Jesus não nos enganou; Ele disse com clareza:
“Então naquele tempo haverá grande
tribulação, tal como não houve desde o principio do mundo até agora, nem
tornará a haver jamais” (Mt 24,21).
A maioria dos cristãos não gosta de meditar sobre isso, mas não podemos fugir desta realidade.
A Igreja é o Corpo de Cristo; a Cabeça
passou pela Paixão e morte para entrar na glória (Lc 24,26). “Porventura
não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na
Sua glória?” Assim disse Jesus aos discípulos de Emaús.
Os cristãos foram massacrados pelos
judeus no primeiro século, e por três séculos seguidos pelos romanos; e
depois pelo nazismo, comunismo… A Espanha e o México foram banhados com o
sangue dos cristãos nos anos de 1930; e também na Rússia, China, Laus,
Camboja, Vietnã e Cuba no século XX. Cristo continua e agonizar e sofrer
a Paixão até ele voltar para dar o triunfo definitivo à Igreja.
Sempre houve guerra contra a Igreja, e hoje não é diferente, e vai piorar.
O Catecismo nos fala claro da perseguição final que ela vai sofrer:
“Antes
do Advento de Cristo, a Igreja deve passar por essa provação final que
abalará a fé de muitos crentes" (Lc 18,8; Mt 24,12). “Mas quando vier o
Filho do Homem, acaso achará fé sobre a Terra?” (Lc 18,8). “E ante o
progresso crescente da iniquidade, a caridade de muitos esfriará” (Mt
24,12).
“A perseguição que acompanha a
peregrinação dela na Terra desvendará o ‘mistério da iniquidade’ sob a
forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos homens uma solução
aparente a seus problemas a custa da apostasia da verdade. A impostura
religiosa suprema é a do Anticristo; isto é, a de um pseudo messianismo
em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de Seu Messias
que veio na carne” (2 Ts 2, 4-12) (1 Ts 5,2-3; I Jo 2, 18-22) (Catecismo
n. 675).
O Catecismo termina dizendo que: “A
Igreja só entrará na Glória do Reino por meio desta derradeira Páscoa,
em que seguirá seu Senhor em Sua Morte e Ressurreição. (Ap 19,1-9) (n.
677). Portanto, o Reino não se realizará por um triunfo histórico da
Igreja (Ap 13,8), segundo um progresso ascendente mas por uma vitória de
Deus sobre o desencadeamento último do mal (Ap 20,7-10) que fará sua
esposa descer do Céu” (Ap 21,2-4). O triunfo de Deus sobre a revolta do
Mal assumirá a forma do Juízo Final, depois do derradeiro abalo cósmico
deste mundo que passa” (2 Pe 3, 12-13).
São Paulo fala claro da “apostasia da verdade” da fé que muitos cairão.
“A manifestação do ímpio será
acompanhada graças ao poder de Satanás, de toda a sorte de portentos,
sinais e prodígios enganadores. Ele usará de todas as seduções do mal
com aqueles que se perdem por não terem cultivado o amor a verdade, que s
teria podido salvar… Desse modo serão julgados e condenados todos os
que não deram crédito à verdade, mas consentiram no mal” (2 Ts 2,9-12).
Não é sem razão que o Catecismo diz que:
“a salvação está na verdade” (n. 851). O mundo está dividido em duas
partes; os que creem no “Espírito da Verdade” (Jo 16,13), o Espírito
Santo, e os que seguem o espírito da mentira, Satanás, o “pai da
mentira” (Jo 8,44), como o chamou Jesus.
Esta provação final é que separará,
definitivamente, o joio do trigo. Deus permitirá ao Príncipe das trevas
uma última investida contra a Igreja, como nunca houve; “Então naquele
tempo haverá grande tribulação, tal como não houve desde o principio do
mundo até agora, nem tornará a haver jamais” (Mt 24,21).
Tudo que os cristãos já sofreram até
hoje será repetido e piorado: a perda dos bens, as perseguições,
exílios, mortes. O Senhor disse que: “O irmãos entregará o irmão, o pai
denunciará o filho, os filhos levantar-se-ão contra os pais e os farão
morrer” (Mt 10,21).
Certamente os mosteiros serão
destruídos, as Congregações religiosas e Comunidades fechadas, como foi
no passado, a hierarquia da Igreja será abalada e perseguida. As Igrejas
serão profanadas e incendiadas como na Rússia comunista e na França da
Revolução Francesa (1789), e transformadas em lugares de devassidão.
“Quando portanto, virdes a abominação da desolação, de que fala o
profeta Daniel, instalada no lugar santo então os que estiverem na
Judeia fujam para as montanhas” (Mt 24, 15).
Então, os fracos na fé vão se
escandalizar de Jesus e da doutrina da Igreja e vão apostatar: aderir
aos erros (Mt 24,10). Dirão como Pedro: “Não conheço esse homem” (Mt
26,74). Não conheço a Igreja!
As almas fracas não entenderão que Jesus
continua a obra da Redenção na Igreja e em cada alma e que todos devem
participar da Sua Paixão (Cl 1,24).
Os que por amor do Mestre, beberem com
ele aquele cálice do Getsemani, serão salvos e ajudarão a salvar almas.
Mas esses fortes na fé já não serão perturbados. O Senhor os sustentará.
Que importará aos cristãos dos últimos
tempos, fortalecidos pela Eucaristia e por Maria, serem perseguidos e
verem toda a maldade se abater sobre a Igreja?
Que importa? A Igreja não pode morrer; não pode ser vencida. Apenas está fazendo a sua mais bela colheita para a eternidade.
Quando terminar a colheita, o Cristo aparecerá e com o sopro de sua boca matará o Anticristo e dispersará o seu exército.
“Então, aparecerá o ímpio, aquele que o
Senhor destruirá com o sopro da Sua boca e o suprimirá pela manifestação
de sua Vinda” (2 Ts 2,8).
Cristo preparará os seus para o último combate – que ninguém sabe quando será – mas que já começou.
“Que
são os penas presentes! Elas não têm proporção alguma com a glória que
nos espera no céu” (Rm 8,18). Esses heróis dos últimos tempos já
estarão, como os primeiros cristãos, despojados de tudo: bens,
familiares, prazeres e tudo o mais que os prendia no mundo. Será o
exército invencível de Cristo, os que vão com Ele até o Calvário,
felizes como os mártires, por uma graça especial.
Será o tempo mais belo da Igreja, porque, os seus algozes, sem o saberem, encherão os celeiros do céu.
É exatamente no tempo da mais terrível
perseguição da Igreja, que Jesus faz as suas mais belas conquistas; o
céu se enche de almas santas.
Cristo está em cada uma delas para
ampará-las e fortalecê-las. Em cada alma Ele sofre as injúrias,
escárnios, açoites, para completar a obra da Redenção. É porque a alma
tem consciência desta Presença divina em sua alma, que ela tem toda a
consolação. E ela, então, agradece por tê-la feito digna de poder
participar, sem mérito de sua parte, dos sofrimentos de Sua Paixão, e de
participar, em breve do triunfo de Sua Ressurreição.
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