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Por Philip Pullella
Satã é mencionado mais de doze vezes no documento, no qual Francisco fala de como a vida pode ser "uma luta constante contra o diabo, o príncipe do mal".
O papa Francisco colocou Satã em seu devido lugar,
citando o diabo repetidamente em um documento publicado nesta
segunda-feira, na sequência de uma refutação feita pelo Vaticano no mês
passado a um jornalista segundo o qual o pontífice negou a existência do
inferno.
No documento, conhecido como Exortação
Apostólica e intitulado “Gaudete et Exsultate,” (Rejubile e Exulte), o
papa também repudia a quantidade de difamação e calúnia espalhadas pela
internet por alguns católicos blogueiros e usuários do Twitter.
Satã
é mencionado mais de doze vezes no documento, no qual Francisco fala de
como a vida pode ser “uma luta constante contra o diabo, o príncipe do
mal”.
No mesmo trecho ele continua: “Assim
sendo, não deveríamos pensar no diabo como um mito, uma representação,
um símbolo, uma figura de linguagem ou uma ideia. Este erro nos levaria a
baixar a guarda, a nos tornarmos descuidados e a terminar mais
vulneráveis”.
Francisco se refere às “artimanhas
do diabo”, “o espírito do diabo”, “manter o diabo em xeque”, como
“banir o diabo” e das “ciladas e tentações do diabo”.
No
dia 29 de março o Vaticano se sentiu compelido a reafirmar a existência
do inferno depois que Eugenio Scalfari, ateu confesso de 93 anos que
desenvolveu uma amizade intelectual com Francisco, escreveu que o papa
lhe disse que “não existe um inferno”.
Scalfari
se orgulha de não tomar notas nem usar gravadores em seus encontros,
“reconstruindo” as conversas mais tarde em seus artigos.
Ironicamente,
o pontífice não mencionou o inferno no documento desta segunda-feira em
um trecho no qual alertou para as “línguas desenfreadas” na mídia.
No
trecho ele se referiu ao ódio da mídia católica na internet, presente
de maneira predominante em blogs conservadores de direita e em postagens
de tuiteiros que muitas vezes usam uma linguagem forte para criticar
católicos liberais e até mesmo o papa.
“Mesmo na
mídia católica os limites às vezes são ultrapassados, a difamação e a
calúnia se tornam lugares comuns, e todos os padrões éticos e o respeito
pelo bom nome dos outros são abandonados”, alertou Francisco.
“É
impressionante como às vezes, afirmando defender os outros mandamentos,
eles ignoram completamente o oitavo, que proíbe que se preste falso
testemunho ou se minta, e vilipendiam outros implacavelmente. Aqui vemos
como a língua desenfreada, inflamada pelo inferno, incendeia todas as
coisas”, disse, parafraseando uma passagem da Bíblia.
Reuters
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