Revelações do Purgatório à Santa Brígida da Suécia
LIVRO 4 – Capítulo 6
Santa Brígida estava rezando, quando numa
visão espiritual, viu um palácio muito grande e cheio de gente, todos
com roupas brancas resplandecentes e cada um em seu assento. Mas havia
um trono judicial superior aos outros, que estava ocupado por um Ser
como o SOL. DELE saia uma prodigiosa Luz e o resplendor era de dimensões
notáveis na longitude, latitude e profundidade. Próximo ao trono estava
uma VIRGEM com uma preciosa coroa na cabeça, e todos do palácio serviam
Aquele que estava no trono brilhando como um SOL, dando-LHE mil
louvores com hinos e cânticos.
Atrás DELE, vi um negro, como se fosse um
etíope, feio e de aspecto abominável, cheio de imundice e inflamado de
cólera, que começou a gritar dizendo: “Ó JUIZ justo, julga esta alma e
ouve as suas obras, porque pouco lhe resta de estar no corpo, e me dá
licença para que atormente a alma e o corpo no que for justo”. Depois, a
Santa viu um soldado armado junto ao trono, com aspecto modesto, sábio
nas palavras e educado em seus gestos, dizendo: “Ó JUIZ, vês aqui as
boas obras que esta alma fez até hoje”. E logo se ouviu uma voz do trono
dizendo: “São, pois, os vícios que existem nesta alma, mais que as
virtudes. Não é justiça que tenha a soma dos vícios como parte da
virtude, nem elas podem se juntar”. Em seguida disse o negro: “Para mim é
de justiça que esta alma me seja entregue; que ela tenha vícios não
importa, porque estou cheio de maldades, e assim, ela estará bem
comigo”. Disse o soldado: “A misericórdia de DEUS acompanha todas as
pessoas até a morte, e até que a alma tenha saído do corpo não se pode
dar uma sentença; e esta alma, sobre a qual pleiteamos, ainda está no
corpo e tem sua liberdade para escolher o seu caminho”.
Replicou o negro: “A Escritura que não
pode mentir diz: Amarás a DEUS sobre todas as coisas e a teu próximo
como a ti mesmo. E tudo que esta alma tem feito é por temor, não por
amor a DEUS, e todos os pecados que ela confessou, foi com pouca
contrição e arrependimento. Assim sendo, ela não merece o Céu, justo é
que ela seja enviada ao inferno, pois seus pecados estão aqui
absolutamente claros diante da Justiça Divina, e deles, ela nunca teve
uma verdadeira contrição e arrependimento”. Disse o soldado: “Esta
infeliz, esperou e acreditou que assistida pela graça teria essa
verdadeira contrição”.
Respondeu o negro: “Tens trazido aqui
todo bem feito por esta alma, todas as sua palavras e pensamentos que
possam lhe servir para a salvação; mas tudo isto não é suficiente nem
com muita boa vontade, comparando ao que vale um verdadeiro ato de
contrição e arrependimento, nascido da caridade Divina com fé e
esperança; e por conseguinte, não pode servir para apagar todos os seus
pecados. Isto porque, a Justiça é de DEUS, definida em sua eternidade,
que ninguém se salvará sem arrependimento; e como é possível que DEUS vá
contra este seu decreto eterno? Resulta que, com toda razão peço esta
alma para ser atormentada com a pena eterna no inferno”.
O soldado não replicou, e logo apareceram
inúmeros demônios, semelhantes às centelhas que saem de um fogo
ardente, e uma voz clamava dizendo ao que estava no trono: “Bem sabemos
que é um DEUS em três Pessoas Divinas, que não tem princípio e nem fim,
nem existe outro DEUS senão TU, que é o verdadeiro Amor (Caridade), em
Quem se junta a Misericórdia e a Justiça. TU estás em TI Mesmo desde o
princípio, não há em TI nenhuma modificação ou inconstância, TU és o
Mesmo, tudo está em TI perfeitamente acabado e completo como convém a um
DEUS; fora de TI não existe nada, e sem TI não existe satisfação e nem
alegria”.
