28 Set. 19
DENVER, (ACI).-
O Arcebispo de Denver (Estados Unidos), Dom Samuel Aquila, alertou sobre um possível cisma na Alemanha diante da grave crise da Igreja Católica nesse país europeu.
“Enquanto se aproximava de sua morte, Jesus rezou para que a Igreja fosse una, que estivesse unificada. Olhando para a história e para os tumultos atuais na sociedade e na Igreja, é de vital importância que lembremos que nossa unidade vem de nos mantermos em relação com o Pai, com Jesus e com o Espírito Santo, e não de adotar os valores do mundo”, escreveu o Prelado em um artigo intitulado “O Papa Francisco e o possível cisma alemão”, publicado em 26 de setembro.
Depois de lembrar que o Santo Padre disse recentemente que não tem medo de cismas, o Arcebispo indicou que, “infelizmente, eventos recentes na Igreja na Alemanha, liderados pelo Cardeal Marx e pelos bispos alemães, geram o risco de prejudicar a unidade na Igreja universal”.
O Cardeal Reinhard Marx é Arcebispo de Munique e Freising e presidente da Conferência Episcopal da Alemanha. Também é um dos cardeais que colabora com o Papa Francisco no chamado C9 ou C6 para a reforma da Cúria do Vaticano.
Dom Aquila indicou em seu artigo que os bispos alemães “e um considerável grupo de leigos planejam realizar um sínodo para tomar decisões vinculantes que mudariam assuntos doutrinais, como a ordenação de mulheres, a bênção de casais do mesmo sexo e assuntos relacionados a casais do mesmo sexo".
Na assembleia plenária realizada nesta semana, os bispos alemães decidiram criar a assembleia sinodal, como parte do processo sinodal no qual os prelados seria uma minoria com 69 de um total de 200 membros.
O Arcebispo de Denver recordou que o Papa Francisco disse em junho aos católicos da Alemanha em uma carta que “toda vez que uma comunidade eclesial buscou sair sozinha de seus problemas, confiando somente nas próprias forças, métodos e inteligência, sua vontade ou prestígio, acabou multiplicando e alimentando os males que pretendia superar”.
Dom Aquila explicou que isso "acontece porque, nos cismas, não se escuta a voz de Deus e a voz autêntica do Espírito Santo, que sempre tem os olhos fixos em Jesus Cristo”.
O Prelado indicou que “é decepcionante que os bispos alemães tenham decidido seguir adiante com seus planos, apesar da intervenção do Papa Francisco e de uma carta do Cardeal Marc Ouellet (prefeito da Congregação para os Bispos) que dizia que a proposta alemã 'não é eclesiologicamente válida’”.
O Arcebispo de Denver assinalou que “o antídoto para essa possível ferida no Corpo de Cristo é buscar a união com as três pessoas da Santíssima Trindade, que estão na fonte da unidade da Igreja. Aqueles que amam cada pessoa da Trindade, não buscam seu próprio caminho”.
O Prelado recordou que o numeral 813 do Catecismo da Igreja Católica ensina que a Igreja é una graças à sua origem e à sua alma, que é o Espírito Santo; por isso encorajou a "olhar a história das comunidades protestantes que se separam constantemente umas das outras por assuntos de doutrina para ver o impacto da substituição da fé por crenças socialmente aceitáveis".
“Além disso, pode-se observar facilmente na história que mudar o ensinamento para estar em dia com a moralidade moderna não enche as igrejas. Somente o encontro com Jesus Cristo, sendo fiel a ele, independentemente do custo, e manter-se unido à videira, produz frutos e enche as igrejas”.
O Arcebispo recordou o exemplo de São Maximiliano Kolbe, um sacerdote que foi assassinado depois de oferecer sua vida pela vida de um pai em um campo de concentração nazista, e ressaltou que, “para que a Igreja permaneça unida, todos precisamos amar e estar conectado a Jesus Cristo e seus ensinamentos, mas não os do mundo”.
"Temos que colocar nossa fé em Jesus Cristo e confiar que Ele é fiel às suas promessas", enfatizou. “Uma fé forte, confiada em Jesus e em seu poder e autoridade, nos dá a força para viver o Evangelho. É realmente a obra de Deus, como Jesus nos recorda: ‘Para os seres humanos isso é impossível, mas para Deus tudo é possível’", concluiu o Prelado.
Nos primeiros dias de setembro, o Cardeal Reinhard Marx, presidente da Conferência Episcopal Alemã, disse que "pode-se chegar à conclusão de que faz sentido, sob certas condições e em certas regiões, permitir sacerdotes casados". Essas declarações se tornam mais importantes, uma vez que o Cardeal participará de 6 a 27 de outubro, no Vaticano do Sínodo da Amazônia, cujo documento de trabalho coloca a possibilidade de ordenar padres a homens casados.
