A liturgia
tradicional celebra no mais alto grau as duas festas que a Santa Igreja
comemora nos dias 1° (“Todos os Santos”) e 2 de novembro (“Finados”). A
primeira nos recorda as almas santas que gozam da visão beatífica na
corte celeste; e a segunda, as almas que ainda padecem por suas faltas.
A Igreja Militante nos convida assim, aqui na Terra, à união com a Igreja Triunfante e a Igreja Padecente, ou seja, com as almas do Céu e do Purgatório.
Convido o leitor a percorrer um pouco essas magníficas paragens dos justos — dos santos, de todos os santos. Quanto ao Purgatório, ficará para outra ocasião.
Enquanto na Terra vivemos em meio à miséria e à desolação, sobretudo nos dias de hoje, na corte celeste poderemos nos deslumbrar diante das maravilhas calmas e alegres, próprias a um lugar onde impera a ordem decorrente do bom, do verdadeiro e do belo.
Santo Tomás indaga se Deus, com o seu infinito poder, poderia criar outros seres mais perfeitos que os já criados. Ele afirma que sim, mas faz uma distinção ao apresentar as três exceções: Jesus Cristo, a Virgem Maria e a bem-aventurança eterna, isto é, o gozo do próprio Deus.
Essa bem-aventurança é um bem que absorve o ser humano na contemplação beatífica. Sob tal aspecto, não pode haver algo maior nem melhor que Deus pudesse fazer. Santo Agostinho afirma que nessas três coisas Deus esgota sua ciência, seu poder, sua riqueza e sua bondade. Para que se possa ter uma ideia da felicidade que os bem-aventurados gozam no Céu, basta considerar diferença quase infinita desta com a da Terra.
Por maior que seja a felicidade neste mundo, ela não passa de uma morte que vai se aproximando aos poucos. Se quiser, uma vida que vai se extinguindo, ou uma morte que vive por um espaço de tempo, segundo o conceito do Bispo de Hipona, Santo Agostinho. Somos como estrangeiros, peregrinos, transeuntes que fazem uma grande caminhada para um destino infinito, para usar pensamento da Escritura Sagrada.
Ao olhar o que nos cerca, tudo é vil e repugnante, como um cisco comparado à grandeza infinita de Deus, que nos absorve e nos cumula de eterna felicidade, pois Ele é o fundamento e a razão suprema do ser inteligente e volitivo que somos. Peregrinos nesta Terra de exílio rumo à eternidade, uma alternativa nos resta: amar o mundo visível, as coisas perecíveis, desprezíveis, fugazes, que não passam de nuvens que esvoaçam e desaparecem no firmamento, ou amar e viver eternamente para o fim último que é Deus, sentido de nossa existência, porque é eterno, infinito, sólido, incorruptível, verdadeiro e seguro.
No mundo há somente suor, trabalho, tristeza, dor, temor e ilusão — “vaidade das vaidades tudo é vaidade”, advertem-nos as Escrituras Sagradas. O Céu é uma cidade sem sofrimento, onde não há pressa ou sofrimento algum. Nele há paz, descanso, alegria sem par, segurança ilimitada, bem-estar, pois na Corte celeste reina a ordem. É a Casa do Pai. Dentro dela, riquezas indescritíveis, harmonias encantadoras, bens imperecíveis, união estreita e íntima entre os seus cortesões.
Ao observar este vale de lágrimas, o mundo que nos cerca, o que vemos? Pessoas envoltas em amarguras e pecados, traições e desgostos, numa corrida desenfreada atrás de bens materiais, de um gozo fugaz que traz, à maneira de efeito, tristezas e remorsos, de um mundo em que só há confusão e atribulação do espírito.
Como num espelho em que se podem contemplar ligeiramente um rosto ou as figuras nele refletidas, assim passam as comodidades, a segurança, o bem-estar da sociedade hodierna, que se debate para manter-se numa aparente estabilidade, que se contorce enquanto avança rumo às profundezas do caos.
Por outro lado, podemos contemplar o mundo de felicidades e esperanças, que nos conduz a nos desapegar — isso mesmo — de aborrecimentos, tribulações, prantos, tentações, perigos e mil outras provações do gênero. A consideração desse mundo nos dá um lenitivo espiritual que serve de remédio retemperante de nossas forças, a caminho da cidade dos eleitos, lugar que não conhecerá fim.
Não se trata de uma prisão como tantas existentes neste vale de lágrimas, onde os malfeitores e criminosos são punidos, mas da verdadeira pátria dos homens virtuosos, da Jerusalém celeste, que a nossa inteligência é incapaz de compreender, da cidade que nenhuma riqueza da Terra pode edificar e em que todos encontram felicidade de conviver; cidade perfeita onde o nosso espírito encontrará a verdadeira felicidade. Pensar na Corte celeste é remédio para lutar e vencer.
