Kim Tucci e seu marido Vaughn já tinham três filhos, um menino e duas
meninas, quando decidiram que queriam um novo membro na família – quem
sabe um menino, para empatar com as meninas. Ela descobriu, porém, que o
menino viria, mas muito bem acompanhado por quatro meninas! No entanto,
temendo pela saúde dos bebês e de Kim – que tinha sido diagnosticada
com endometriose –, os médicos sugeriram que ela fizesse um aborto
seletivo.
“Depois do primeiro ultrassom, me aconselharam a considerar o método
seletivo para dar a dois dos bebês chances melhores de viver. Assisti a
um vídeo no YouTube sobre o procedimento e comecei a chorar. Jamais
poderia fazer isso! Eu estaria sendo egoísta por não dar a dois deles
100% de chance de sobrevivência? Tudo o que eu sabia é que eu já amava
todos eles e que a cada batida dos seus corações me conectava ainda mais
com eles”, relata Kim em sua página no Facebook Surprised by Five.
Com a recusa a dar fim à vida de qualquer um dos bebês, a gestação
quíntupla de Kim seguiu em frente. Os cinco irmãos nasceram em uma
cesárea em janeiro de 2016 – um procedimento hercúleo que contou com uma
equipe médica de 50 médicos e enfermeiros. “Meu corpo lutou a mais dura
das batalhas para trazer cinco bebês a este mundo com segurança”, disse
a mãe, eu tinha 26 anos na época. Keith, Penelope, Beatriz, Tiffany e
Allison passaram pouco mais de dois meses na UTI neonatal antes de ir
para casa.
Surpresa
No seu primeiro ultrassom, Kim recebeu a notícia de uma maneira
completamente inesperada. “O médico começou a contar: um, dois, três,
quatro… cinco! Eu ouvi direito? Cinco? Minhas pernas começaram a tremer
incontrolavelmente e tudo que eu conseguia fazer era rir”, conta ela.
“Eu podia ver o entusiasmo no rosto do meu marido, que me disse: ‘A
gente consegue!’”
Kim traça a sua estima pelo valor da vida até a época em que teve o
seu primeiro filho, Kurt, aos 18 anos de idade. Ele nasceu prematuro –
oito semanas antes do esperado – em uma cesárea de emergência. Embora
tenha nascido com deficiência auditiva, Kurt superou bem o tempo na UTI
neonatal, mas o mesmo não pode ser dito de todos os seus colegas de
hospital.
“Havia várias mães adolescentes na UTI neonatal. Eu visitava Kurt
várias vezes por dia e apenas sentava ao seu lado e segurava a sua mão.
Uma vez, testemunhei o momento em que uma jovem mãe recebia a notícia
devastadora de que os médicos não poderiam fazer mais nada por sua filha
– ela tinha nascido cedo demais”, conta Kim. “Deixei o hospital sem ver
Kurt e sentei nos degraus, chorando. Passei a valorizar sempre mais a
vida desde esse momento de puro sofrimento”.
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