Por Plinio Corrêa de Oliveira
A D V E R T Ê N C I A
O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.
Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:
“Católico apostólico romano, o autor deste texto se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto, por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.
As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.
* Significado do nome de Nossa Senhora “Aparecida” e analogia com Nossa Senhora da Imaculada Conceição, do Oratório
Hoje é festa de Nossa Senhora Aparecida, padroeira principal do Brasil.
Os senhores sabem que há, antes de tudo,
uma espécie de nexo de identidade entre Nossa Senhora de Aparecida e
Nossa Senhora da Conceição que se venera no Oratório (1),
porque Nossa Senhora de Aparecida é Nossa Senhora da Conceição
Aparecida. É uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que se chama
Aparecida porque apareceu no Rio Paraíba, recolhida por pescadores em
dois lances de redes diferentes: primeiro a imagem de barro e depois a
cabeça, e então se chamou Aparecida, quer dizer, a imagem da Conceição
Aparecida no Rio Paraíba.
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A
imagem que nós temos no Oratório é também da Imaculada Conceição e o
Brasil é, propriamente, um feudo de Nossa Senhora, enquanto Maria
concebida sem pecado, quer dizer, enquanto Imaculada Conceição,
Aparecida no Rio Paraíba. O título de Nossa Senhora Aparecida é uma
espécie de segunda invocação, ou de segundo título, que se insere sobre o
tronco principal à maneira de um ramo no tronco principal. O tronco
principal é a Imaculada Conceição. A imagem que nós temos da Imaculada
no Oratório é uma imagem da Conceição.
O fato de esta imagem ter aparecido no
século XVIII, quando o Brasil ainda era Colônia, tem um significado
muito grande para nós: durante séculos, desde o início da Igreja até o
pontificado de Pio IX, foi discutido entre os teólogos se se poderia
afirmar, como dogma de fé, que Nossa Senhora fora concebida sem pecado
original.
Havia muitos teólogos que achavam e
sustentavam que isto se deduzia da Escritura e, sobretudo, se deduzia da
Tradição da Igreja. Havia, entretanto, teólogos que achavam o
contrário, que Nossa Senhora não fora isenta do pecado original, Ela
tinha sido, portanto, concebida no pecado original.
Na Igreja, os espíritos mais mariais, os
espíritos mais tocados pela devoção a Nossa Senhora, sempre sustentaram
que Ela não tinha sido concebida no pecado original. Ao longo dos
séculos foi se consolidando a corrente a favor da Imaculada Conceição —
objeto de muitas disputas internas na Igreja — a tal ponto que cento e
cinqüenta ou duzentos anos antes de Pio IX e da definição do dogma, já a
questão estava tão clareada, que todo o mundo que era de bom espírito
sustentava a Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Enquanto todo o mundo
que sustentava que Ela tinha sido concebida no pecado original era
gente, em geral, de mau espírito e que não era santa.
Quer dizer, tinham se diferenciado
completamente os dois filões dentro da Igreja, e ser a favor da
Imaculada Conceição era como que ser ultramontano (2) em nossos dias.
Ser favorável à Imaculada Conceição era
um sinal, um distintivo de ultramontanismo daquele tempo, e o Brasil foi
colocado sob o patrocínio desta devoção, então ultramontana, exatamente
a partir daquele tempo. Isto indica certa vocação ultramontana do
Brasil, que nós não podemos deixar de notar, e de notar com
reconhecimento a propósito desta festa.
* A devoção a Nossa Senhora como escravo de amor e sua difusão no Brasil. Vida de Frei Galvão
Uma coisa curiosa que eu soube outro
dia é que também no Brasil a devoção a Nossa Senhora a título de escravo
dela, como ensinada por São Luís Maria Grignion de Montfort, entrou
aqui muito mais cedo do que supúnhamos.
