Por Agencia EFE
Francisco pediu à plateia que não tenha 'medo de amar a todos, amigos e inimigos'. País, de maioria muçulmana, tem comunidade de 200 mil católicos
O papa Francisco afirmou neste sábado (29) em um estádio do Cairo,
capital do Egito, que Deus rejeita o extremismo e o único que permite é o
extremismo da caridade.
Em seu segundo e último dia de visita ao Egito, o pontífice celebrou a
missa diante de milhares de pessoas, em sua maioria fiéis da comunidade
católica egípcia, sob forte esquema de segurança para tentar evitar
ataques de radicais islâmicos.
"Deus só gosta da fé professada com a vida, porque o único extremismo
que Ele permite aos crentes é o da caridade", disse o papa durante a
homilia. "Qualquer outro extremismo não vem de Deus".
Francisco pediu à plateia que não tenha "medo de amar a todos, amigos e
inimigos, pois o amor é a força e o tesouro do crente". A missa foi
celebrada 20 dias após dois ataques terroristas contra igrejas coptas
matarem 46 pessoas no norte do Egito. No dia seguinte, líderes
religiosos, em sua maioria muçulmanos, pediram o fim da violência.
Antes do início da missa, o pontífice saudou o público em um carro de
golfe que deu a volta no estádio, que recebeu 25 mil pessoas, segundo a
agência oficial egípcia "Mena". Francisco estava acompanhado do
Patriarca Católico Copta, Ibrahim Isaac Sedrak.
"A verdadeira fé é a que nos torna mais caridosos, mais
misericordiosos, mais honestos e mais humanos. É a que anima os corações
que nos leva a amar todos gratuitamente, sem distinção e sem
preferências", afirmou Francisco.
A missa é o principal evento do dia, dedicado especialmente à
comunidade católica no Egito, um grupo religioso de apenas 200 mil
pessoas em um país onde a maior parte de seus quase 90 milhões de
habitantes são muçulmanos.
O primeiro dia da visita do papa ao Egito foi dedicado principalmente à
realização de encontros com líderes religiosos muçulmanos e da
comunidade copta ortodoxa, além de ter participado de uma conferência
internacional da paz.
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