“TEU Amor fez os Anjos com o poder de TUA
Divindade, e os fizestes segundo a VOSSA infinita Misericórdia. Mas
depois que interiormente nos inflamamos com a soberba, inveja e avareza,
TUA Caridade, que ama a Justiça, jogou-nos do Céu com o fogo de nossa
malícia ao incompreensível e tenebroso abismo que se chama inferno.
Assim fez então TUA Caridade, que também não se afastará agora de TEU
justo julgamento, que se faz segundo a TUA Misericórdia, ou segundo a
TUA Justiça. E ainda nos atrevemos a dizer, que se o que amas com
preferência a todas as coisas, que é a VIRGEM MARIA, TUA MÃE e que TI
gerou, e que nunca pecou, se tivesse pecado mortalmente e morrido sem
contrição Divina, amas tanto a Justiça, que sua alma nunca teria subido
ao Céu. Logo, ó JUIZ, porque não declaras ser nossa esta alma, para que a
atormentemos segundo as suas obras”?
Ouviu-se depois o som de uma trombeta e
todos ficaram em silêncio, e uma voz disse: “Calai e ouvi todos vocês,
Anjos, almas e demônios, vai falar a MÃE DE DEUS”. Em seguida a VIRGEM
MARIA apareceu diante do trono do JUIZ, trazendo muitas coisas
escondidas embaixo do manto, e disse aos demônios: “Vocês, inimigos,
perseguis a misericórdia, e sem nenhuma caridade pregais a justiça.
Ainda que seja verdade que esta alma se acha em falta com as boas obras,
e por falta delas não possa entrar no Céu, olhe o que trago debaixo de
meu manto. E levantando um painel por ambos os lados, via-se uma pequena
igreja e nela alguns religiosos; e pelo outro lado viam-se homens e
mulheres, amigos de DEUS, e todos rezavam a uma só voz, dizendo: SENHOR,
tenha misericórdia dessa alma”.
Reinou um grande silêncio e NOSSA SENHORA
prosseguiu: “A Sagrada Escritura diz que aquele que tem uma verdadeira
fé pode mudar os montes de um lugar para outro. O que não pode fazer
então os clamores e súplicas de todos aqueles que têm fé e servem a DEUS
com fervoroso amor? O que não podem alcançar os amigos de DEUS, que
rogam e pedem por esta alma, para que fosse afastada do inferno e
conseguisse o Céu, e bem mais ainda quando por suas boas obras não
procuraram outra vantagem que os bens celestes para aquele que
necessitava? Porventura, não podem as lágrimas e as orações de todos os
bem-aventurados ajudarem a levantar esta alma, para que antes de sua
morte tenha uma verdadeira contrição com o Amor de DEUS? Eu também
unirei os meus rogos as orações de todos os Santos que estão no Céu, a
quem esta pessoa honrava com particular veneração”.
“E a vós demônios, os mando da parte do
JUIZ e de seu poder, que atendais em sua justiça ao que estão vendo
agora”. E todos responderam numa só voz: “Vemos que no mundo as lágrimas
e o arrependimento aplacam a ira de DEUS, assim os pedidos que são
feitos O inclinam a Misericórdia com Amor”. Depois disto, ouviu-se uma
voz que saiu Daquele que estava sentado no Trono resplandecente: “Pelos
rogos de Meus amigos, esta pessoa terá contrição antes da morte e não
irá para o inferno, irá para o Purgatório com os que ali padecem
tormentos por causa de seus pecados: e assim que terminar de pagar todos
os seus pecados, receberá seu prêmio no Céu, com aqueles que tiveram fé
e esperança, mas com pouca caridade”. E assim que ouviram isto, os
demônios fugiram.
Depois, Santa Brígida viu que foi aberto
um abismo profundo tenebroso, no qual havia um forno imenso
incandescente, e no meio daquele fogo sobrenatural estavam os demônios e
as almas vivas, que se abrasavam ardendo num calor insuportável e
impiedoso. Sobre aquele forno estava a alma cheia de aflição. Tinha os
pés fixos numa haste do forno, com o corpo levantado, e não estava no
mais alto nem no mais baixo do forno. Sua figura tinha um aspecto
horrível. O fogo parecia sair debaixo dos pés da alma e vir subindo,
como a água sobe por um cano; e se comprimindo violentamente, passava
por cima da cabeça da alma, de modo que por todos os seus poros e veias
corria um fogo abrasador. As orelhas lançavam fogo como de uma forja,
que com o contínuo sopro lhe atormentava o cérebro.