Quando eu era pequeno, nunca ouvi falar
da escravidão a Nossa Senhora. Só ouvi falar desta escravidão mais moço,
e muito mais tarde quando comprei o Tratado da Verdadeira Devoção de
São Luís, em francês, vindo da França. Depois conheci algumas pessoas
que falavam da escravidão a Nossa Senhora porque tinham lido o Tratado,
em francês. Eu tive, assim, uma impressão vaga, difusa, de que no
Brasil nunca ninguém tinha conhecido a verdadeira devoção a Nossa
Senhora e que Ela não tinha tido no Brasil escravos antes do Grupo (3), ou pelo menos, antes da penetração do livro de São Luís Grignion de Montfort no Brasil, que foi um tanto anterior ao Grupo.
Lendo outro dia a vida de Frei Galvão, franciscano morto em odor de santidade (4),
— vida, aliás, muito bonita, muito cheia de pormenores interessantes,
etc. — e fundador do Convento da Luz onde está sepultado, dei com a
fotocópia de um ato em que ele se constituía escravo de Nossa Senhora,
em que trechos inteiros desse ato eram tirados do Tratado da Verdadeira Devoção (5).
Vê-se que ele adaptou um tanto a
consagração de São Luís Grignion, mas no essencial é inteiramente
aquilo. E há partes enormes, há palavras tiradas de São Luís Grignion de
Montfort. É uma consagração muito longa, talvez mais longa que a de São
Luís Maria Grignion de Montfort, e que enche na caligrafia muito miúda
dele, creio que os dois lados de uma página de papel amarelada, que está
exposta, aliás, no museu de Arte Sacra, contíguo ao atual Convento da
Luz.
Portanto, tive a alegria de saber que
Nossa Senhora teve escravos muito anteriormente a nós e que, neste país
onde a propensão sobrenatural para a devoção a Nossa Senhora é uma das
bênçãos que existem, talvez tenha tido, desde o início, escravos seus
vivendo aqui, e preparando o dia em que o Brasil inteiro seria uma
grande nação escrava de sua Rainha, Nossa Senhora.
* Diferença entre o dogma da Imaculada Conceição e a virgindade de Nossa Senhora antes, durante e depois do parto
Estas considerações feitas de passagem a
respeito da festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nos levam
entretanto a aprofundar um pouco mais o dogma da Imaculada Conceição,
uma vez que amanhã se comemora uma das festas da Imaculada Conceição.
Não sei se todos os senhores têm bem a
ideia atualmente do que é a Imaculada Conceição. O público confunde a
Imaculada Conceição com outro predicado nobilíssimo de Nossa Senhora,
mas que é distinto deste. O público confunde a Imaculada Conceição com a
virgindade de Nossa Senhora antes, durante e depois do parto. São
coisas diferentes: é dogma de Fé que Nossa Senhora foi virgem antes,
durante e depois do parto. A Imaculada Conceição é uma coisa diversa,
como veremos.
Tendo Adão e Eva pecado, e sendo eles,
na presença de Deus, os pais do gênero humano, contendo portanto todo o
gênero humano em si, como por exemplo a semente contém a árvore,
aconteceu que os efeitos do pecado recaíram sobre sua descendência, e os
castigos que Adão e Eva sofreram, pesaram sobre todos os descendentes
que tiveram depois do pecado.
É mais ou menos como, quando o pai ou a
mãe contraem uma doença muito ruim e o filho herda a doença. Ele pode
não ter culpa que tenha [devido] aos pais esta doença, mas o filho acaba
nascendo com esta doença. Assim, nós nascemos com os efeitos do pecado
original.
Os efeitos do pecado original no homem
são tremendos. Todo prosaísmo que existe na natureza humana, tudo aquilo
que no homem causa repugnância, causa asco, por exemplo, é efeito do
pecado original. Nós não sabemos como funcionava o organismo antes do
pecado original, mas é positivo que nada do que se dava no organismo
humano antes do pecado original era nojento como as coisas depois do
pecado original.
Os santos acentuam muitas vezes a
miséria da condição do homem depois do pecado, como sendo um corpo, ou
como tendo um corpo, que de si, continuamente, produz imundícies. Isto é
bem verdade, e é uma das notas mais humilhantes da condição humana.
