02 Jun. 17
Roma, (ACI).-
O Superior Geral da Companhia de Jesus, Pe. Arturo Sosa, afirmou em
entrevista publicada no dia 31 de maio que o diabo é uma figura
simbólica para expressar o mal, e que “na vida religiosa há homossexuais e não são perseguidos, fazem parte da comunidade”.
Pe. Sosa, eleito superior dos jesuítas em outubro de 2016, fez essas declarações ao jornal espanhol ‘El Mundo’.
“No meu ponto de vista, o mal faz parte do mistério da liberdade. Se o ser humano é livre, pode escolher entre o bem e o mal. Nós, cristãos, acreditamos que fomos criados a imagem e semelhança de Deus, portanto Deus é livre, mas Deus sempre escolhe fazer o bem, porque é todo bondade. Fizemos figuras simbólicas, como o diabo, para expressar o mal. Os condicionamentos sociais também representam essa figura, pois algumas pessoas agem assim porque estão em um ambiente onde é muito difícil fazer o contrário”, afirmou o sacerdote venezuelano.
Durante a entrevista, perguntaram ao Superior Geral dos jesuítas sobre a sua posição a respeito do sacerdócio feminino. Pe. Sosa destacou o papel da mulher como transmissora da fé e disse que “chegará um momento no qual o seu papel será mais reconhecido”.
“A Igreja do futuro deve ter uma hierarquia diferente, com ministérios distintos. Eu apelo à criatividade feminina para que dentro de 30 anos tenhamos comunidades cristãs com outra estrutura”, expressou.
“O Papa já abriu a porta do diaconato (feminino), criando uma comissão. Depois poderiam abrir mais portas. O problema é se Igreja muda e reflete uma relação diferente entre homem e mulher”, afirmou.
Pe. Sosa se referiu à Comissão que o Santo Padre criou em 2 de agosto de 2016 para cumprir a promessa que fez no dia 12 de maio às participantes na assembleia plenária das Superioras Gerais de analisar o papel das diaconisas nos primeiros anos da Igreja. O grupo é presidido pelo Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Luis Francisco Ladaria Ferrer.
O jornal ‘El Mundo’ também perguntou ao Pe. Sosa sobre o casamento gay e se este seria aceito pela Igreja.
“Uma coisa é o pensamento público e oficial e outra coisa é o que acontece nas comunidades. Uma coisa é a homossexualidade e outra é o meu companheiro homossexual, que faz parte da minha família, do meu ambiente. Na vida religiosa há homossexuais e não são perseguidos, fazem parte da comunidade”, respondeu.
O Superior dos jesuítas acrescentou que “o sacramento [do matrimônio] é outro tema, uma coisa é reconhecer o estatuto civil, para que não haja qualquer discriminação e outra é o aspecto teológico. Os sacramentos não nascem assim (estala os dedos)”.
No seu diálogo com o jornal espanhol, Pe. Sosa rechaçou os abusos sexuais e assinalou que os casos cometidos por membros do clero “são muito dolorosos”.
Entretanto, advertiu que, “às vezes, houve acusações que eram mentira, conheço várias, impulsionadas por vingança ou razões econômicas, pessoas acusadas e condenadas a priori”.
“Criamos protocolos de comportamento, de vigilância, maneiras de agir quando há uma denúncia com a orientação de investigar sempre. O Papa já disse: ‘Tolerância zero’. Quando há casos comprovados devem ser tomadas medidas eclesiais e civis correspondentes”, assinalou.
Acrescentou que “o risco de passar por este problema sempre existe, mas não por isso vamos deixar de educar. Hoje estamos muito mais conscientes como humanidade da necessidade de proteger mais as crianças. Também é verdade que estatisticamente há grupos sociais mais abusadores, mas isso não deve ser uma desculpa para nós. Nada justifica os abusos, nem sequer a história pessoal do abusador. É necessário saber como agir”.
O Superior Geral dos jesuítas também se referiu à situação do seu país natal, Venezuela, que está vivendo uma grave crise econômica, social e política, e que desde o início de abril está ocorrendo protestos de rua contra o governo de Nicolás Maduro.
“É uma democracia tão frágil que quebrou. Se medirmos os parâmetros que medem uma ditadura ou uma democracia com a Constituição adotada em 1999, estamos cada vez mais longe”, assinalou na entrevista realizada quando Nicolás Maduro acabava de cancelar a ordem que inabilitava o Parlamento.
O sacerdote indicou que seu país “sofre um dos índices de mortalidades violentas mais altos do mundo, há desnutrição, falta de remédios, não há uma educação de qualidade, nem infraestruturas... Uma democracia na qual as eleições não são realizadas nos períodos assinalados e na qual não se respeitam mutuamente os poderes públicos não é séria”.
Esta entrevista com Pe. Sosa foi publicada aproximadamente quatro meses depois das afirmações polêmicas que deu ao italiano ‘Rossoporpora’, quando questionou a verdade do Evangelho.
Na entrevista publicada em 18 de fevereiro, o religioso – ao falar acerca da indissolubilidade do matrimônio – disse que embora ninguém possa mudar a palavra de Cristo, é preciso refletir “sobre o que Jesus realmente disse” e colocá-las em seu contexto, pois “nessa época ninguém tinha um gravador para registrar as suas palavras”.
