18 Dez. 17
MADRI, (ACI).-
Serge Abad-Gallardo foi maçom durante 24 anos e chegou a ser mestre de
14º grau, mas durante uma visita ao Santuário de Lourdes (França), se
converteu ao catolicismo. Ele assegura que agora só quer explicar a
verdade que está por trás da maçonaria para que cada pessoa possa
escolher livremente.
Em uma entrevista concedida a ‘La Contra’ e realizada por Álex Rosal, o ex-maçom assegura que “não é possível pertencer à Igreja católica e à maçonaria” e, portanto, um maçom não pode comungar.
Em uma entrevista concedida a ‘La Contra’ e realizada por Álex Rosal, o ex-maçom assegura que “não é possível pertencer à Igreja católica e à maçonaria” e, portanto, um maçom não pode comungar.
“Às vezes, os maçons dizem que a Igreja é intolerante porque não lhes
permite ser maçons e católicos, mas isso não é assim apenas na Igreja
Católica, mas também em muitas outras, como a Igreja Anglicana ou
Ortodoxa. Inclusive em 1978, um conselho muçulmano pronunciou uma
‘fatwa’, ou seja, uma lei, pela qual você não pode ser muçulmano e
maçom”, disse Abad Gallardo.
Nesse sentido, explicou que “a maçonaria é uma religião e, portanto, não
se pode pertencer a duas religiões diferentes e, sobretudo, tão
antagônicas”, algo que a Igreja deixa claro, mas que, segundo afirma,
“há muitas citações de maçons, professores nacionais e altos mestres da
maçonaria que também dizem que você não pode ser maçom e católico”.
Por isso, afirmou que “a maçonaria é uma religião com seus próprios
dogmas, mesmo que se declare não dogmática. É uma religião e um sistema
político e se vê claramente na França, onde estão no poder há três
séculos”.
Além de ser uma religião como tal, a maçonaria está profundamente relacionada ao culto ao demônio.
“Na maçonaria falam sobre a sabedoria que está na árvore do paraíso, que
é luciferiana, pois é ser como Deus”, explica. Além disso, indica que
em seu livro “Por que deixei de ser maçom”, inclui uma grande relação
maçônica “que diz que o grau 12, que é do grande mestre arquiteto, é o
principal para ser como Deus, para conseguir ter essa sabedoria. Isso é
uma heresia, uma blasfêmia”.
Também falou na entrevista sobre a Fraternidade Parlamentar da França,
que é um grupo de parlamentares maçons de diferentes formações políticas
de todas as ideologias que se unem para influenciar nas leis e sobre o
que chamam de “sujeitos da sociedade”, que são temas como o aborto, a eutanásia ou o casamento homossexual.
Culto Lúcifer
Segundo precisa na entrevista, na França existem três tipos de maçons:
os que buscam o poder, os que desejam seguir a revolução francesa e os
que buscam a verdade, mas que são enganados para entrar na maçonaria.
“O primeiro tipo é de pessoas orgulhosas, que buscam o poder e este é um
pecado do qual Lúcifer se serve. Os segundos falam de uma revolução
permanente, querem eliminar a Igreja Católica, e os terceiros, mesmo sem
saber, servem a Lúcifer porque participam e praticam rituais que são
quase todos luciferianos. Nas três categorias servem a Lúcifer”,
explica.
É por isso insiste que “a maçonaria é anti-Igreja e o seu objetivo é
destruir a Igreja Católica e todas as igrejas, ou pelo menos reduzi-las
muito e desenvolver uma religião puramente maçônica. Nos meus livros eu
tenho mais de 300 citações luciferianas da doutrina maçônica”.
Entretanto, afirma que não pode falar de “rituais satânicos”, embora
alguns autores assegurem que, em graus superiores, como 33º grau, “há
uma glorificação explícita de Lúcifer”.
“Não seria raro que em outros graus Lúcifer também seja glorificado. Na
verdade, no primeiro grau do rito escocês, que é o rito mais aceito e
estendido, há uma cerimônia chamada ‘volta à luz’ com a qual começam o
Ano Novo maçônico. Nesta cerimônia não há glorificação, mas sim
agradecem a Lúcifer por trazer ao mundo a luz que a Igreja não lhe dá. O
venerável mestre diz: ‘Lúcifer, agradeço por trazer luz à Humanidade’”,
assinalou.
Mas, além de glorificações, há momentos nos quais profana-se a Eucaristia,
assim Abad Gallardo assegura que no grau 18 “se faz um rito semelhante
ao da Eucaristia, que se chama ‘A Ceia’, no qual o venerável mestre
parte o pão e distribui o vinho, tomando a personalidade de Jesus e isso
é uma blasfêmia”.
Sair da maçonaria
Depois de converter-se ao catolicismo durante uma visita ao Santuário de
Lourdes (França), Serge procurou a direção espiritual de um sacerdote,
para ajudá-lo a sair da maçonaria.
“Depois de decidir deixar a maçonaria, permaneci mais um ano porque
considerava que era importante falar do Evangelho e do Deus verdadeiro,
não do grande arquiteto, às pessoas que estavam lá. O meu diretor
espiritual me disse para fazer o que eu achasse melhor, pois eu já
estava consciente que a maçonaria e o cristianismo eram incompatíveis e
me advertiu que, enquanto estivesse na maçonaria, não poderia comungar”.
“Quando deixei de ser maçom, perdi todos os meus apoios. Ao escrever
sobre eles e denunciar os caminhos políticos por trás da maçonaria,
comecei a ter muitos inimigos, mas tudo isso não me interessa porque
encontrei um amigo em Jesus Cristo e uma amiga na Virgem Maria e ninguém pode superar isso”.
“Perdi tudo a nível material e profissional, porque encontrei uma
espiritualidade que não se pode encontrar na maçonaria”, assegura e
explica que sofrer tudo isso não importa, “porque estou consciente de
servir a Jesus”.
Além disso, destaca que, quando deixou a loja, não recebeu ameaças
diretas, mas “indiretas, que teria problemas, inclusive físicos. Mas eu
não tenho medo deles, acho que essas pessoas estão perdidas e por isso
rezo por elas”.
O que a Igreja estabelece
O cânon 1374 do Código de Direito Canônico de 1983 adverte que, “quem
der o nome a uma associação que maquine contra a Igreja, seja punido com
pena justa; quem promover ou dirigir tal associação seja punido com
interdito”.
Esta nova redação envolveu dois desenvolvimentos em relação ao Código de
1917: a penalidade não é automática e não se menciona expressamente a
maçonaria como uma associação que conspira contra a Igreja.
Prevendo possíveis confusões, um dia antes que entrasse em vigor a nova
lei eclesiástica, foi publicada uma declaração assinada pelo Cardeal Joseph Ratzinger, então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e futuro Papa Bento XVI.
Nesta declaração, assinala que o critério da Igreja não foi alterado em
relação às declarações anteriores e a nomeação expressa da maçonaria foi
omitida para incluí-la junto com outras associações.
Indica, além disso, que os princípios da maçonaria permanecem
incompatíveis com a doutrina da Igreja e que os fiéis que pertencem às
associações maçônicas não podem receber a Sagrada Comunhão.
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