09 Fev. 18
Lisboa, (ACI).-
Depois de publicar um documento sobre a aplicação da exortação Amoris
Laetitia, no qual propõe a continência aos casais em segunda união e
lembra que a reintegração dos mesmos não “acaba necessariamente nos sacramentos”, o Cardeal Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Clemente, foi alvo de várias críticas.
A “Nota para a recepção do capítulo VIII da exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’” do Patriarcado de Lisboa foi publicada no último dia 6 de fevereiro e ganhou grande repercussão principalmente devido a uma das seis alíneas operativas indicadas pelo Patriarca.
No documento, Dom Clemente, solicita que se verifique “atentamente a especificidade de cada caso” e que não se omita “a apresentação ao tribunal diocesano, quando haja dúvida sobre a validade do matrimônio”.
“Quando a validade se confirma, não deixar de propor a vida em continência na nova situação”, pontua Dom Clemente.
Frente a esta recomendação, o cardeal começou a ser alvo de críticas dos próprios católicos portugueses. É o caso do teólogo e Padre da Sociedade Missionária Portuguesa, Anselmo Borges afirmou que ela deveria ser retirada do texto. “Não faz sentido admitir que estão casados, por um lado, e pedir-lhes que não tenham vida sexual, por outro. É contra a natureza humana”, declarou ao site ‘Público’.
Para Borges, conforme informa o ‘Diário de Notícias’, embora o documento do Patriarcado de Lisboa tenha “a intenção valiosa de mostrar a importância da família”, este corre o risco de ficar “inválido” por causa dessa afirmação.
O site também recolhe a opinião da doutora em teologia Teresa Toldy, pesquisadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Para ela, a orientação do Cardeal “é reveladora da produção de discurso por pessoas que, quando falam do casamento de maneira dura e rígida, não sabem do que estão a falar e correm o risco de fazer propostas ridículas”.
Entretanto, o diretor do serviço de Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa, Pe. Rui Pedro Carvalho, ressaltou que é “redutor” afirmar que Dom Manuel Clemente aconselha divorciados recasados a absterem-se de relações sexuais.
“Não é Dom Manuel quem aconselha, é o Papa João Paulo II. Esta recomendação já vem da exortação apostólica Familiaris Consortio de 1981”, explicou o sacerdote ao site ‘Observador’.
Nesta exortação, o Papa polonês, ao falar dos divorciados que contraíram nova união, afirma o seguinte: “A reconciliação pelo sacramento da penitência – que abriria o caminho ao sacramento eucarístico – pode ser concedida só àqueles que, arrependidos de ter violado o sinal da Aliança e da fidelidade a Cristo, estão sinceramente dispostos a uma forma de vida não mais em contradição com a indissolubilidade do matrimônio”.
“Isto tem como consequência, concretamente – pontua o documento de João Paulo II –, que quando o homem e a mulher, por motivos sérios – quais, por exemplo, a educação dos filhos – não se podem separar, ‘assumem a obrigação de viver em plena continência, isto é, de abster-se dos atos próprios dos cônjuges’”
Na própria Nota publicada no dia 6 de fevereiro, o Patriarca de Lisboa assinala como primeira alínea operativa “acompanhar e integrar as pessoas na vida comunitária, na sequência das exortações apostólicas pós-sinodais Familiaris Consortio” de São João Paulo II, “Sacramentum Caritatis”, de Bento XVI, e “Amoris Laetitia”, do Papa Francisco.
Nesse sentido, o diretor do serviço de Pastoral Familiar indicou que, “o que o Patriarca fez foi pegar nos documentos da Igreja e aplica-los na Diocese” de Lisboa.
“Imaginemos um casal, uma segunda união, em que ambas as pessoas são fiéis e querem aproximar-se novamente da Igreja, mas apercebem-se de que há um primeiro casamento que não foi dissolvido. Aquilo que se propõe é que para viver nesta comunhão total vivam como irmãos, que vivam em continência”, acrescentou.
Além disso, Pe. Rui Pedro Carvalho explicou que Dom Manuel Clemente publicou esta Nota agora “porque o Papa Francisco pediu a cada bispo para pegar na Amoris Laetitia e para aplica-la na sua Diocese”. “O Cardeal Patriarca fez precisamente isso”, completou.
Nesta sexta-feira, embora não tenha feito referência direta às questões levantadas após publicação da Nota, o Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Clemente, deixou claro em uma publicação no Twitter a sua visão sobre a família.