Tudo quanto sai do homem é desagradável, nós reputamos sujeira, desde o
pranto até o suor, etc., porque tudo isto vem carregado do prosaísmo
deste corpo que tem a nódoa do pecado original.
O homem se tornou sujeito à doença
depois do pecado original; ele se tornou sujeito à morte depois do
pecado original; sujeito à dor depois do pecado original; sujeito ao
erro depois do pecado original. O homem não errava antes do pecado
original, não havia nele, antes do pecado original, esta oposição entre a
sensibilidade de um lado e a inteligência e a vontade do outro.
De maneira que tantas vezes desejamos
algo que nossa inteligência mostra que é reprovável, que nossa vontade
não deseja, de onde então a necessidade de um combate para recusarmos à
nossa sensibilidade aquilo que a nossa inteligência mostra que é ruim e
de que nossa vontade deve afastar-se.
Nada disto existia no homem, que era uma
criatura absolutamente superior de cuja perfeição nós não temos a menor
ideia. Se um homem concebido antes do pecado chorasse, mesmo o seu
pranto seria um pranto perfumado e bonito e nunca uma das imundícies da
terra. Do seu corpo nada de sujo exalaria; todas as mil misérias que nos
afligem, o homem não teria antes do pecado original.
Então, por detrás do pecado original e
de Nossa Senhora se punha o seguinte problema — que tem um valor não
tanto teológico, quanto psicológico — Nossa Senhora, Ela, como era?
Nossa Senhora, por exemplo, estava sujeita ao resfriado? Nossa Senhora
assoava o nariz? O produto da secreção dEla seria repugnante como o
nosso? Ela teria as mil mazelas físicas?
Podemos imaginar Nossa Senhora — não
havia dentistas naquele tempo — indo a um dentista, se os houvesse? Nós
podemos imaginar Nossa Senhora chegando a um médico — naquele tempo eram
pouco mais do que curandeiros, mas já então, se julgavam muito seguros
de sua arte — porque tinha, por exemplo, um cálculo nos rins? É
inimaginável.
Se nós imaginássemos Nossa Senhora
assim, ou nossa ideia de Nossa Senhora diminuía, ou a nossa rejeição em
relação a estas misérias do homem diminuiria, e nós sentiríamos menos
que isto é efeito do pecado original, e seríamos menos alheios a isto.
Não sei se os senhores compreendem psicologicamente o que é que vai por detrás disto. São dois feitios de espírito.
Eu não quero dizer que todo mundo que
foi contra a Imaculada Conceição tinha este mau espírito, mas eu quero
dizer que todo mundo que tinha este mau espírito era propenso a ser
contrário à Imaculada Conceição, que é uma coisa distinta. Os senhores
compreendem aí o problema psicológico que se põe.
Então os senhores compreendem que
espécie de família de almas é que combateu tenazmente a Imaculada
Conceição até o fim, e os senhores compreendem, então, algo do sentido
revolucionário e contra-revolucionário desta luta em seus aspectos [
ininteligível ] este é o comentário vivo do que é este lado do dogma da
Imaculada Conceição.
Não sei se consegui ser claro a este respeito ou não?
(Sr. …: Nossa Senhora envelhecia?)
* Nossa Senhora não envelhecia, mas ia tomando com o tempo uma maturidade cheia de esplendor. Ao chegar o momento de sua morte, esta foi apenas uma “dormição”
Nossa Senhora era imaculada. O corpo
humano tinha certo desenvolvimento, por onde ele ia tomando cada vez
mais uma certa maturidade que era uma maturidade cheia de esplendor.
Nossa Senhora velou externamente, aos olhos dos homens, o fato de Ela
ser isenta do pecado original, de maneira que certas manifestações do
pecado original, como o envelhecer, Ela teve, mas teve não por causa de
sua natureza. E, assim mesmo, teve de um modo esplêndido.
Não podemos imaginar Nossa Senhora
enrugada, Nossa Senhora usando óculos, — aliás, não havia óculos no
tempo de Nossa Senhora —, Nossa Senhora perdendo os dentes, não podemos
imaginar nada disto, é uma velhice como que aparente, e uma maturidade
cheia de nobreza, uma coisa da qual nós não conseguimos ter uma ideia.
