Evento “Vive la Vida”, no Equador |
19 Set. 19
Por Diego López Marina
QUITO, (ACI).-
Depois da vitória do direito à vida na Assembleia Nacional do Equador, importantes líderes explicaram ao Grupo ACI como conseguiram frear o aborto no país sul-americano.
No dia 17 de setembro, no marco do debate das reformas do Código Orgânico Integral Penal (COIP) do Equador, o parlamento rejeitou a despenalização do aborto para casos de estupro, incesto, inseminação não consentida e malformação do bebê no ventre materno.
A Assembleia Nacional anunciou que o projeto legislativo só recebeu apoio de 65 votos e para sua aprovação requeria 70.
Em uma entrevista concedida ao Grupo ACI, uma das organizadoras da Frente Nacional pela Família do Equador, Sonia Maria Crespo, explicou que a vitória pró-vida se deu em um contexto no qual muitos congressistas “não estavam seguros nem definidos em seu voto”, enquanto outros “não tinham claro o alcance da reforma, porque o debate tinha se centrado em apenas uma causa – aborto por estupro – quando na verdade existiam mais três”.
“No caso de patologia podia se praticar o aborto durante os 9 meses, em caso de estupro, até a 14ª semana”, disse Crespo, que também é diretora da Fundação Família e Futuro.
Em seguida, explicou que o que conseguiu convencer os congressistas indecisos foi “conhecer todos estes detalhes que no debate não foram abordados com transparência nem honestidade”.
“A imprensa também acentuou o debate apenas no ‘aborto por estupro’. Finalmente, viu-se uma clara tentativa de manipular através do sentimento de compaixão para com a mulher estuprada. Cabe dizer que, no Equador, não existe nenhuma mulher presa por aborto por estupro”, detalhou.
Sobre a estratégia de Frente Nacional pela Família, Crespo disse que aproveitaram a tentativa de “manipulação” para “dar passos certeiros”.
“Os grupos pró-vida e família se uniram em torno de um plano de trabalho que foi seguido minuciosamente e que deu seu resultado. Os membros da Assembleia que se identificaram com a defesa da vida humana abordaram os legisladores indecisos. A pressão dos jovens que se organizaram em redes sociais ajudou muito para fazer chegar a mensagem”, contou a diretora.
Crespo destacou que a efetividade dos grupos pró-vida se explica como “a combinação de muitas ações juntas e a capitalização de todos os recursos disponíveis”.
“Nós fizemos uma campanha que abarcou muito tempo, mas esta última semana se incrementou a pressão nas redes sociais com hashtags como #VotoProvida2021, #ConAbortoNoTeVoto ou #TeEstoyViendo, indicando aos membros da assembleia que estávamos vento o que faziam e que, se não votassem a favor da vida, então não votaríamos neles em 2021”, explicou Mieles.
Depois, disse que Equador Pró-Vida não trabalhou sozinho, mas com um “exército digital de pessoas de todo o Equador”, com a Frente Jovem Equador, Rede Família Guayaquil, Quiteños Pró-Vida, entre outros.
Também contou com o apoio latino-americano – prosseguiu Mieles –, como o da Onda Celeste da Argentina e líderes pró-vida.
“Não vou negar nunca o trauma que padece uma mulher que foi estuprada, mas a solução não é nunca o aborto, a morte de outro. A Igreja conta com mecanismos de ajuda para quem sofre este tipo de agressão, por isso nossas palavras não são palavras vazias, (...) e o Estado também pode gerar verdadeiras políticas públicas que lhes respaldem”, indicou.
O Prelado expôs à Rádio Maria que a Arquidiocese de Quito conta com diversos programas em apoio a mulher, “entre eles ‘SOS Mamá’, que ajuda precisamente mulheres que sofreram estupro, mulheres agredidas, mulheres colocadas para fora de suas casas porque estão grávidas”.
“No país, nestes últimos anos, calculamos 16 jurisdições que fazem um trabalho a favor da vida e salvaram com estes programas a vida d 20 mil crianças que iam ser abortadas”, assegurou.
