Por Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – Quarta-feira de sol, temperatura amena e
muita gente na Praça São Pedro para participar da audiência geral do
Papa Francisco. Prosseguindo o ciclo de catequeses centradas na
Misericórdia, o Pontífice definiu a sua reflexão, inspirada no Evangelho
de Mateus, “comovedora”.
Após a leitura da Palavra, em várias línguas, o Papa quis explicar o
significado das expressões do evangelista “vinde a mim”, “tomai o meu
jugo” e “aprendei de mim”.
Vinde a mim
No primeiro caso, Jesus se dirige aos cansados e oprimidos
oferecendo-lhes a sua misericórdia. Neste convite, os pobres viram
finalmente uma resposta às suas expectativas. Eles não podiam contar com
nenhuma amizade importante, mas tornando-se discípulos de Jesus,
recebem a promessa de encontrar consolo para toda a vida. “Uma promessa
que na conclusão do Evangelho é estendida a todos os povos”, disse o
Papa.
Os fiéis de todo o mundo que atravessam as Portas da Misericórdia em
suas catedrais e santuários, em tantas igrejas e hospitais, fazem o
mesmo: vão encontrar Jesus, expressam a conversão do discípulo que se
põe no seguimento de Jesus, a descoberta da misericórdia do Senhor,
infinita e inesgotável.
Jugo é um vínculo com o povo
O segundo imperativo, “tomai o meu jugo”, Jesus quer que seus
discípulos entrem em comunhão com Ele, se tornem partícipes do mistério
de sua cruz e de seu destino de salvação. “É um vínculo que une o povo a
Deus. O jugo que carregam os pobres e os oprimidos é o mesmo que
carregou Cristo antes deles; e por isso, é um jugo leve”, completou
Francisco.
Enfim, a exortação “aprendei de mim” feita aos humildes e pequenos,
porque compreende os pobres e sofredores e Ele mesmo é pobre e provado
pelas dores, tendo carregado sobre suas costas os pecados da humanidade
inteira. “Nele – explicou o Pontífice – a misericórdia de Deus assumiu a
pobreza dos homens, doando a todos a possibilidade da salvação”.
Pastores 'príncipes' são um mal para a Igreja
Improvisando, Francisco questionou: “Por que Jesus é capaz de dizer
estas coisas? Porque Ele era um Pastor que estava em meio às pessoas,
aos pobres. Trabalhava todos os dias junto com eles. Ele não era um
‘príncipe’. É feio para a Igreja quando os Pastores se tornam distantes
dos pobres e viram ‘príncipes’. Estes pastores eram repreendidos por
Jesus; este não é o espírito de Jesus. Ele dizia, sobre eles: “Façam o
que dizem, mas não o que fazem!”.
Concluindo a catequese, o Papa consolou os fiéis: “Para todos há
momentos de cansaço e de decepção”; e recordou as palavras do Senhor que
nos dão tanta consolação e nos fazem entender se colocamos nossas
forças a serviço do bem. Somos chamados a aprender Dele o que significa
‘viver de misericórdia’ e ser ‘instrumentos de misericórdia’.
Encontramos conforto na Cruz do Senhor
“Coragem!, exclamou Francisco. Não deixemos que nos tirem a alegria
de ser discípulos do Senhor. Não deixemos que nos roubem a esperança de
viver esta vida com Ele e com a força da sua consolação”.
(CM)
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