Por Sergio Bertoli
Certas
mentalidades profundamente imbuídas de liberalismo e de relativismo
pretendem que a religião d’Aquele que é a misericórdia infinita não
deveria incluir em seus ensinamentos qualquer espécie de ameaça com
penas futuras e castigos eternos. Não se sabe de que cartola eles
tiraram essa convicção. Bem entendido, não se deve fazer do medo das
penas futuras o único instrumento para incentivar a virtude. Mas é
extremamente nocivo às almas cair no lado oposto, pois “o temor de Deus é o começo da sabedoria” (Sl 110, 10).
Além das inúmeras vezes em que o Antigo Testamento trata do assunto, Nosso Senhor Jesus Cristo e os Apóstolos falam claramente dos castigos que terão na vida futura os que morrerem fora da graça de Deus, sem arrependimento nem pedido de perdão pelos seus pecados. Por exemplo: “Virão muitos do Oriente e do Ocidente, e que se sentarão com Abraão, Isaac e Jacó no reino dos céus, enquanto os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 8, 11-12). Ou seja, haverá “filhos do reino” que, por não corresponderem à graça, serão lançados no inferno.
Ensina também São Paulo: “Jesus (descerá) em uma chama de fogo, para tomar vingança daqueles que não conheceram a Deus, e que não obedecem ao Evangelho, […] os quais serão punidos com a perdição eterna, longe da face do Senhor e da glória do seu poder” (2 Tes. 1, 3-10).
São Bento colocou no início da Regra da Ordem Beneditina a seguinte exortação: “Vinde, meus filhos, ouvi-me, eu vos ensinarei o temor do Senhor”.
Santo Afonso Maria de Ligório, em seu livro Glórias de Maria Santíssima, conta que em 1611, na vigília de Pentecostes, inúmeras pessoas compareceram ao célebre santuário de Montevergine [quadro acima], na Itália, e o profanaram com bailes, embriaguez e imoralidades. A construção, que era de madeira, repentinamente começou a pegar fogo. Em menos de uma hora e meia tudo se transformou em cinzas. Segundo Santo Afonso, mais de 400 pessoas morreram, apenas cinco sobreviveram. Estas cinco depuseram sob juramento que viram a Mãe de Deus — a Mãe terníssima, a Mãe de misericórdia — com duas tochas acesas, pondo fogo no edifício.
A edição espanhola do referido livro, publicada pelos Missionários Redentoristas de Caracas em 1988, esclarece em nota que Santo Afonso não afirma que todos os que morreram se condenaram eternamente, mas que com aquele prodígio a Santíssima Virgem quis mostrar que não tolera o pecado de quem profana o recinto sagrado.
Nos bons tempos em que a palavra do pastor era frequentemente usada para admoestar o rebanho, Dom Antônio Joaquim de Melo, grande bispo da cidade de São Paulo de 1852 a 1861, dizia que o abuso da Misericórdia de Deus condena mais almas que a sua Justiça. O Bom Pastor — exatamente Aquele que dá a vida por suas ovelhas — costuma ameaçá-las com perigos e castigos, e também com guerras.
Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, antes de partirem para os confrontos, muitos soldados procuravam os sacerdotes para se confessar. Quantos não perderam ali a vida terrena, mas provavelmente ganharam a vida eterna? Caso os evidentes perigos da guerra não os ameaçassem, tudo leva a crer que teriam morrido tranquilos em suas cidades, sem maiores preocupações com o destino eterno de suas almas. Quem ousaria negar que se trata aí de uma grande misericórdia? No entanto, esta se apresenta sob a forma de uma ameaça de castigo ou de justiça.
Dado o relativismo existente no mundo moderno, bem sei que este artigo poderá despertar antipatias e indignações. Só espero que estas não se voltem contra os Evangelhos, nem contra São Paulo, São Bento, Santo Afonso e os bons pastores… Nem contra Nossa Senhora, a Pedagoga incomparável que, no entanto, não hesitou em mostrar a três inocentes crianças o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores.