Sobre o trabalho da Igreja Católica para que não fosse aprovada esta lei de despenalização do aborto, confessou que foi feito “um trabalho de formiga”.
“É um trabalho unido e movendo a consciência dos legisladores, fazendo jornadas de vigílias e oração que reuniram milhares de fiéis (...). Confiamos na oração, essa foi nossa força”, disse.
“Nenhum poder do Estado, legislativo, executivo ou judiciário, está acima da Constituição. Ao contrário, devem protegê-la dos vaivéns políticos”, assegurou.
Além disso, afirmou que “as mulheres estupradas não devem ser usadas por quem só quer legalizar o aborto” e que “o Estado deva trabalhar frequentemente para evitar os estupros, e se lamentavelmente acontecem, apoiar essas mulheres de forma integral”.
“O aborto não soluciona o problema do estupro, mas revitimiza a mulher”, ressaltou.
Ao final da entrevista, sustentou que “o trabalho daqui para frente é enorme” e que “nisso não se pode tirar férias”.
“Quando se fala de estupro, por exemplo, estamos propondo endurecer as penas aos estupradores, melhorar e agilizar os procedimentos para atenção às vítimas. Por outro lado, atender as mulheres com gestações em crise, através de nossas organizações como Casa da Vida, onde lhes dão atenção médica durante a gravidez, o parto e o primeiro ano de vida da criança; atenção psicológica se for necessária e acompanhamento para seguir em frente com seu bebê”, foram as propostas de Crespo, ao falar do que o movimento pró-vida deve fazer.
“Há muito trabalho a ser feito e cada vez há mais consciência do apoio que se requer”, afirmou.
Mieles, por sua vez, disse que o resultado na Assembleia Nacional “representa sim o clamor popular, porque 85% dos equatorianos é contra o aborto”.
Sobre o futuro, explicou que realizarão nas redes sociais uma campanha de agradecimento dirigida aos membros da Assembleia pró-vida para trabalhar com eles em conjunto, promovendo leis contra a violência contra a mulher e em favor das mães com gravidez não esperada.
Por sua parte, Dom Espinoza disse que “não se deve cair no triunfalismo, porque isso continua, temos que seguir trabalhando com maior força para fazer valer a vida”.
“Temos que ser essa Igreja que sai para defender e proclamar a vida”, concluiu.
No dia 17 de setembro, no marco do debate das reformas do Código Orgânico Integral Penal (COIP) do Equador, o parlamento rejeitou a despenalização do aborto para casos de estupro, incesto, inseminação não consentida e malformação do bebê no ventre materno.
A Assembleia Nacional anunciou que o projeto legislativo só recebeu apoio de 65 votos e para sua aprovação requeria 70.
Em uma entrevista concedida ao Grupo ACI, uma das organizadoras da Frente Nacional pela Família do Equador, Sonia Maria Crespo, explicou que a vitória pró-vida se deu em um contexto no qual muitos congressistas “não estavam seguros nem definidos em seu voto”, enquanto outros “não tinham claro o alcance da reforma, porque o debate tinha se centrado em apenas uma causa – aborto por estupro – quando na verdade existiam mais três”.
“No caso de patologia podia se praticar o aborto durante os 9 meses, em caso de estupro, até a 14ª semana”, disse Crespo, que também é diretora da Fundação Família e Futuro.
Em seguida, explicou que o que conseguiu convencer os congressistas indecisos foi “conhecer todos estes detalhes que no debate não foram abordados com transparência nem honestidade”.
“A imprensa também acentuou o debate apenas no ‘aborto por estupro’. Finalmente, viu-se uma clara tentativa de manipular através do sentimento de compaixão para com a mulher estuprada. Cabe dizer que, no Equador, não existe nenhuma mulher presa por aborto por estupro”, detalhou.
Sobre a estratégia de Frente Nacional pela Família, Crespo disse que aproveitaram a tentativa de “manipulação” para “dar passos certeiros”.