Os olhos estavam torcidos e afundados,
como se estivessem na nuca. A boca estava aberta e a língua enfiada
pelas aberturas dos narizes, e pendurada até os lábios. Os dentes eram
agudos como cravos de ferro, fixos no paladar. Os braços aumentaram
tanto que chegavam até os pés. As mãos estavam cheias e comprimiam sebo e
peixe incandescentes. A pele que cobria o corpo da alma, era suja e
asquerosíssima, tão feia e fria, que só de ver causava tremor, e dela
saía uma matéria como de uma úlcera inflamada com sangue e pus, com um
fedor tão horrível, que não se pode comparar com nada asqueroso do
mundo.
Depois de ver este tormento, a Santa
ouviu uma voz que saía do íntimo daquela alma, que repetiu cinco
vezes: “Ai de mim! Ai de mim”! Clamando com toda força e derramando
abundantes lágrimas. “Ai de mim que tão pouco dei atenção e amei a DEUS
pelas Suas Supremas Virtudes e pelas graças que me concedeu, e que eu
não soube aproveitá-las! Ai de mim, que não temi como devia a Justiça de
DEUS! Ai de mim, que amei os prazeres de meu Corpo e de minha carne
pecadora! Ai de mim, porque conheci os terríveis Luiz e Juana”!
E logo o Anjo disse a Santa Brígida: Eu
vou lhe explicar esta visão. Aquele palácio que você viu é a semelhança
do Céu. A multidão que estava nos assentos e tronos com veste branca e
resplandecentes são os Anjos e as Almas dos Santos. O SOL que estava no
trono mais alto, é JESUS CRISTO na sua Divindade. A mulher é a VIRGEM
MÃE DE DEUS. O negro é o diabo que acusa a alma e quer se apossar dela. O
soldado é o Anjo da Guarda, que apresenta as boas obras feitas por
aquele homem. O forno incandescente é o inferno, que permanece ardendo
com suas terríveis chamas em toda pujança, e tão violentas elas são, que
se o mundo com tudo o que tem se incendiasse, ainda não podia se
comparar com a veemência e o horror daquele fogo. No inferno ouvem-se
diversas vozes, todas contra DEUS, e todas principiam e acabam com um
ai, um grito de horror, de angústia e de sofrimento. E as almas parecem
pessoas, cujos membros se estendem e são atormentados pelos demônios,
sem descanso algum. Por outro lado, as almas que estão a se abrasar no
fogo que arde na fornalha das trevas eternas, não têm todas as mesmas
penas. Tudo é determinado pela Justiça Divina pela grandeza e imensidão
dos pecados de cada uma.
Aquele tenebroso lugar que viste ao redor
do imenso forno, é o limbo, que participa das trevas do forno, mas
não de suas penas, e ambos são lugares do inferno, e os que ali entram,
nunca alcançarão à vista de DEUS. Acima dessas trevas, ou seja, bem
perto do inferno, está a maior pena que as almas podem sofrer no
Purgatório. E para além deste lugar, na outra extremidade, há outro
lugar, onde se sofre a pena menor do Purgatório, que somente consiste em
faltas menores, de pecados veniais e outras coisas semelhantes.
Existe também um outro lugar no
Purgatório, superior a esses dois, onde não se padece outra pena, senão a
do desejo de ver DEUS e gozar da Sua adorável companhia. Nesta
purificação espiritual a alma sente uma indomável vontade de ver e de se
aproximar de DEUS, mas sente que não consegue enquanto não concluir a
sua sentença.