De quanto bem é capaz um linguajar severo, empregado na hora e na dose certas, para que as almas continuem no caminho da salvação ou se emendem do mau caminho sem se fecharem à graça de Deus! Em sentido contrário, quanto mal e perdição atraem todos aqueles que incentivam o abuso da misericórdia de Nosso Senhor ou omitem o ensinamento das verdades que Ele tão misericordiosamente nos deixou.
Entretanto, assim como em 1611 [conforme referência no artigo acima], essa bela abadia foi novamente profanada, novo abuso da misericórdia de Deus.
Uma recente reportagem sobre essa abadia (link abaixo*) traz a informação de que, em 2002, incomodado com a atitude ostensiva de um Grupo LGBT que tocava pandeiros e castanholas dentro da Igreja, um sacerdote pediu que eles deixassem o recinto. Duas semanas depois, durante a festa da Apresentação do Menino Jesus no Templo (em italiano, festa da Candelora), centenas de homossexuais retornaram ao local com um famoso transgênero italiano e ex-membro do parlamento, apelidado Vladimir Luxuria.
Era o dia 2 de fevereiro, que passou a ser celebrado anualmente por homossexuais naquele santuário. Nesse dia, chamado por eles de Femminiello Pride, ainda segundo a referida reportagem, seus adeptos usam batom e boás de plumas. Quando a noite desce, mais de duas mil pessoas, homossexuais lésbicas, bissexuais e transgêneros passam por este santuário católico para adorar o ícone que eles chamam de “Madonna da Transformação” (sic).
Tudo se mistura num sincretismo espantoso: Virgem Negra, Madonna da Transformação, deusa Cibele (antiga divindade pagã que existia naquele local, relacionada a danças sensuais) etc.
Abusam da misericórdia de Deus como se Ele não existisse, como se sua moral fosse relativa. Vale lembrar que essa região foi afetada terrivelmente por um terremoto devastador em 1980…
____________
http://roadsandkingdoms.com/2015/femminiello-pride/
Além das inúmeras vezes em que o Antigo Testamento trata do assunto, Nosso Senhor Jesus Cristo e os Apóstolos falam claramente dos castigos que terão na vida futura os que morrerem fora da graça de Deus, sem arrependimento nem pedido de perdão pelos seus pecados. Por exemplo: “Virão muitos do Oriente e do Ocidente, e que se sentarão com Abraão, Isaac e Jacó no reino dos céus, enquanto os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 8, 11-12). Ou seja, haverá “filhos do reino” que, por não corresponderem à graça, serão lançados no inferno.
Ensina também São Paulo: “Jesus (descerá) em uma chama de fogo, para tomar vingança daqueles que não conheceram a Deus, e que não obedecem ao Evangelho, […] os quais serão punidos com a perdição eterna, longe da face do Senhor e da glória do seu poder” (2 Tes. 1, 3-10).
São Bento colocou no início da Regra da Ordem Beneditina a seguinte exortação: “Vinde, meus filhos, ouvi-me, eu vos ensinarei o temor do Senhor”.
Santo Afonso Maria de Ligório, em seu livro Glórias de Maria Santíssima, conta que em 1611, na vigília de Pentecostes, inúmeras pessoas compareceram ao célebre santuário de Montevergine [quadro acima], na Itália, e o profanaram com bailes, embriaguez e imoralidades. A construção, que era de madeira, repentinamente começou a pegar fogo. Em menos de uma hora e meia tudo se transformou em cinzas. Segundo Santo Afonso, mais de 400 pessoas morreram, apenas cinco sobreviveram. Estas cinco depuseram sob juramento que viram a Mãe de Deus — a Mãe terníssima, a Mãe de misericórdia — com duas tochas acesas, pondo fogo no edifício.
