quinta-feira, 18 de maio de 2017

A Infalibidade da Igreja em matéria de fé e moral

[churchpop]
Por professor Felipe Aquino


Para levar os homens à salvação, pelo conhecimento da verdade (1Tm 3,15), o Senhor garantiu à Igreja, por meio do Sagrado Magistério, a infalibilidade naquilo que se refere à salvação dos fiéis; isto é, nos ensinamentos doutrinários (fé e moral). Assim, a mensagem do Evangelho não ficaria à mercê da manipulação dos homens, como sempre se tentou na história da Igreja.
Sem a garantia da infalibilidade para o Magistério da Igreja, podemos dizer que teria sido inútil a Revelação Divina, pois ela seria deteriorada ao chegar até nós, e não teria a força da salvação.

Missão da Igreja

Papa São João Paulo II, ao apresentar o novo Catecismo, afirmou, na introdução da Constituição Apostólica Fidei Depositum : “Guardar o depósito da fé é a missão que o Senhor confiou à Sua Igreja e que ela cumpre em todos os tempos”.
Essa é, portanto, a missão sagrada que a Igreja recebeu do Senhor: guardar o depósito da fé, intacto; e isso a Igreja sempre fez e faz. É com essa finalidade que a Santa Sé possui a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, encarregada de zelar pela pureza da doutrina em todo o mundo católico.
A Igreja tem a missão de fazer resplandecer a verdade do Evangelho, afirma o saudoso Papa São João Paulo II.
A grande preocupação da Igreja sempre foi ser fiel ao Senhor, guardando intacto aquilo que d’Ele recebeu, o depositum fidei (depósito da fé) ou, como dizia São Paulo a Timóteo e a Tito: a sã doutrina (cf. 1 Tm 4,6; 2 Tm 1,14-4,3; Tt 1,9-2,7).

A infalibilidade

Ao longo da sua história, a Igreja realizou 21 Concílios Ecumênicos (universais) para manter intacta essa sã doutrina. Foram, muitas vezes, momentos difíceis para ela, porque, por não aceitarem a verdade, muitos irmãos se separaram da unidade católica; mas também foram momentos de luzes para sua caminhada.
É sobretudo nos Concílios que a Igreja exerce a sua infalibilidade em matéria de fé e moral. Não se conhece, na história dela, uma verdade da fé que um dos Concílios, legítimos, tenha ensinado e que outro a tenha revogado. Essa ocorrência doutrinária é uma prova da infalibilidade, já que o Espírito Santo, o grande Mestre da Igreja, não se contradiz. Ele não pode revelar à Igreja uma verdade, hoje, que seja diferente na essência daquilo que Ele revelou ontem.
A Igreja do Deus vivo é a coluna e o sustentáculo da verdade (1 Tm 3,15). O bom católico, fiel e convicto, não pode duvidar de nada que a Santa Igreja Católica ensina. São maus filhos dela aqueles que discordam dos seus ensinamentos oficiais. Discordar da Igreja nesses pontos é o mesmo que discordar de Jesus e desconfiar da assistência infalível que o Espírito Santo presta a ela, por promessa de Jesus (cf. Jo 14, 16-17).

Abraçar a fé

Quando a Igreja nos ensina qualquer verdade de fé ou de moral, é porque ela estudou muito a fundo a questão, orou muito sobre o assunto, perscrutou o que o Espírito Santo lhe tinha a dizer, antes de nos ensinar. As verdades reveladas, muitas vezes, incompreensíveis para quem não estudou Teologia, não devem ser para nós motivo de discordância ou de desconfiança, por se tratarem de dogmas. Pelo contrário, todo e qualquer ensinamento do Magistério da Igreja deve ser recebido com gratidão e alegria, e, imediatamente, colocado em prática, como algo vindo a nós do próprio Jesus. É lamentável que muitos católicos se deixem abalar quando pessoas de outras religiões neguem as verdades de nossa fé, solidamente consolidadas.
Eis aí uma questão que nos deve fazer estudar e aprofundar a nossa fé. São Pedro já dizia aos cristãos do seu tempo:
“Estais preparados para apresentar aos outros a razão da vossa esperança”(1 Pd3,15).

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