Pe. Sosa, eleito superior dos jesuítas em outubro de 2016, fez essas declarações ao jornal espanhol ‘El Mundo’.
“No meu ponto de vista, o mal faz parte do mistério da liberdade. Se o ser humano é livre, pode escolher entre o bem e o mal. Nós, cristãos, acreditamos que fomos criados a imagem e semelhança de Deus, portanto Deus é livre, mas Deus sempre escolhe fazer o bem, porque é todo bondade. Fizemos figuras simbólicas, como o diabo, para expressar o mal. Os condicionamentos sociais também representam essa figura, pois algumas pessoas agem assim porque estão em um ambiente onde é muito difícil fazer o contrário”, afirmou o sacerdote venezuelano.
Durante a entrevista, perguntaram ao Superior Geral dos jesuítas sobre a sua posição a respeito do sacerdócio feminino. Pe. Sosa destacou o papel da mulher como transmissora da fé e disse que “chegará um momento no qual o seu papel será mais reconhecido”.
“A Igreja do futuro deve ter uma hierarquia diferente, com ministérios distintos. Eu apelo à criatividade feminina para que dentro de 30 anos tenhamos comunidades cristãs com outra estrutura”, expressou.
“O Papa já abriu a porta do diaconato (feminino), criando uma comissão. Depois poderiam abrir mais portas. O problema é se Igreja muda e reflete uma relação diferente entre homem e mulher”, afirmou.
Pe. Sosa se referiu à Comissão que o Santo Padre criou em 2 de agosto de 2016 para cumprir a promessa que fez no dia 12 de maio às participantes na assembleia plenária das Superioras Gerais de analisar o papel das diaconisas nos primeiros anos da Igreja. O grupo é presidido pelo Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Luis Francisco Ladaria Ferrer.
O jornal ‘El Mundo’ também perguntou ao Pe. Sosa sobre o casamento gay e se este seria aceito pela Igreja.
“Uma coisa é o pensamento público e oficial e outra coisa é o que acontece nas comunidades. Uma coisa é a homossexualidade e outra é o meu companheiro homossexual, que faz parte da minha família, do meu ambiente. Na vida religiosa há homossexuais e não são perseguidos, fazem parte da comunidade”, respondeu.
O Superior dos jesuítas acrescentou que “o sacramento [do matrimônio] é outro tema, uma coisa é reconhecer o estatuto civil, para que não haja qualquer discriminação e outra é o aspecto teológico. Os sacramentos não nascem assim (estala os dedos)”.
No seu diálogo com o jornal espanhol, Pe. Sosa rechaçou os abusos sexuais e assinalou que os casos cometidos por membros do clero “são muito dolorosos”.
Entretanto, advertiu que, “às vezes, houve acusações que eram mentira, conheço várias, impulsionadas por vingança ou razões econômicas, pessoas acusadas e condenadas a priori”.
“Criamos protocolos de comportamento, de vigilância, maneiras de agir quando há uma denúncia com a orientação de investigar sempre. O Papa já disse: ‘Tolerância zero’. Quando há casos comprovados devem ser tomadas medidas eclesiais e civis correspondentes”, assinalou.
Acrescentou que “o risco de passar por este problema sempre existe, mas não por isso vamos deixar de educar. Hoje estamos muito mais conscientes como humanidade da necessidade de proteger mais as crianças. Também é verdade que estatisticamente há grupos sociais mais abusadores, mas isso não deve ser uma desculpa para nós. Nada justifica os abusos, nem sequer a história pessoal do abusador. É necessário saber como agir”.
O Superior Geral dos jesuítas também se referiu à situação do seu país natal, Venezuela, que está vivendo uma grave crise econômica, social e política, e que desde o início de abril está ocorrendo protestos de rua contra o governo de Nicolás Maduro.
“É uma democracia tão frágil que quebrou. Se medirmos os parâmetros que medem uma ditadura ou uma democracia com a Constituição adotada em 1999, estamos cada vez mais longe”, assinalou na entrevista realizada quando Nicolás Maduro acabava de cancelar a ordem que inabilitava o Parlamento.
O sacerdote indicou que seu país “sofre um dos índices de mortalidades violentas mais altos do mundo, há desnutrição, falta de remédios, não há uma educação de qualidade, nem infraestruturas... Uma democracia na qual as eleições não são realizadas nos períodos assinalados e na qual não se respeitam mutuamente os poderes públicos não é séria”.
Esta entrevista com Pe. Sosa foi publicada aproximadamente quatro meses depois das afirmações polêmicas que deu ao italiano ‘Rossoporpora’, quando questionou a verdade do Evangelho.
Na entrevista publicada em 18 de fevereiro, o religioso – ao falar acerca da indissolubilidade do matrimônio – disse que embora ninguém possa mudar a palavra de Cristo, é preciso refletir “sobre o que Jesus realmente disse” e colocá-las em seu contexto, pois “nessa época ninguém tinha um gravador para registrar as suas palavras”.
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