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Quando se tratou da ocasião dEla morrer,
dEla ser levada aos céus, a linguagem teológica muito sutil e delicada,
não fala da morte de Nossa Senhora, mas fala da dormitio de
Nossa Senhora — em português diz-se dormição, que vem da palavra dormir
—, e que só se aplica para a morte de Nossa Senhora. Quer dizer, uma
morte tão leve — se é que se pode dizer assim —, tão tênue — se se
pudesse dizer -, uma verdadeira morte mas, se se pudesse dizer, Ela
ficou tão viva na morte que se falou da dormição de Nossa Senhora.
Ela teve o que chamamos de dormição: Dormitio Beata Maria Virginis.
Até havia, antigamente, um sistema muito bonito de mostrar a dormição
de Nossa Senhora, — para dar a idéia do efêmero desta morte, — sempre
junto à Assunção. No mesmo altar, embaixo, uma concha com cristal,
representando uma imagem de Nossa Senhora toda vestida, sobre coxins
etc., deitada em atitude de prece e logo em cima Ela subindo aos Céus,
ou não separar a morte da idéia da Assunção.
(Sr. …: Há uma frase que diz: “Não
podia uma Mãe eleita à culpa estar sujeita”, isto é se ela foi eleita
não poderia estar sujeita ao pecado original.)
* “Potuit, voluit, ergo fecit”
Foi, no fundo, o argumento do Papa Pio
IX a respeito da questão. Ele diz o seguinte: que se Deus podia torná-La
isenta do pecado, Ele certamente queria, logo, fez: Potuit, voluit, ergo fecit.
Perfeito! São destas coisas da Teologia…
e a Teologia é uma coisa belíssima: condensar em formas cristalinas e
de uma concisão que leva o pensamento à última perfeição de si mesmo,
tudo isto dito só em três palavras: Potuit, voluit, ergo fecit. Pronto,
não se discute mais. Nem grande oratória, nem grande poesia, nem nada. É
bonito depois pôr isto em poesia, mas na hora da Teologia é assim: três
palavras, três verbos.
(Sr. …: Dr. Plinio eu gostaria de perguntar se Nosso Senhor também não tinha as misérias que Nossa Senhora não tinha.)
Não. Ele não tinha. Isto é certíssimo porque a sua humanidade santíssima, a fortiori foi
concebida sem pecado original. Ele quis sujeitar-se a algumas destas
misérias, por exemplo cansaço, etc., para expiar pelo gênero humano, mas
Ele não tinha. De si, Ele não tinha.
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(1) Quando mãos terroristas estouraram uma bomba na sede da TFP à Rua Martim Francisco, em São Paulo, imaginavam estar vibrando contra a entidade um golpe rude e intimidador. Na realidade, a Providência se serviria do fato para constituir pouco depois – precisamente naquele local – um foco de graças.
No dia 18 de novembro
de 1969, a TFP ali inaugurou o oratório de Nossa Senhora da Conceição,
Vítima dos Terroristas, expondo à veneração do público a imagem da
Virgem que fora tingida pela bomba.
Restaurada a sede, e pronto o oratório, cerca de duzentos sócios e cooperadores da TFP reconduziram processionalmente a imagem para o lugar onde hoje é venerada.
A partir de 1º de
maio de 1970, os sócios e os cooperadores da TFP deram início a uma
vigília diante desse oratório, que se estende das 18 horas de um dia até
às 8 horas da manhã seguinte. Ao longo dessa vigília, feita todos os
dias do ano, eles rezam pela Igreja, pelo Brasil, por todas as pessoas
visadas pela violência ou pela guerra psicológica comunista, e também
pelos que pecam, sofrem ou correm algum risco material ou moral.
Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, Maio-1970: dois jovens rezam por você, “Folha de S. Paulo”, 26-4-70; E Nossa Senhora sorrirá ao Brasil, “Folha de S. Paulo”, 14-6-70. Cfr. também “Catolicismo”, nº 235, julho de 1970; nº 234, junho de 1970.
