Por Santiago Escobar
Os primeiros raios de sol de um movimento jovem e organizado que pressagia um grande amanhecer em toda a América Latina
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Marcha pela vida em Tucumán – Argentina / Crédito: Facebook Tucumán Pro Vida |

A
Argentina demonstrou ao mundo esta semana sua corajosa defesa da vida e
da dignidade humana. Ela o fez não só por causa da votação no Congresso
que rejeitou o aborto, mas também pelas numerosas manifestações que
envolveram todas as suas cidades, chegando até a designar um estado
argentino (Tucumán) com resolução oficial como defensor da vida.[i]
Apesar da pressão da mídia, das ameaças
econômicas do FMI e do prolongado silêncio por parte do clero, os
argentinos demonstraram ao mundo sua alta consideração pelos princípios
morais e estão dispostos a enfrentar o que for preciso para preservar a
instituição da família como célula fundamental da sociedade.

Com o slogan “Salvemos as duas vidas”, o
movimento “Onda celeste” tornou-se rapidamente popular. Foi uma luta de
vários meses, que passou por vários períodos críticos e atingiu o auge
em 14 de junho, quando houve uma primeira derrota na Câmara dos
Deputados (129 a favor do aborto, 125 contra). Depois desse resultado, a
pressão da opinião pública de todo o país para que os senadores
rejeitassem o projeto cresceu exponencialmente, por ser ele
inconstitucional e, sobretudo, por constituir uma afronta à Família
Argentina.
Os argentinos se sentiram amplamente
apoiados por movimentos pró-vida de todo o mundo, especialmente da
América Latina, onde em mais de 15 países houve protestos nas embaixadas
e consulados argentinos contra o projeto. Seus promotores decidiram
designar o protesto como #Latinoamericaxlas2vidas e entregaram ao
Senado um manifesto assinado por mais de 170 organizações pró-vida.

Esse
fenômeno da opinião pública nasce com grande força na América Latina e
influencia poderosamente para que os políticos estejam cada vez mais
inibidos de realizar projetos iníquos e perversos. Ele se junta a uma
forte corrente de reações, como o Manif pour tous na França ou a March for Life nos EUA, que este ano contou com a presença do vice-presidente Mike Pence.
As marchas e manifestações em todo o
país evidenciaram a profunda religiosidade dos argentinos, que os levou a
defender a Lei de Deus e a vida humana desde a concepção. Eles o
fizeram em coerência com este trecho do Catecismo da Igreja Católica: “ A
vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir
do momento da concepção. Desde o primeiro momento da sua existência,
devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre
os quais o direito inviolável de todo o ser inocente à vida” (Nº 2270).
Confirmando essa religiosidade, o artigo 2º da Constituição argentina declara: “O governo federal apoia o culto apostólico católico romano”, isto
é, o reconhece como a religião oficial do Estado argentino e,
consequentemente, reconhece os mandamentos da lei de Deus, os decretos e
as leis do Magistério da Igreja.
Como conclusão, alegra-nos afirmar que a
Argentina profunda, a Argentina católica, deu mostra de sua coragem
movida pela fé na defesa do Mandamento da Lei de Deus “não matar”,
seriamente ameaçado por um lobby da morte, desejoso de impor,
custe o que custar, o aborto em todo o Ocidente. Sua derrota levou os
militantes abortistas a reagir com depredações de lugares religiosos e
temporais, e ainda com pedidos formais de apostasia da Igreja Católica.
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