sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Heresias acerca da Encarnação de Cristo



  • Manes, um gnóstico do século II e criador do maniqueísmo, dizia que Cristo era Deus, mas que não era homem verdadeiro e que tinha Corpo apenas aparente: esta é a heresia do docetismo (do grego “que parece”). Foi combatida pelos Padres Santo Inácio de Antioquia e Santo Irineu de Lião. A escritura é rica em passagem nas quais Cristo Se refere a Si como “filho do homem” (cf. Mt 8,20; 9,6; Mc 2,28; 8,31; Lc 6,22; 7,34; Jo 1,51; 3,13s etc.), ou seja, humano.Contra esse erro, a Igreja acrescentou: “E Se encarnou”:
Apalpai: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho (Lc 24,39).
  • Valentino (séc. II), também gnóstico, dizia que Cristo tinha um corpo celestial. Por isso: “no seio da Virgem Maria”:
Maria perguntou ao Anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’. Respondeu-lhe o anjo: ‘O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o Santo que nascer de tiserá chamado Filho de Deus’ (Lc 1,34s).
Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei (Gl 4,4).
  • Apolinário (séc. IV), na ânsia por rejeitar o arianismo e consequentemente afirmar a divindade de Cristo, pregou que Ele não tinha alma. Para refutar esse erro, os Padres do Concílio de Constantinopla escreveram: “se fez homem”:
Disse-lhes, então: Minha alma está triste até a morte (Mt 26,38).
  • Nestório (séc. V), Patriarca de Constantinopla, para ressaltar as duas naturezas de Cristo, fez tal distinção entre elas que afirmou que nEle havia duas pessoas diferentes (uma humana e uma divina), sendo Nossa Senhora apenas Mãe da pessoa humana. Foi veementemente combatido por São Cirilo de Alexandria no Concílio de Éfeso [1].
  • Eutiques (séc. V) teve uma reação para o extremo oposto em relação ao nestorianismo: Cristo, para ele, tinha uma só natureza, porque a divindade absorvia totalmente a humanidade. Nascia assim a heresia do monofisismo, condenada definitivamente pelo Concílio da Calcedônia [2].
  • Monotelismo (séc. VII) pregava que Cristo tinha apenas uma vontade, apesar de duas naturezas. Com a intenção de congraçar os monofisistas, novamente o patriarcado de Constantinopla cai em heresia (dessa vez sob o Patriarca Sérgio I). Foi condenada no Concílio Ecumênico de Constantinopla III.

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