Em primeiro lugar, a alma é colocada
sobre as trevas do inferno, onde ela sofre a maior pena do Purgatório,
conforme viste padecer àquela alma. Ali há vermes peçonhentos e animais
selvagens; há calor e frio; existe confusão e trevas vindas das penas do
inferno, e umas almas tem ali maiores penas e tormentos que outras,
conforme fizeram maior ou menor reparação dos seus próprios pecados, até
quando as suas almas deixaram os seus corpos. Logo a Justiça de DEUS
tira a alma daquele local e envia a outros lugares, onde permanecem
detidas até alcançar algum refrigério e ajuda de seus amigos
particulares, ou dos sacrifícios e das continuas boas obras da Santa
Igreja. A alma que tem maiores auxílio, mais rápido cumpre sua pena e se
livra daquele lugar. Dali a alma vai para o terceiro estágio, onde não
existe mais pena além do imenso desejo de chegar na presença de DEUS, e
de gozar de sua visão beatífica. Neste lugar existem muitas pessoas há
bastante tempo, porque quando viveram no mundo, não tiveram um perfeito
desejo de chegar à presença de DEUS e desfrutar da alegria e satisfação
de estar na presença DELE.
O Anjo também narrou que muitos morrem
tão justos e tão inocentes, que logo após a morte, chegam à presença de
DEUS, gozam da alegria e do prazer de estar junto do SENHOR; outros
morrem, depois de reparar todos os seus pecados no mundo, de modo que
suas almas não recebem nenhuma pena ou castigo. Mas são poucos os que
não vão ao lugar aonde se padece o castigo do desejo de encontrar DEUS,
de matar a saudade de DEUS. As almas que estão nestes três lugares,
participam das orações e boas obras da Santa Igreja, que se faz no
mundo; principalmente daquelas que elas fizeram enquanto viveram, e das
que seus amigos fazem por elas depois da morte. Dessa forma, como os
pecados são diferentes e de muitas classes, assim também as penas são
diferentes; significa dizer que no Purgatório existe o local certo para
cada alma pagar sua dívida com a Justiça de DEUS. Assim, todas as
orações, sacrifícios e Santas Missas que forem celebradas em sufrágio
das almas, são providências preciosas, e elas lucram e participam de
tudo o que por elas se faz no mundo.
Prosseguiu o Anjo, seja bendito de DEUS
todo aquele que no mundo ajuda as almas com suas orações e com os seus
sacrifícios. A Justiça de DEUS diz, que as almas que vão se purificar
depois da morte com a pena do Purgatório, podem ser ajudadas com as boas
obras de seus amigos e da Igreja, para que saiam mais cedo.
Depois disto, ouviram-se muitas vozes do
Purgatório que diziam: “Meu SENHOR JESUS CRISTO, justo JUIZ, envie Seu
Amor para aqueles que têm o poder espiritual no mundo, e então nós
poderemos participar mais que agora de seu canto, das lições e dos
oferecimentos”.
Em cima, de onde saiam estes clamores
havia uma espécie de casa, na qual se ouviam muitas vozes que
diziam: “DEUS pague àqueles que nos ajudam e aliviam as nossas
faltas”. Na mesma casa parecia nascer à aurora, e embaixo desta apareceu
uma nuvem que não participava da clareza da aurora, da qual saiu uma
grande voz que disse: “Ó SENHOR DEUS, dá de TEU incompreensível poder
cento por um, a todos os que no mundo nos ajudam e nos elevam com suas
boas obras, para que vejamos a luz de TUA Divindade, e gozemos de TUA
presença e da TUA Divina Face”.
Continuação da revelação sobre o Purgatório
LIVRO Nº 4 – Capítulo 7
Disse o Anjo a Santa Brígida: Aquela alma
que viste e ouviste a sentença, está na pena mais grave do Purgatório.
Isto foi ordenado por DEUS, porque ela se vangloriava muito com as
coisas do mundo e de seu corpo; mas das espirituais e de sua alma não
fazia caso, porque não se lembrava do muito que devia a DEUS e o
desprezava. Por isso sua alma padece no ardor do fogo e treme de frio;
as trevas a deixa cega, a horrível e temerosa vista de satanás e seus
asseclas, e a vozeria e clamor dos demônios a deixa surda, interiormente
padece fome e sede, e exteriormente se sente cheia de confusão e
vergonha.
