Ser homem está em crise!
Pode parecer estranho ler esta afirmação, mas ela nunca foi tão verdadeira. Se você está duvidando, tudo bem, mas desça da nuvem e vem comigo que vou tentar explicar.
Pra começar, pense nos referenciais de homem que a sociedade nos apresenta e vamos começar a conversa. Quer ajuda? Beleza!
Só para elencar alguns: são os atores de filmes pornográficos? São os “heróis” assassinos dos filmes de ação que matam 60 pessoas na primeira cena? São os malandros alegrinhos que “pegam geral” e conseguem viver pulando de galho em galho sem compromisso sério com ninguém? São seus colegas de trabalho que narram as aventuras alcoolizadas do fim de semana que nem lembram o nome das mulheres que beijaram? São os caras da propaganda de cerveja, com cara de homem e atitude de adolescente? São os pais/maridos dos comerciais de TV, que a la Homer Simpson fazem papel de idiota o tempo todo? São os caras que dão dica de estética e beleza masculina e ensinam dietas infalíveis para quem quer ficar saradão e mostrar o corpinho atraente? São os lutadores de MMA, que vivem com aquele olhar Ctrl C + Ctrl V dos Pit Bulls que eles criam? São os caras/caricaturas da cabeça das feministas? São os “ultrapassados e infelizes” que assumem uma relação séria com suas namoradas/noivas, esposa ou filhos?
Vamos começar do começo, ok?
Ser homem é um dom precioso que recebemos de Deus, sim, ninguém escolhe! Mas, infelizmente, os referenciais que utilizamos para vivenciar a masculinidade podem colocar tudo a perder e transforma-la numa feiosa e deturpada caricatura. Trataremos disso aos poucos neste e nos próximos artigos em vista de crescermos juntos no nosso “ser homem”… SIM, ISSO É POSSÍVEL, aliás, vocês verão que isso É ser homem!
Por hoje, gostaria de explicar por que ser homem é uma tarefa?
Bom, não é difícil entender. Biologicamente, psicologicamente, culturalmente e espiritualmente, o homem precisa de um esforço para se desenvolver na sua masculinidade e expressar aquilo que foi criado para ser.
Isso começa já na fase embrionária, sabia? Claro, no momento da fecundação já existe a determinação genética e se o Y estiver presente, já era… que tudo seja azul! Mas no processo de desenvolvimento físico/fenotípico do embrião, a formação das gônadas tende a seguir o desenvolvimento dos ovários e isso só não ocorrerá se houver um esforço químico mediado pelo cromossomo Y, que ativamente desvia o processo para o desenvolvimento dos testículos. Para que surja o que é próprio do homem, é preciso uma intervenção, uma atividade, um esforço, caso contrário… será menina.
Não para por ai. Psicologicamente isso também é verdadeiro. Tanto o menino quanto a menina são cuidados mais intensamente pela mãe, primeiramente durante a gestação, depois por todos os meses de amamentação, sem contar as tias da creche, do colégio, avós, etc…. Para as meninas, basta a passiva convivência com a mãe para que se identifiquem com o ser feminino. Mas e o menino? La vem o esforço!
O menino precisará fazer força, entrar em atividade para se afastar do mundo da mãe e se desenvolver também psicologicamente como homem. Por isso a figura de outro homem é tão necessária. Isso não é machismo, nem depreciação das mulheres. Ser mulher é maravilhoso… para as mulheres! Para as mulheres, também é maravilhoso que o homem SEJA HOMEM. Essa rica diferença é desejada, planejada e determinada por Deus para realização de ambos. Igualar os dois empobrece e destrói a beleza de cada um, por isso, aquilo que é notório biologicamente, precisa amadurecer e se expressar também à nível psíquico.
Há uma frase de um grande santo dos nossos tempos e uma passagem das Sagradas Escrituras que iluminam isso de forma esplêndida. São Josemaria Escrivá afirma que “É necessária uma cruzada de virilidade e de pureza que enfrente e anule o trabalho selvagem daqueles que pensam que o homem é uma besta. – E essa cruzada é obra vossa”. As Sagradas Escrituras narram que o Rei Davi, em seu leito de morte, chama o seu herdeiro Salomão e dirige a ele suas últimas palavras. Vejam, são palavras de um pai que está morrendo para um filho que assumirá o trono, ou seja, são palavras que marcariam a vida do filho para sempre. E o que Davi diz para o futuro novo rei não são instruções de guerra, nem estratégias de governo, mas uma imperativa exortação: “Confortare et esto vir”, quer dizer “Sê corajoso, porta-te como homem" (1Rs 2,2).
A frase de Davi para Salomão parece ecoar no seio de tantas famílias no diálogo dos pais com os meninos. Seja homem! Dizer “seja homem” para um menino não é uma atitude opressora, nem desrespeito às mulheres, mas uma necessidade de recordar ao menino o esforço querido por Deus no exercício de desenvolvimento do ser masculino. Desenvolver-se como homem não é algo que se dá espontaneamente, mas é fruto de uma intensa luta. Ser homem surge de um esforço cotidiano, essa é a raiz da nossa virilidade.
Mas também não para por ai. Isso também é verdade espiritualmente. Para nós, cristãos, ser homem é oferecer um sacrifício! O sacrifício de si mesmo, o esforço espiritual de uma constante configuração a Cristo. Ao instruir os homens acerca do amor, São Paulo ensina: “homens, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela para santificá-la” (Ef 5,25). Para que surja o homem é preciso sacrificar-se, dar a vida, sair de si, derramar o sangue na cruz do dia a dia e morrer por amor. É o que Cristo faz pela Igreja! Ele é o modelo de homem viril que luta até a morte para proteger o que ama. É o homem que enfrenta a si mesmo e os mais ferozes inimigos para garantir a vida daqueles que estão ao seu cuidado. Isso tem muitos desdobramentos, mas quando Josemaria Escrivá fala de uma “necessária cruzada de virilidade e de pureza” por parte dos homens, eis ai ao que o santo se refere.
Ser homem é uma tarefa dada por Deus ao próprio homem e a masculinidade se forja no enfrentamento das batalhas cotidianas nas quais corajosamente o homem se dispõe a morrer para salvar os que lhe foram confiados como dom. Um homem torna-se cada vez mais homem quanto mais tira o olhar de si mesmo. Um homem apaixonado por si mesmo (falarei dos metrossexuais em outro artigo) é um homem na contra-mão da sua natureza, e isso não é cultural, é ontológico! Um homem narcisista, preocupado demais com a própria beleza, esteriliza sua capacidade de amar, o mesmo se pode dizer dos viciados em pornografia e masturbação. Como um homem pode colocar em risco a sua vida se ama mais a sua beleza, seu bem estar e conforto do que aqueles para os quais Deus o constituiu como homem para proteger? O homem para crescer como homem deve cada vez mais se dispor a ser um sacrifício vivo em favor dos outros. Por isso as aventuras e batalhas nos atraem mais que os romances.
Agora que sabemos o que um homem é chamado a ser, podemos voltar lá naquele parágrafo em que descrevemos alguns referenciais de homem e avaliar qual deles reflete melhor o que de fato é ser homem segundo os planos de Deus. Ficaria ainda mais longo o artigo se fossemos tecer comentários sobre cada um dos “modelos” de homem, mas prometo que farei esse esforço nos próximos artigos.
Por fim, espero que este espaço seja um verdadeiro auxílio para formar homens empenhados em comprometer a própria vida na heróica batalha de tornarem-se os líderes que o mundo moderno precisa. Ser homem está em crise porque dá trabalho, exige, cansa, desgasta, isola, machuca. Homens não se formam ao redor de mesas de bar lotadas de latinhas de cerveja, na frente de uma TV assistindo futebol, comendo churrasco e falando das mulheres como se fala do futebol e da carne do churrasco (que fique claro… nada contra cerveja, nem contra churrasco, muito menos contra o futebol e as mulheres!) mas homens se formam na cruz, na oração e nos sacramentos, pois é o único lugar onde tornam-se aquilo que foram criados para ser: outro cristo.
Que não fujamos da nossa missão de liderar, orientar, prover e proteger, sustentando material e espiritualmente aqueles que nos foram confiados. Homens que sem medo amam suas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela; amá-las como a seus próprios corpos. Assim, a família e a sociedade respeitarão a posição que todo homem é chamado a ocupar.
Por fim, antes que os curiosos (ou encrenqueiros) com a cabeça nas nuvens se manifestem… Tudo isso vale igualmente para os celibatários, que vivem exatamente tudo que falamos imitando a Cristo mais de perto em sua união esponsal com a Igreja e em sua paternidade espiritual.
Pode parecer estranho ler esta afirmação, mas ela nunca foi tão verdadeira. Se você está duvidando, tudo bem, mas desça da nuvem e vem comigo que vou tentar explicar.
Pra começar, pense nos referenciais de homem que a sociedade nos apresenta e vamos começar a conversa. Quer ajuda? Beleza!
Só para elencar alguns: são os atores de filmes pornográficos? São os “heróis” assassinos dos filmes de ação que matam 60 pessoas na primeira cena? São os malandros alegrinhos que “pegam geral” e conseguem viver pulando de galho em galho sem compromisso sério com ninguém? São seus colegas de trabalho que narram as aventuras alcoolizadas do fim de semana que nem lembram o nome das mulheres que beijaram? São os caras da propaganda de cerveja, com cara de homem e atitude de adolescente? São os pais/maridos dos comerciais de TV, que a la Homer Simpson fazem papel de idiota o tempo todo? São os caras que dão dica de estética e beleza masculina e ensinam dietas infalíveis para quem quer ficar saradão e mostrar o corpinho atraente? São os lutadores de MMA, que vivem com aquele olhar Ctrl C + Ctrl V dos Pit Bulls que eles criam? São os caras/caricaturas da cabeça das feministas? São os “ultrapassados e infelizes” que assumem uma relação séria com suas namoradas/noivas, esposa ou filhos?
Vamos começar do começo, ok?
Ser homem é um dom precioso que recebemos de Deus, sim, ninguém escolhe! Mas, infelizmente, os referenciais que utilizamos para vivenciar a masculinidade podem colocar tudo a perder e transforma-la numa feiosa e deturpada caricatura. Trataremos disso aos poucos neste e nos próximos artigos em vista de crescermos juntos no nosso “ser homem”… SIM, ISSO É POSSÍVEL, aliás, vocês verão que isso É ser homem!
Por hoje, gostaria de explicar por que ser homem é uma tarefa?
Bom, não é difícil entender. Biologicamente, psicologicamente, culturalmente e espiritualmente, o homem precisa de um esforço para se desenvolver na sua masculinidade e expressar aquilo que foi criado para ser.
Isso começa já na fase embrionária, sabia? Claro, no momento da fecundação já existe a determinação genética e se o Y estiver presente, já era… que tudo seja azul! Mas no processo de desenvolvimento físico/fenotípico do embrião, a formação das gônadas tende a seguir o desenvolvimento dos ovários e isso só não ocorrerá se houver um esforço químico mediado pelo cromossomo Y, que ativamente desvia o processo para o desenvolvimento dos testículos. Para que surja o que é próprio do homem, é preciso uma intervenção, uma atividade, um esforço, caso contrário… será menina.
Não para por ai. Psicologicamente isso também é verdadeiro. Tanto o menino quanto a menina são cuidados mais intensamente pela mãe, primeiramente durante a gestação, depois por todos os meses de amamentação, sem contar as tias da creche, do colégio, avós, etc…. Para as meninas, basta a passiva convivência com a mãe para que se identifiquem com o ser feminino. Mas e o menino? La vem o esforço!
O menino precisará fazer força, entrar em atividade para se afastar do mundo da mãe e se desenvolver também psicologicamente como homem. Por isso a figura de outro homem é tão necessária. Isso não é machismo, nem depreciação das mulheres. Ser mulher é maravilhoso… para as mulheres! Para as mulheres, também é maravilhoso que o homem SEJA HOMEM. Essa rica diferença é desejada, planejada e determinada por Deus para realização de ambos. Igualar os dois empobrece e destrói a beleza de cada um, por isso, aquilo que é notório biologicamente, precisa amadurecer e se expressar também à nível psíquico.
Há uma frase de um grande santo dos nossos tempos e uma passagem das Sagradas Escrituras que iluminam isso de forma esplêndida. São Josemaria Escrivá afirma que “É necessária uma cruzada de virilidade e de pureza que enfrente e anule o trabalho selvagem daqueles que pensam que o homem é uma besta. – E essa cruzada é obra vossa”. As Sagradas Escrituras narram que o Rei Davi, em seu leito de morte, chama o seu herdeiro Salomão e dirige a ele suas últimas palavras. Vejam, são palavras de um pai que está morrendo para um filho que assumirá o trono, ou seja, são palavras que marcariam a vida do filho para sempre. E o que Davi diz para o futuro novo rei não são instruções de guerra, nem estratégias de governo, mas uma imperativa exortação: “Confortare et esto vir”, quer dizer “Sê corajoso, porta-te como homem" (1Rs 2,2).
A frase de Davi para Salomão parece ecoar no seio de tantas famílias no diálogo dos pais com os meninos. Seja homem! Dizer “seja homem” para um menino não é uma atitude opressora, nem desrespeito às mulheres, mas uma necessidade de recordar ao menino o esforço querido por Deus no exercício de desenvolvimento do ser masculino. Desenvolver-se como homem não é algo que se dá espontaneamente, mas é fruto de uma intensa luta. Ser homem surge de um esforço cotidiano, essa é a raiz da nossa virilidade.
Mas também não para por ai. Isso também é verdade espiritualmente. Para nós, cristãos, ser homem é oferecer um sacrifício! O sacrifício de si mesmo, o esforço espiritual de uma constante configuração a Cristo. Ao instruir os homens acerca do amor, São Paulo ensina: “homens, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela para santificá-la” (Ef 5,25). Para que surja o homem é preciso sacrificar-se, dar a vida, sair de si, derramar o sangue na cruz do dia a dia e morrer por amor. É o que Cristo faz pela Igreja! Ele é o modelo de homem viril que luta até a morte para proteger o que ama. É o homem que enfrenta a si mesmo e os mais ferozes inimigos para garantir a vida daqueles que estão ao seu cuidado. Isso tem muitos desdobramentos, mas quando Josemaria Escrivá fala de uma “necessária cruzada de virilidade e de pureza” por parte dos homens, eis ai ao que o santo se refere.
Ser homem é uma tarefa dada por Deus ao próprio homem e a masculinidade se forja no enfrentamento das batalhas cotidianas nas quais corajosamente o homem se dispõe a morrer para salvar os que lhe foram confiados como dom. Um homem torna-se cada vez mais homem quanto mais tira o olhar de si mesmo. Um homem apaixonado por si mesmo (falarei dos metrossexuais em outro artigo) é um homem na contra-mão da sua natureza, e isso não é cultural, é ontológico! Um homem narcisista, preocupado demais com a própria beleza, esteriliza sua capacidade de amar, o mesmo se pode dizer dos viciados em pornografia e masturbação. Como um homem pode colocar em risco a sua vida se ama mais a sua beleza, seu bem estar e conforto do que aqueles para os quais Deus o constituiu como homem para proteger? O homem para crescer como homem deve cada vez mais se dispor a ser um sacrifício vivo em favor dos outros. Por isso as aventuras e batalhas nos atraem mais que os romances.
Agora que sabemos o que um homem é chamado a ser, podemos voltar lá naquele parágrafo em que descrevemos alguns referenciais de homem e avaliar qual deles reflete melhor o que de fato é ser homem segundo os planos de Deus. Ficaria ainda mais longo o artigo se fossemos tecer comentários sobre cada um dos “modelos” de homem, mas prometo que farei esse esforço nos próximos artigos.
Por fim, espero que este espaço seja um verdadeiro auxílio para formar homens empenhados em comprometer a própria vida na heróica batalha de tornarem-se os líderes que o mundo moderno precisa. Ser homem está em crise porque dá trabalho, exige, cansa, desgasta, isola, machuca. Homens não se formam ao redor de mesas de bar lotadas de latinhas de cerveja, na frente de uma TV assistindo futebol, comendo churrasco e falando das mulheres como se fala do futebol e da carne do churrasco (que fique claro… nada contra cerveja, nem contra churrasco, muito menos contra o futebol e as mulheres!) mas homens se formam na cruz, na oração e nos sacramentos, pois é o único lugar onde tornam-se aquilo que foram criados para ser: outro cristo.
Que não fujamos da nossa missão de liderar, orientar, prover e proteger, sustentando material e espiritualmente aqueles que nos foram confiados. Homens que sem medo amam suas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela; amá-las como a seus próprios corpos. Assim, a família e a sociedade respeitarão a posição que todo homem é chamado a ocupar.
Por fim, antes que os curiosos (ou encrenqueiros) com a cabeça nas nuvens se manifestem… Tudo isso vale igualmente para os celibatários, que vivem exatamente tudo que falamos imitando a Cristo mais de perto em sua união esponsal com a Igreja e em sua paternidade espiritual.
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