“A experiência familiar de Jesus é a base da experiência total que Jesus nos propõe como família de Deus, na construção do Reino”, postou o purpurado.
A “Nota para a recepção do capítulo VIII da exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’” do Patriarcado de Lisboa foi publicada no último dia 6 de fevereiro e ganhou grande repercussão principalmente devido a uma das seis alíneas operativas indicadas pelo Patriarca.
No documento, Dom Clemente, solicita que se verifique “atentamente a especificidade de cada caso” e que não se omita “a apresentação ao tribunal diocesano, quando haja dúvida sobre a validade do matrimônio”.
“Quando a validade se confirma, não deixar de propor a vida em continência na nova situação”, pontua Dom Clemente.
Frente a esta recomendação, o cardeal começou a ser alvo de críticas dos próprios católicos portugueses. É o caso do teólogo e Padre da Sociedade Missionária Portuguesa, Anselmo Borges afirmou que ela deveria ser retirada do texto. “Não faz sentido admitir que estão casados, por um lado, e pedir-lhes que não tenham vida sexual, por outro. É contra a natureza humana”, declarou ao site ‘Público’.
Para Borges, conforme informa o ‘Diário de Notícias’, embora o documento do Patriarcado de Lisboa tenha “a intenção valiosa de mostrar a importância da família”, este corre o risco de ficar “inválido” por causa dessa afirmação.
O site também recolhe a opinião da doutora em teologia Teresa Toldy, pesquisadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Para ela, a orientação do Cardeal “é reveladora da produção de discurso por pessoas que, quando falam do casamento de maneira dura e rígida, não sabem do que estão a falar e correm o risco de fazer propostas ridículas”.
Entretanto, o diretor do serviço de Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa, Pe. Rui Pedro Carvalho, ressaltou que é “redutor” afirmar que Dom Manuel Clemente aconselha divorciados recasados a absterem-se de relações sexuais.
“Não é Dom Manuel quem aconselha, é o Papa João Paulo II. Esta recomendação já vem da exortação apostólica Familiaris Consortio de 1981”, explicou o sacerdote ao site ‘Observador’.
Nesta exortação, o Papa polonês, ao falar dos divorciados que contraíram nova união, afirma o seguinte: “A reconciliação pelo sacramento da penitência – que abriria o caminho ao sacramento eucarístico – pode ser concedida só àqueles que, arrependidos de ter violado o sinal da Aliança e da fidelidade a Cristo, estão sinceramente dispostos a uma forma de vida não mais em contradição com a indissolubilidade do matrimônio”.
“Isto tem como consequência, concretamente – pontua o documento de João Paulo II –, que quando o homem e a mulher, por motivos sérios – quais, por exemplo, a educação dos filhos – não se podem separar, ‘assumem a obrigação de viver em plena continência, isto é, de abster-se dos atos próprios dos cônjuges’”
Na própria Nota publicada no dia 6 de fevereiro, o Patriarca de Lisboa assinala como primeira alínea operativa “acompanhar e integrar as pessoas na vida comunitária, na sequência das exortações apostólicas pós-sinodais Familiaris Consortio” de São João Paulo II, “Sacramentum Caritatis”, de Bento XVI, e “Amoris Laetitia”, do Papa Francisco.
Nesse sentido, o diretor do serviço de Pastoral Familiar indicou que, “o que o Patriarca fez foi pegar nos documentos da Igreja e aplica-los na Diocese” de Lisboa.
“Imaginemos um casal, uma segunda união, em que ambas as pessoas são fiéis e querem aproximar-se novamente da Igreja, mas apercebem-se de que há um primeiro casamento que não foi dissolvido. Aquilo que se propõe é que para viver nesta comunhão total vivam como irmãos, que vivam em continência”, acrescentou.
Além disso, Pe. Rui Pedro Carvalho explicou que Dom Manuel Clemente publicou esta Nota agora “porque o Papa Francisco pediu a cada bispo para pegar na Amoris Laetitia e para aplica-la na sua Diocese”. “O Cardeal Patriarca fez precisamente isso”, completou.
Nesta sexta-feira, embora não tenha feito referência direta às questões levantadas após publicação da Nota, o Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Clemente, deixou claro em uma publicação no Twitter a sua visão sobre a família.
“A experiência familiar de Jesus é a base da experiência total que Jesus nos propõe como família de Deus, na construção do Reino”, postou o purpurado.
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