DEUS concedeu a esta alma uma graça
especial, não permitindo que os demônios a tocassem e a atormentasse,
quando ocorreu o óbito. Isto aconteceu porque ela se encontrava em
início de conversão. Todo o bem que fez e tudo o que prometeu e deu dos
seus bens adquiridos licitamente, e principalmente as orações dos amigos
de DEUS, diminuíram e aliviaram a sua pena, segundo foi determinado
pela justiça Divina. Mas quanto aos bens que deu os quais não foram
adquiridos corretamente, ficou em proveito daqueles que justamente os
possuíam antes, ou lhes servem em seu corpo, se são dignos disso,
segundo a disposição do SENHOR.
Conclusão do assunto sobre o Purgatório
LIVRO 4 – Capítulo 8
Disse o Anjo a Santa Brígida: Já ouviste
como pelos rogos dos amigos de DEUS aquela alma antes de morrer teve
arrependimento de seus pecados. Nascida do amor de DEUS, o seu
arrependimento a livrou do inferno. Assim, a Justiça de DEUS sentenciou
que ela ardesse no Purgatório por seis períodos de tempo, ou seja, por
seis vezes a quantidade de anos que ela viveu, desde que com pleno
conhecimento cometeu o primeiro pecado mortal até o dia em que por amor a
DEUS começou a se arrepender da transgressão. Este tempo poderá ser
reduzido, se receber auxílio do mundo e dos amigos de DEUS (na Igreja ou
no lar).
O primeiro período se compreende por
aquele em que não amou a DEUS por sua Divina paixão e morte, e pelas
muitas tribulações que o SENHOR sofreu para a salvação das almas. O
segundo período é aquele em que não amou a sua própria alma como deveria
fazer um cristão responsável, nem dava graças a DEUS por ter recebido o
Batismo, e porque não era judeu e nem pagão. O terceiro período abraça
aquele tempo em que sabendo bem o que DEUS tinha mandado, teve pouco
interesse em fazer ou proceder daquele modo. O quarto período é aquele
em que sabia bem o que DEUS tinha proibido aos que quisessem ir para o
Céu, e atrevidamente fez exatamente aquilo que não podia e nem devia
fazer, se deixando levar pelo desejo sexual e desobedecendo a voz de sua
consciência. O quinto período foi aquele em que não usou a graça Divina
que se lhe oferecia, nem da Confissão, como é absolutamente normal a
todas as pessoas, embora tivesse muito tempo para isso, para revelar o
seu arrependimento pelos pecados cometidos. O sexto período compreende
aquele no qual recebia com pouca frequência o Corpo e Sangue de JESUS
porque não deixava de pecar, nem teve a devida caridade ao recebê-LO no
final de sua vida.
Há um lugar no Purgatório, onde não se padece outra pena senão o desejo de ver e estar junto de DEUS
LIVRO 4 – Capítulo 91
Santa Brígida estava rezando por um
sacerdote idoso ermitão, seu amigo, que acabava de morrer, e tinha tido
uma vida exemplar, cheia de grandes virtudes, e já estava num caixão na
Igreja pronto para ser sepultado.
Então lhe apareceu à SANTA VIRGEM MARIA e
lhe disse: “Saiba minha filha, que a alma deste ermitão, seu amigo,
teria entrado no Céu no momento em que deixou o seu corpo, mas no
instante de sua morte ele não teve o desejo de se apresentar à presença
de DEUS e de ver o SENHOR. E por esta razão encontra-se detido no
“Purgatório do desejo”, onde não há nenhuma pena, senão somente a
retenção do desejo de ir ao encontro de DEUS. Com tudo, antes que seja
sepultado o seu corpo, a sua alma pelos méritos adquiridos em vida
entrará na glória eterna”.
A VIRGEM MARIA aproveitou para instruir
Santa Brígida de quanto é importante deixar os acontecimentos nas Mãos
de DEUS como manifestação de amor a DEUS, não se esfalfando
preocupadamente em solucionar dificuldades que fogem totalmente ao
controle humano. A confiança em DEUS é fundamental e necessária como
demonstração de amor a DEUS, e ela se concretiza desde os menores atos
de colocar confiantemente nas Mãos do SENHOR, a súplica de uma
orientação, para a solução de algum problema.
Fonte: apostoladosagradoscoracoes
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