Grupo de peregrinos chineses na Praça de São Pedro, no Vaticano. Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa) |
31 Jan. 18
Por Walter Sánchez Silva
VATICANO, (ACI).-
O
Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Greg Burke, divulgou na
terça-feira, 30 de janeiro, uma declaração na qual afirma que o Papa
Francisco está bem informado sobre a situação da Igreja Católica na China e que é “lamentável” que algumas “pessoas da Igreja” afirmem o contrário, causando “confusões e polêmicas”.
A declaração afirma que “o Papa está em constante contato com os seus
colaboradores, em particular da Secretaria de Estado, sobre as questões
chinesas, e é informado por eles de forma fiel e pormenorizada sobre a
situação da Igreja Católica na China e sobre os passos do diálogo em
andamento entre a Santa Sé e a República Popular da Chinesa, que ele
acompanha com especial solicitude”.
“Por isso é um surpresa e lamentável que se afirme o contrário por parte
de pessoas de Igreja e se alimentem assim confusões e polêmicas”,
concluiu.
Embora não tenha mencionado, a declaração ocorreu um dia depois que o
Bispo Emérito de Hong Kong, Cardeal Joseph Zen Ze-kiun, publicou em seu
site uma carta na qual explica e analisa a difícil situação da Igreja
Católica na China, em particular os bispos, ante as pressões e a perseguição do governo comunista.
Na carta publicada em seu site, o Cardeal recordou que nos últimos dias a
mídia informou que o Vaticano pediu a um bispo para que renuncie e a
outro bispo para que aceite a sua renúncia a fim de permitir que os
bispos relacionados ao governo assumam os seus cargos.
A carta detalhada do Purpurado é bem crítica em relação às negociações
do Vaticano com o governo chinês, na qual também denuncia vários
problemas sofridos pelos prelados católicos no país: “Vi diretamente a
escravidão e a humilhação à qual os nossos irmãos bispos estão
submetidos”, assinala.
Em sua carta, o Bispo Emérito pergunta: “Acreditaria que o Vaticano está
vendendo a Igreja Católica na China? Sim, definitivamente, se eles
estão indo na direção na qual estão segundo o que eles estão fazendo nos
últimos anos e meses”.
As relações diplomáticas entre a China e o Vaticano se romperam em 1951,
dois anos depois da chegada ao poder dos comunistas que expulsaram os
clérigos estrangeiros.
Desde então, a China permite o culto católico unicamente à Associação
Patriótica Católica Chinesa, subordinada ao Partido Comunista da China, e
rechaça a autoridade do Vaticano para nomear bispos ou governá-los.
Pelo contrário, os bispos que permanecem fiéis ao Papa, vivem em uma
situação quase clandestina, assediados constantemente pelas autoridades
comunistas.
Há alguns anos, a Santa Sé trabalha em um acordo para o restabelecimento
das relações diplomáticas com a China, uma aproximação incentivada pelo
Papa Francisco.
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