejas e capelas do mundo inteiro lhe dedicam ofícios, ladainhas, terços e as belas coroações.
Devoto de Maria que sou, fui tomado por uma curiosidade repentina, que me encabulava, perguntei-me como deveria ter surgido a dedicação do mês de Maio a Nossa Senhora. Com certeza talvez esta pergunta tenha passado por nossas mentes muitas vezes… Como fiel devoto da Virgem Maria, irei ajudá-los a descobrir como Maio se tornou o mês de Maria. Maio é o quinto mês do ano civil. No Hemisfério Norte, por volta do dia 21 de Março dá-se o início da Primavera, enquanto no Hemisfério Sul vive-se o Outono.
Com
estudos e pesquisas cheguei à conclusão de que a devoção de dedicar
este mês à Virgem tenha surgido por volta do século XIII, na Europa, em
um período de grande “marianismo” e conclui que mais ainda por uma
questão climática, Maio é o mês das flores e se encontra na plenitude da
Primavera, neste tempo as árvores florescem e os jardins se ornam com
flores de todos os tamanhos, odores e cores. Para homenagear a Mãe do
Filho de Deus, alguém muito sabiamente escolheu este mês por ser ele
todo florido, fazendo um comparativo de Maria: “A flor mais bela do
jardim de Deus!”. E pessoalmente acredito que esta dedicação se reforçou
pela semelhança das palavras: Maio e Maria.
Depois
da dedicação do mês de Maio à Maria, já no século XIX, vemos que
durante o mês inteiro, tinha-se por costume prestar culto (coroações e
ofícios) as imagens de Nossa Senhora. Crianças vestidas de anjos, que
homenageavam Maria, Virgem e Rainha, colocando-lhe véu, palma e rosário,
à frente dos fiéis reunidos, enquanto cantavam cânticos e hinos a ela
dedicados, no final, era coroada a imagem e crianças jogavam sobre ela
pétalas de flores. Historiadores dizem que as coroações das imagens de
Nossa Senhora se espalharam depois de 1849, pela ação dos Padres
Lazaristas e das Irmãs da Caridade. Não que elas não existissem antes,
porém não eram tão divulgadas e nem possuíam ritos próprios para tal
cerimônia.
Dedicar um mês a Maria,
com certeza é uma prática bem antiga, chega a ser difícil ter uma
precisão de data, é antes de tudo algo que faz parte da tradição do
povo, que nas igrejas e capelas do mundo inteiro lhe dedicam ofícios,
ladainhas, terços e as belas coroações. Essa é a maneira carinhosa de
reconhecermos aquela que trouxe ao mundo o Filho de Deus (cf. Lc
1,26-38), pois não há “Jesus sem Maria e Maria sem Jesus”.
Recordemos
que grande difusor da devoção mariana foi o pensador católico, Plinio
Corrêa de Oliveira. Devoto incondicional da Santíssima Virgem
compreendeu que a máxima de São Luís Maria de Montfort: “O Reino de
Jesus, por Maria”; era de uma veracidade teológica; e assim o sendo,
difundiu a devoção a Nossa Senhora em seus escritos e conferências.
“Onde a devoção a Ela é plena, Ela é Rainha, logo é o Reino de Maria”.
Ao
recordarmos a Mãe estamos recordando o Filho, pois quem prestigia a Mãe
certamente prestigia o Filho. Durante o mês de Maio dedique a Maria
orações e preces e participe sempre dessa tradição popular que presta
esta bela homenagem à Serva do Senhor. Não nos esqueçamos das palavras
do célebre Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório: “Um
verdadeiro devoto de Maria Santíssima jamais se perde”.
Prof. André Luiz Oliveira é Filósofo, Pedagogo, Escritor e Membro da Academia Marial de Aparecida
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