O Cardeal também fez outras declarações contrárias à doutrina da Igreja, nas quais encorajou o acesso à comunhão dos divorciados em nova união, promoveu que os sacerdotes católicos concedam a bênção a casais homossexuais e sugeriu que os leigos pregassem na Missa.
Além disso, e no âmbito do Sínodo dos Bispos para a Amazônia que será realizado em outubro, em uma entrevista em 2018, o vice-presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Franz-Josef Bode, disse que, se a ordenação de sacerdotes casados na Amazônia for autorizada, os bispos alemães insistirão em ter a mesma permissão.
Em janeiro desse ano, ele também disse que era a favor de abençoar casais homossexuais.
Da mesma forma, Dom Franz-Josef Overbeck, Bispo de Essen e presidente da Adveniat, instituição de ajuda da Igreja na Alemanha para a América Latina, disse que o Sínodo da Amazônia "é um ponto sem retorno" para a Igreja e que "nada será como antes” depois deste encontro.
O Prelado também apoiou publicamente a “greve das mulheres” contra a Igreja na Alemanha, convocada por um grupo de católicas após o não do Papa Francisco à ordenação de diaconisas.
Em meados de julho deste ano, a Conferência Episcopal da Alemanha divulgou algumas estatísticas do ano de 2018, entre as quais destaca que, no período, mais de 216 mil fiéis decidiram abandonar a Igreja Católica.
Além disso, dos 23 milhões de batizados no país, de uma população total de 83 milhões, a porcentagem daqueles que participam da Missa Dominical é de 9,3%, ou seja, cerca de 2,1 milhões.
No caso dos sacerdotes que servem nas dioceses do país, o número caiu para 1.161 em 2018, quando havia mais de 17.000 no ano 2000.
As estatísticas também indicam que no ano 2000 havia 13.241 paróquias na Alemanha. Em 2018, caíram para 10.045.
As estatísticas de 2018 não fornecem nenhuma informação sobre o sacramento da Reconciliação ou da Confissão, uma prática que parece ter sido quase completamente abandonada pelos católicos do país, incluindo os sacerdotes.
“Enquanto se aproximava de sua morte, Jesus rezou para que a Igreja fosse una, que estivesse unificada. Olhando para a história e para os tumultos atuais na sociedade e na Igreja, é de vital importância que lembremos que nossa unidade vem de nos mantermos em relação com o Pai, com Jesus e com o Espírito Santo, e não de adotar os valores do mundo”, escreveu o Prelado em um artigo intitulado “O Papa Francisco e o possível cisma alemão”, publicado em 26 de setembro.
Depois de lembrar que o Santo Padre disse recentemente que não tem medo de cismas, o Arcebispo indicou que, “infelizmente, eventos recentes na Igreja na Alemanha, liderados pelo Cardeal Marx e pelos bispos alemães, geram o risco de prejudicar a unidade na Igreja universal”.
O Cardeal Reinhard Marx é Arcebispo de Munique e Freising e presidente da Conferência Episcopal da Alemanha. Também é um dos cardeais que colabora com o Papa Francisco no chamado C9 ou C6 para a reforma da Cúria do Vaticano.
Dom Aquila indicou em seu artigo que os bispos alemães “e um considerável grupo de leigos planejam realizar um sínodo para tomar decisões vinculantes que mudariam assuntos doutrinais, como a ordenação de mulheres, a bênção de casais do mesmo sexo e assuntos relacionados a casais do mesmo sexo".
Na assembleia plenária realizada nesta semana, os bispos alemães decidiram criar a assembleia sinodal, como parte do processo sinodal no qual os prelados seria uma minoria com 69 de um total de 200 membros.
O Arcebispo de Denver recordou que o Papa Francisco disse em junho aos católicos da Alemanha em uma carta que “toda vez que uma comunidade eclesial buscou sair sozinha de seus problemas, confiando somente nas próprias forças, métodos e inteligência, sua vontade ou prestígio, acabou multiplicando e alimentando os males que pretendia superar”.
Dom Aquila explicou que isso "acontece porque, nos cismas, não se escuta a voz de Deus e a voz autêntica do Espírito Santo, que sempre tem os olhos fixos em Jesus Cristo”.