(2) O
movimento ultramontano do séc. XIX, aqui referido pelo Autor, defendia
firmemente as posições do Papado contra a corrente liberal, a qual
procurava não só inovar em matéria de liberdade religiosa como também se
insurgia contra as orientações tradicionais da Igreja Católica. O
termo Ultramontano tem ainda um significado mais amplo. Para explicá-lo, apresentamos a seguir excertos mais importantes do verbete ultramontanismo, que figura na Enciclopedia Cattolica, Tomo XII, col.724, Cidade do Vaticano, 1954:
“Palavra
de significado genérico e impreciso, criada e usada além dos Alpes
(França, Alemanha, Inglaterra, Países Baixos) para designar, mais do que
uma verdadeira corrente de pensamento, a adesão às orientações e à
posição da Igreja Romana em suas relações teológicas e jurisdicionais,
ou ainda em seus interesses políticos.
“Eram,
portanto, denominados ultramontanos nos mencionados países, os
escritores, homens políticos, personagens eclesiásticos católicos que
seguiam tal linha de conduta e naturalmente todos os italianos fiéis aos
ensinamentos da Santa Sé.
“Começou-se
a chamar ultramontanos os leigos ou religiosos que sustentavam na
Alemanha o partido do Papa Gregório VII durante a luta pelas
investiduras [séc. XI].
No século XVIII, foram chamados com a mesma denominação, na França,
pelos jansenistas e regalistas, os juristas e os teólogos que combateram
suas doutrinas…. A palavra continuou a ser usada durante o século XIX
por todos os liberais e acatólicos que no campo religioso seguiram
teorias novas e mantiveram um relacionamento prático vexatório em seus
contactos com o catolicismo”.
(3) O
Prof. Plinio refere-se à “Escravidão de Amor a Nossa Senhora”, cf.
doutrina e método de São Luis Maria Grignion de Montfort. Mais detalhes
sobre o conceito podem ser lidos no artigo Obedecer para ser livre,
publicado na “Folha de São Paulo” em 20 de setembro de 1980, ou ainda
na coletânea de escritos do Prof. Plinio sobre São Luis Grignion na
seção “Especial” deste site.
Sobre a questão da
“escravidão”, no “Tratado da Verdadeira Devoção a Nossa Senhora”, quando
São Luis Maria Grignion de Montfort trata da “escravidão de amor a
Nossa Senhora”, usa como analogia a situação do escravo diante de seu
senhor. Uma nota de pé de página da referida obra explica a expressão, e
cremos que tem todo cabimento aqui transcrevê-la, para esclarecer o
sentido em que o Prof. Plinio usa o termo:
“A lei natural, a lei
mosaica e as leis modernas não reconhecem tal direito, a não ser por um
mandato especial do soberano Senhor da vida e da morte. O
bem-aventurado se coloca aqui simplesmente do ponto de vista do fato,
conforme as leis civis dos países em que vigorava a escravidão (Cf.
Secret de Marie, p. 34). Abstraindo da moralidade do ato, seu fito é
mostrar, por um exemplo, a total dependência de que fala” ( Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem por
São Luis Maria Grignion de Montfort; Capítulo II; Artigo
II:”Pertencemos a Jesus Cristo e a Maria na qualidade de escravos”.
Editora VOZES Ltda – Petrópolis – RJ; VI edição, pág. 76 ).
(4) Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, OFM,
mais conhecido como Frei Galvão (Guaratinguetá, 1739 — São Paulo, 23 de
dezembro de 1822), primeiro santo nascido no Brasil. Foi canonizado
pelo Papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil (São Paulo) em 11 de
maio de 2007.
(5) Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, por São Luís Maria Grignion de Montfort; 19ª edição – Editora Vozes – Petrópolis, 1992.
Esta conferência se
insere em um conjunto de comentários sobre o “Tratado” e a devoção a
Nossa Senhora, segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort,
feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Sugerimos a nossos
visitantes a leitura dos já publicados, a saber:
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