A edição espanhola do referido livro, publicada pelos Missionários Redentoristas de Caracas em 1988, esclarece em nota que Santo Afonso não afirma que todos os que morreram se condenaram eternamente, mas que com aquele prodígio a Santíssima Virgem quis mostrar que não tolera o pecado de quem profana o recinto sagrado.
Nos bons tempos em que a palavra do pastor era frequentemente usada para admoestar o rebanho, Dom Antônio Joaquim de Melo, grande bispo da cidade de São Paulo de 1852 a 1861, dizia que o abuso da Misericórdia de Deus condena mais almas que a sua Justiça. O Bom Pastor — exatamente Aquele que dá a vida por suas ovelhas — costuma ameaçá-las com perigos e castigos, e também com guerras.
Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, antes de partirem para os confrontos, muitos soldados procuravam os sacerdotes para se confessar. Quantos não perderam ali a vida terrena, mas provavelmente ganharam a vida eterna? Caso os evidentes perigos da guerra não os ameaçassem, tudo leva a crer que teriam morrido tranquilos em suas cidades, sem maiores preocupações com o destino eterno de suas almas. Quem ousaria negar que se trata aí de uma grande misericórdia? No entanto, esta se apresenta sob a forma de uma ameaça de castigo ou de justiça.
Dado o relativismo existente no mundo moderno, bem sei que este artigo poderá despertar antipatias e indignações. Só espero que estas não se voltem contra os Evangelhos, nem contra São Paulo, São Bento, Santo Afonso e os bons pastores… Nem contra Nossa Senhora, a Pedagoga incomparável que, no entanto, não hesitou em mostrar a três inocentes crianças o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores.
De quanto bem é capaz um linguajar severo, empregado na hora e na dose certas, para que as almas continuem no caminho da salvação ou se emendem do mau caminho sem se fecharem à graça de Deus! Em sentido contrário, quanto mal e perdição atraem todos aqueles que incentivam o abuso da misericórdia de Nosso Senhor ou omitem o ensinamento das verdades que Ele tão misericordiosamente nos deixou.
Profanações em Montevergine!
A abadia de Montevergine [foto acima], no sul da Itália, foi fundada no século XII por São Guilherme de Vercelli. Trata-se de um edifício medieval situado numa região de montanhas, com vistas grandiosas, encantando os olhos e favorecendo a elevação das almas a Deus.Entretanto, assim como em 1611 [conforme referência no artigo acima], essa bela abadia foi novamente profanada, novo abuso da misericórdia de Deus.
Uma recente reportagem sobre essa abadia (link abaixo*) traz a informação de que, em 2002, incomodado com a atitude ostensiva de um Grupo LGBT que tocava pandeiros e castanholas dentro da Igreja, um sacerdote pediu que eles deixassem o recinto. Duas semanas depois, durante a festa da Apresentação do Menino Jesus no Templo (em italiano, festa da Candelora), centenas de homossexuais retornaram ao local com um famoso transgênero italiano e ex-membro do parlamento, apelidado Vladimir Luxuria.
Era o dia 2 de fevereiro, que passou a ser celebrado anualmente por homossexuais naquele santuário. Nesse dia, chamado por eles de Femminiello Pride, ainda segundo a referida reportagem, seus adeptos usam batom e boás de plumas. Quando a noite desce, mais de duas mil pessoas, homossexuais lésbicas, bissexuais e transgêneros passam por este santuário católico para adorar o ícone que eles chamam de “Madonna da Transformação” (sic).
Tudo se mistura num sincretismo espantoso: Virgem Negra, Madonna da Transformação, deusa Cibele (antiga divindade pagã que existia naquele local, relacionada a danças sensuais) etc.
Abusam da misericórdia de Deus como se Ele não existisse, como se sua moral fosse relativa. Vale lembrar que essa região foi afetada terrivelmente por um terremoto devastador em 1980…
____________
http://roadsandkingdoms.com/2015/femminiello-pride/
Nenhum comentário:
Postar um comentário