O Prelado indicou que “é decepcionante que os bispos alemães tenham decidido seguir adiante com seus planos, apesar da intervenção do Papa Francisco e de uma carta do Cardeal Marc Ouellet (prefeito da Congregação para os Bispos) que dizia que a proposta alemã 'não é eclesiologicamente válida’”.
O Arcebispo de Denver assinalou que “o antídoto para essa possível ferida no Corpo de Cristo é buscar a união com as três pessoas da Santíssima Trindade, que estão na fonte da unidade da Igreja. Aqueles que amam cada pessoa da Trindade, não buscam seu próprio caminho”.
O Prelado recordou que o numeral 813 do Catecismo da Igreja Católica ensina que a Igreja é una graças à sua origem e à sua alma, que é o Espírito Santo; por isso encorajou a "olhar a história das comunidades protestantes que se separam constantemente umas das outras por assuntos de doutrina para ver o impacto da substituição da fé por crenças socialmente aceitáveis".
“Além disso, pode-se observar facilmente na história que mudar o ensinamento para estar em dia com a moralidade moderna não enche as igrejas. Somente o encontro com Jesus Cristo, sendo fiel a ele, independentemente do custo, e manter-se unido à videira, produz frutos e enche as igrejas”.
O Arcebispo recordou o exemplo de São Maximiliano Kolbe, um sacerdote que foi assassinado depois de oferecer sua vida pela vida de um pai em um campo de concentração nazista, e ressaltou que, “para que a Igreja permaneça unida, todos precisamos amar e estar conectado a Jesus Cristo e seus ensinamentos, mas não os do mundo”.
"Temos que colocar nossa fé em Jesus Cristo e confiar que Ele é fiel às suas promessas", enfatizou. “Uma fé forte, confiada em Jesus e em seu poder e autoridade, nos dá a força para viver o Evangelho. É realmente a obra de Deus, como Jesus nos recorda: ‘Para os seres humanos isso é impossível, mas para Deus tudo é possível’", concluiu o Prelado.
A grave crise da Igreja na Alemanha
O artigo do Arcebispo de Denver é publicado quando a Igreja na Alemanha está passando por uma grave crise.Nos primeiros dias de setembro, o Cardeal Reinhard Marx, presidente da Conferência Episcopal Alemã, disse que "pode-se chegar à conclusão de que faz sentido, sob certas condições e em certas regiões, permitir sacerdotes casados". Essas declarações se tornam mais importantes, uma vez que o Cardeal participará de 6 a 27 de outubro, no Vaticano do Sínodo da Amazônia, cujo documento de trabalho coloca a possibilidade de ordenar padres a homens casados.
O Cardeal também fez outras declarações contrárias à doutrina da Igreja, nas quais encorajou o acesso à comunhão dos divorciados em nova união, promoveu que os sacerdotes católicos concedam a bênção a casais homossexuais e sugeriu que os leigos pregassem na Missa.
Além disso, e no âmbito do Sínodo dos Bispos para a Amazônia que será realizado em outubro, em uma entrevista em 2018, o vice-presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Franz-Josef Bode, disse que, se a ordenação de sacerdotes casados na Amazônia for autorizada, os bispos alemães insistirão em ter a mesma permissão.
Em janeiro desse ano, ele também disse que era a favor de abençoar casais homossexuais.
Da mesma forma, Dom Franz-Josef Overbeck, Bispo de Essen e presidente da Adveniat, instituição de ajuda da Igreja na Alemanha para a América Latina, disse que o Sínodo da Amazônia "é um ponto sem retorno" para a Igreja e que "nada será como antes” depois deste encontro.
O Prelado também apoiou publicamente a “greve das mulheres” contra a Igreja na Alemanha, convocada por um grupo de católicas após o não do Papa Francisco à ordenação de diaconisas.
Em meados de julho deste ano, a Conferência Episcopal da Alemanha divulgou algumas estatísticas do ano de 2018, entre as quais destaca que, no período, mais de 216 mil fiéis decidiram abandonar a Igreja Católica.
Além disso, dos 23 milhões de batizados no país, de uma população total de 83 milhões, a porcentagem daqueles que participam da Missa Dominical é de 9,3%, ou seja, cerca de 2,1 milhões.
No caso dos sacerdotes que servem nas dioceses do país, o número caiu para 1.161 em 2018, quando havia mais de 17.000 no ano 2000.
As estatísticas também indicam que no ano 2000 havia 13.241 paróquias na Alemanha. Em 2018, caíram para 10.045.
As estatísticas de 2018 não fornecem nenhuma informação sobre o sacramento da Reconciliação ou da Confissão, uma prática que parece ter sido quase completamente abandonada pelos católicos do país, incluindo os sacerdotes.
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