O pedido de Nossa Senhora não está sendo cumprido por nós
Em 1917, Nossa Senhora apareceu em Fátima, Portugal,
para três pastorzinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta. Maria fez
revelações que, mais tarde, ficaram conhecidas como “O Segredo de Fátima“.
A 1ª e a 2ª parte do segredo foram escritas por Lúcia
no ano de 1941 e conhecidas logo em seguida. Já a 3ª parte do segredo
foi escrita em 1944, em uma correspondência privada a ser aberta somente
pelo Santo Padre. No dia 26 de junho de 2000, a 3ª parte do segredo foi finalmente publicada pelo Vaticano.
Conheça a íntegra das três partes:
1ª e 2ª parte do Segredo de Fátima
Transcrição na íntegra das palavras da Irmã Lúcia, contendo a revelação da primeira e da segunda partes do segredo de Fátima:
“(…) o segredo consta de três coisas distintas, duas das quais vou
revelar. A primeira foi, pois, a vista do inferno! Nossa Senhora
mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra.
Mergulhados nesse fogo, os demônios e as almas, como se fossem brasas
transparentes e negras, ou bronzeadas com forma humana, que flutuavam no
incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saíam, juntamente com
nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das
faúlhas nos grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e
gemidos de dor e desespero que horrorizavam e fazia estremecer de pavor.
Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e acrosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros.
Esta vista foi um momento, e graças à nossa boa Mãe do Céu, que antes
nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o Céu (na primeira
aparição); se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e
pavor.
Em seguida, levantamos os olhos para Nossa Senhora, que nos disse com
bondade e tristeza: Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres
pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a
meu Imaculado Coração.
Se fizerem o que eu disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A
guerra vai acabar, mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de
Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite alumiada por uma
luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a
punir o mundo dos seus crimes, por meio da guerra, da fome e de
perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir, virei pedir a
consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora
nos primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se
converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo,
promovendo guerras e perseguições à Igreja; os bons serão martirizados, o
Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas; por
fim, o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a
Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de
paz”.
3ª parte do Segredo de Fátima
O conteúdo da terceira parte do Segredo de Fátima, anunciado em
13 de julho de 1917, em Fátima, e que a Ir. Lúcia, a única das três
videntes ainda viva, redigiu em 3 de janeiro de 1944, é o seguinte:
“Escrevo em ato de obediência a Vós, meu Deus, que me mandais por
meio de Sua Excelência Reverendíssima, o Sr. Bispo de Leiria, e da Vossa
e minha Santíssima Mãe. Depois das duas partes que já expus, vimos ao
lado esquerdo de Nossa Senhora, um pouco mais alto, um anjo com uma
espada de fogo na mão esquerda.
Ao cintilar despedia chamas que pareciam incendiar o mundo. Mas
apagavam-se com o contato do brilho que da mão direita expedia Nossa
Senhora ao seu encontro. O anjo, apontando com a mão direita para a
terra, com voz forte dizia: Penitência, penitência, penitência.
E vimos numa luz imensa, que é Deus, algo semelhante a como se veem
as pessoas no espelho, quando lhe diante passa um bispo vestido de
branco. Tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre. Vimos vários
outros bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa
montanha, no cimo da qual estava uma grande cruz, de tronco tosco, como
se fora de sobreiro com a casca. O Santo Padre, antes de chegar aí,
atravessou uma grande cidade, meia em ruínas e meio trêmulo, com andar
vacilante, acabrunhado de dor e pena. Ia orando pelas almas dos
cadáveres que encontrava pelo caminho.
Chegando ao cimo do monte, prostrado, de joelhos, aos pés da cruz,
foi morto por um grupo de soldados que lhe disparavam vários tiros e
setas, e assim mesmo foram morrendo uns após os outros os bispos, os
sacerdotes, religiosos, religiosas e várias pessoas seculares.
Cavalheiros e senhoras de várias classes e posições. Sob os dois braços
da cruz, estavam dois anjos. Cada um com um regador de cristal nas mãos
recolhendo neles o sangue dos mártires e com eles irrigando as almas que
se aproximavam de Deus”.
Um comentário de Sergio Vellozo, da Canção Nova
Nossa Senhora, em Fátima, fez um diagnóstico, mostrou os riscos e
prescreveu os remédios. Ela ofereceu à humanidade meios para se livrar
de males ameaçadores representados nas visões dadas às três crianças. Na
medida em que usamos o remédio, o mal é vencido. Almas são salvas de
cair no inferno e guerras destruidoras que atingem a Igreja são
afastadas, adiadas.
O mundo viveu durante vários anos a chamada guerra fria, em que o
conflito com a Rússia e todo o bloco soviético podia explodir a qualquer
momento numa guerra nuclear. O remédio oferecido em Fátima, uma
especial consagração ao Imaculado Coração, ficou por longo tempo sem a
aplicação devida. Foi somente depois de ser salvo por milagre de um
atentado em 13 de maio de 1981, aniversário das aparições, que João
Paulo II se ocupou das revelações de Fátima. Quando, em 1984, nosso
querido Papa fez a consagração solene nos moldes prescritos por Nossa
Senhora, o remédio celestial começou a agir. Bastaram cinco anos para o
mundo assistir ao desmantelamento do bloco soviético.
Parte do tratamento prescrito cabia ao Papa e aos bispos, mas a outra
parte cabe a cada um de nós. Como temos feito a comunhão reparadora?
Qual a visão pior: a da primeira parte ou a da última parte do segredo? A
queda do muro de Berlim é um testemunho de como os remédios oferecidos
pela Mãe são eficazes. Diante de tudo, só posso pedir misericórdia, pois
tenho sido relaxado no uso destes remédios para o bem de tantos.
Penitência! Penitência! Penitência!, dizia o anjo em 1917. Que diria ele
agora?
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