A Igreja Militante nos convida assim, aqui na Terra, à união com a Igreja Triunfante e a Igreja Padecente, ou seja, com as almas do Céu e do Purgatório.
Convido o leitor a percorrer um pouco essas magníficas paragens dos justos — dos santos, de todos os santos. Quanto ao Purgatório, ficará para outra ocasião.
Enquanto na Terra vivemos em meio à miséria e à desolação, sobretudo nos dias de hoje, na corte celeste poderemos nos deslumbrar diante das maravilhas calmas e alegres, próprias a um lugar onde impera a ordem decorrente do bom, do verdadeiro e do belo.
Santo Tomás indaga se Deus, com o seu infinito poder, poderia criar outros seres mais perfeitos que os já criados. Ele afirma que sim, mas faz uma distinção ao apresentar as três exceções: Jesus Cristo, a Virgem Maria e a bem-aventurança eterna, isto é, o gozo do próprio Deus.
Essa bem-aventurança é um bem que absorve o ser humano na contemplação beatífica. Sob tal aspecto, não pode haver algo maior nem melhor que Deus pudesse fazer. Santo Agostinho afirma que nessas três coisas Deus esgota sua ciência, seu poder, sua riqueza e sua bondade. Para que se possa ter uma ideia da felicidade que os bem-aventurados gozam no Céu, basta considerar diferença quase infinita desta com a da Terra.
Por maior que seja a felicidade neste mundo, ela não passa de uma morte que vai se aproximando aos poucos. Se quiser, uma vida que vai se extinguindo, ou uma morte que vive por um espaço de tempo, segundo o conceito do Bispo de Hipona, Santo Agostinho. Somos como estrangeiros, peregrinos, transeuntes que fazem uma grande caminhada para um destino infinito, para usar pensamento da Escritura Sagrada.
Ao olhar o que nos cerca, tudo é vil e repugnante, como um cisco comparado à grandeza infinita de Deus, que nos absorve e nos cumula de eterna felicidade, pois Ele é o fundamento e a razão suprema do ser inteligente e volitivo que somos. Peregrinos nesta Terra de exílio rumo à eternidade, uma alternativa nos resta: amar o mundo visível, as coisas perecíveis, desprezíveis, fugazes, que não passam de nuvens que esvoaçam e desaparecem no firmamento, ou amar e viver eternamente para o fim último que é Deus, sentido de nossa existência, porque é eterno, infinito, sólido, incorruptível, verdadeiro e seguro.
No mundo há somente suor, trabalho, tristeza, dor, temor e ilusão — “vaidade das vaidades tudo é vaidade”, advertem-nos as Escrituras Sagradas. O Céu é uma cidade sem sofrimento, onde não há pressa ou sofrimento algum. Nele há paz, descanso, alegria sem par, segurança ilimitada, bem-estar, pois na Corte celeste reina a ordem. É a Casa do Pai. Dentro dela, riquezas indescritíveis, harmonias encantadoras, bens imperecíveis, união estreita e íntima entre os seus cortesões.
Ao observar este vale de lágrimas, o mundo que nos cerca, o que vemos? Pessoas envoltas em amarguras e pecados, traições e desgostos, numa corrida desenfreada atrás de bens materiais, de um gozo fugaz que traz, à maneira de efeito, tristezas e remorsos, de um mundo em que só há confusão e atribulação do espírito.
Como num espelho em que se podem contemplar ligeiramente um rosto ou as figuras nele refletidas, assim passam as comodidades, a segurança, o bem-estar da sociedade hodierna, que se debate para manter-se numa aparente estabilidade, que se contorce enquanto avança rumo às profundezas do caos.
Por outro lado, podemos contemplar o mundo de felicidades e esperanças, que nos conduz a nos desapegar — isso mesmo — de aborrecimentos, tribulações, prantos, tentações, perigos e mil outras provações do gênero. A consideração desse mundo nos dá um lenitivo espiritual que serve de remédio retemperante de nossas forças, a caminho da cidade dos eleitos, lugar que não conhecerá fim.
Não se trata de uma prisão como tantas existentes neste vale de lágrimas, onde os malfeitores e criminosos são punidos, mas da verdadeira pátria dos homens virtuosos, da Jerusalém celeste, que a nossa inteligência é incapaz de compreender, da cidade que nenhuma riqueza da Terra pode edificar e em que todos encontram felicidade de conviver; cidade perfeita onde o nosso espírito encontrará a verdadeira felicidade. Pensar na Corte celeste é remédio para lutar e vencer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário