Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: comportai-vos como verdadeiras luzes. Ora, o fruto da luz é bondade, justiça e verdade. Procurai o que é agradável ao Senhor, e não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente. (Ef 5, 8-11)
segunda-feira, 25 de março de 2019
Hoje “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”: é o dia da Encarnação de Deus!
25 de março: a exatos 9 meses do Nascimento de
Jesus, a Igreja celebra a Anunciação a Maria e, graças ao seu "sim", a
Concepção do Filho de Deus por obra do Espírito Santo
Faltando exatos 9 meses para o Nascimento de Jesus, a Igreja celebra em 25 de março o mistério da Encarnação do Verbo. No início do Evangelho de São João, Jesus é chamado de “Verbo” – “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Verbo, do latim Verbum, significa Palavra:
a Palavra Viva de Deus, o próprio Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima
Trindade. E o Verbo se faz carne, isto é, assume a natureza humana, e
vem habitar entre nós como um de nós: verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A propósito, é importante observar que Jesus assume a natureza humana
inteira, em corpo e alma: quando Jesus se torna humano, Ele não deixa
de ser Deus, mas também não se torna só “aparentemente” humano: Ele vai
nascer, chorar, precisar de cuidados da mãe Maria e do pai adotivo José,
dos avós Ana e Joaquim… Ele vai crescer, aprender, trabalhar, sofrer,
experimentar a fome, o cansaço, o medo, a angústia, a tentação, a dor
física. Sem deixar de ser Deus, Jesus é plenamente homem – porque, para a
redenção, era preciso que um homem carregasse o peso dos pecados de
todos os homens, e só era possível que Deus mesmo fosse esse homem. A Encarnação do Verbo é, portanto, o profundíssimo mistério cristão
daquele dia supremo em que a Virgem concebeu e gestou Aquele que a
gerou, tornando-se Mãe daquele que a criou; Ele, que, como explica São
Paulo, mesmo “sendo de condição divina, não se prevaleceu de sua
igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de
escravo e tornando-se igual aos homens” (Fl 2,6-7). É este movimento divino de encarnar-se, denominado “kenose” pela teologia, o imenso e imponderável mistério que celebramos toda vez que rezamos o ângelus ou o credo.
Anunciação e Encarnação
Anunciação, por Plautilla Nelli
Neste mesmo dia 25 de março, a Igreja celebra a solenidade da
“Anunciação do Senhor”, que se refere ao anúncio trazido à Santíssima
Virgem Maria, pelo Arcanjo São Gabriel, de que ela conceberia e daria à
luz por obra do Espírito Santo. Graças à livre aceitação do plano de
Deus pela Virgem Santíssima, Jesus poderia nascer: no momento em que ela
disse “sim” a Deus, “o Verbo se fez carne”! Anunciação a Maria e
Encarnação do Filho de Deus são mistérios da fé que se entrelaçam na
data importantíssima celebrada hoje.
Encarnação e Paixão
No Ano da Misericórdia de 2016,
aconteceu um fato extraordinário: a data da Encarnação do Filho de Deus
coincidiu, excepcionalmente, com a data da Sua Paixão e Morte: a
Sexta-Feira Santa. É uma reflexão de profundidade insondável: o mistério da vida e o
mistério da morte unidos ainda mais explicitamente numa data em que, ao
mesmo tempo, celebramos o Deus que se faz bebê no ventre da Virgem Maria
e que “se faz pecado”, na expressão das Escrituras, embora nunca tenha
pecado, para nos remir dos nossos próprios pecados morrendo na cruz.
E isto é assombroso: foi precisamente para nos redimir, morrendo e ressuscitando, que Ele Se faz carne.
Verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Ele se
fez conceber e viver na carne até a morte do corpo, insondáveis
mistérios de fé que providencialmente se reuniram no último Ano Santo da
Misericórdia, mas que são inseparáveis sempre: são indissociáveis,
afinal, o início e a consumação da nossa redenção! Aquela coincidência
de datas acontece em raros intervalos de tempo, mas o seu significado é
fonte permanente e inesgotável de meditação, gratidão e conversão.
Aproveite a graça!
Aprofunde-se na graça insondável de Deus que se encarna e morre por
nós, visitando, se possível, uma igreja dedicada à Virgem Maria: foi por
meio dela que Cristo veio a nós na Sua Encarnação. Caso não haja
nenhuma igreja nominalmente dedicada a Maria nas suas redondezas, não se
preocupe: toda igreja católica é, na prática, dedicada a Maria e, é
claro, ao seu Filho, o Filho de Deus, nosso Senhor.
Aproveite também para se aproximar do sacramento da Reconciliação,
abraçando o perdão que Ele se encarnou e morreu na cruz para nos
oferecer.
A Deus seja dada toda a glória!
Hoje “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”: é o dia da Encarnação de Deus!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Só será aceito comentário que esteja de acordo com o artigo publicado.