Por Fernanda Tabosa
Por que o pecado contra o Espírito Santo é aquele que “não será perdoado nem nesta nem na outra vida”?
Entender a dinâmica do perdão divino
Deus é rico em misericórdia para com o pecador que se arrepende. Esta
última atitude é fundamental para que haja a graça da reconciliação;
sem intenção de se converter não há perdão.
Portanto, como dar algo a alguém que não aceita o presente? A
blasfêmia contra o Espírito Santo é o pecado contra a verdade revelada, a
recusa da graça de Deus unido à perseverança naquele pecado.
São João Paulo II lembrou, numa carta chamada Dominum et Vivifican, que o Espírito Santo é quem opera a consciência do pecado:
“E quando ele vier, dará ao mundo provas irrefutáveis de uma
culpa, de uma inocência e de um julgamento: de uma culpa, pois não
creram em mim (…)”
O santo reforça que a pessoa é condenada mais pela impenitência: é
quando o homem rejeita as evidencias do pecado, daquilo que fez.
“Ora, a blasfêmia contra o Espírito Santo é o pecado cometido
pelo homem, que reivindica o seu pretenso ‘direito’ de perseverar no mal
— em qualquer pecado — e recusa por isso mesmo a Redenção”.
Abandonar as práticas piedosas e os sacramentos
Estes são os primeiros sinais de que uma alma está caminhando para
sua ruína, quando perde o temor e os gestos piedosos e abandona os
sacramentos, sendo o primeiro deles, a confissão.
Mostrar respeito às coisas santas indica que uma pessoa considera-se
inferior a Deus, e esta piedade pode ser um canal de conversão
Ao abandonar a confissão, a pessoa vai por ela mesma, confiando nas
próprias forças sem “dever nada a ninguém”. Ela não leva em consideração
o que Deus pensa, mas, o que as pessoas pensam dela e passa a opor-se à
lógica do Reino de Deus.
A pessoa exclui Deus dos seus pensamentos e modo de agir; a moral
perde-se e quando a razão se corrompe é muito difícil reverter tal
situação.
“Não se pode pregar a graça a um homem cuja consciência emudeceu e
que não conhece os valores morais mais corriqueiros. Para que ela possa
intervir, ele deve saber primeiro que é um pecador” (Bento XVI, Dogma e
Anúncio, ed. Quadrante).
Voltar para o Senhor
Por isso, a Igreja e a liturgia não cessa de nos fornecer os meios
necessários para voltar para o Senhor, enquanto há tempo. Para isso,
como disse o Papa Bento XVI, é necessário que tenhamos consciência de
que pecamos, para que a graça da conversão venha até nós.
O Magistério da Igreja, para ajudar o fiel a fazer o exame de
consciência, enumera 6 atitudes que levam ao pecado contra o Espírito
Santo. São elas:
- Desesperar da salvação;
- Presunção de se salvar sem merecimentos;
- Combater a verdade conhecida;
- Ter inveja das graças que Deus dá a outrem;
- Obstinar-se no pecado;
- Morrer na impenitência final.
Vençamos todos os dias as nossas más inclinações. Não deixemos de
procurar os sacramento, principalmente o da Confissão, para que sempre
tenhamos a possibilidade de dizer: “Pai pequei contra o Céu e contra
Ti”.
Que o Senhor com o Seu Espírito nos ajude.
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