“Os grupos pró-vida e família se uniram em torno de um plano de trabalho que foi seguido minuciosamente e que deu seu resultado. Os membros da Assembleia que se identificaram com a defesa da vida humana abordaram os legisladores indecisos. A pressão dos jovens que se organizaram em redes sociais ajudou muito para fazer chegar a mensagem”, contou a diretora.
Crespo destacou que a efetividade dos grupos pró-vida se explica como “a combinação de muitas ações juntas e a capitalização de todos os recursos disponíveis”.
Trabalho de redes sociais
Ivonne Mieles, que trabalha como assessora legislativa e também dirige a plataforma Equador Pró-Vida – que lidera as campanhas digitais do país –, disse que, apesar da pressão internacional para aprovar o aborto, as campanhas e orações conseguiram “o milagre” que levou à vitória.“Nós fizemos uma campanha que abarcou muito tempo, mas esta última semana se incrementou a pressão nas redes sociais com hashtags como #VotoProvida2021, #ConAbortoNoTeVoto ou #TeEstoyViendo, indicando aos membros da assembleia que estávamos vento o que faziam e que, se não votassem a favor da vida, então não votaríamos neles em 2021”, explicou Mieles.
Depois, disse que Equador Pró-Vida não trabalhou sozinho, mas com um “exército digital de pessoas de todo o Equador”, com a Frente Jovem Equador, Rede Família Guayaquil, Quiteños Pró-Vida, entre outros.
Também contou com o apoio latino-americano – prosseguiu Mieles –, como o da Onda Celeste da Argentina e líderes pró-vida.
Apoio da Igreja Católica
Em declarações à imprensa imediatamente após a votação na Assembleia Nacional, Dom Alfredo Espinoza Mateus, Arcebispo de Quito e Primaz do Equador, disse que a vida havia triunfado e que o “Equador é um país que é a favor da vida e não a favor do aborto”.“Não vou negar nunca o trauma que padece uma mulher que foi estuprada, mas a solução não é nunca o aborto, a morte de outro. A Igreja conta com mecanismos de ajuda para quem sofre este tipo de agressão, por isso nossas palavras não são palavras vazias, (...) e o Estado também pode gerar verdadeiras políticas públicas que lhes respaldem”, indicou.
O Prelado expôs à Rádio Maria que a Arquidiocese de Quito conta com diversos programas em apoio a mulher, “entre eles ‘SOS Mamá’, que ajuda precisamente mulheres que sofreram estupro, mulheres agredidas, mulheres colocadas para fora de suas casas porque estão grávidas”.
“No país, nestes últimos anos, calculamos 16 jurisdições que fazem um trabalho a favor da vida e salvaram com estes programas a vida d 20 mil crianças que iam ser abortadas”, assegurou.
Sobre o trabalho da Igreja Católica para que não fosse aprovada esta lei de despenalização do aborto, confessou que foi feito “um trabalho de formiga”.
“É um trabalho unido e movendo a consciência dos legisladores, fazendo jornadas de vigílias e oração que reuniram milhares de fiéis (...). Confiamos na oração, essa foi nossa força”, disse.
Defesa pró-vida no futuro do Equador
Sonia María Crespo, da Frente Nacional pela Família, disse que a Assembleia Nacional “ratificou com seu voto a proteção da vida desde a concepção decidida pela população equatoriana na Constituição, artigo 45”.“Nenhum poder do Estado, legislativo, executivo ou judiciário, está acima da Constituição. Ao contrário, devem protegê-la dos vaivéns políticos”, assegurou.
Além disso, afirmou que “as mulheres estupradas não devem ser usadas por quem só quer legalizar o aborto” e que “o Estado deva trabalhar frequentemente para evitar os estupros, e se lamentavelmente acontecem, apoiar essas mulheres de forma integral”.
“O aborto não soluciona o problema do estupro, mas revitimiza a mulher”, ressaltou.
Ao final da entrevista, sustentou que “o trabalho daqui para frente é enorme” e que “nisso não se pode tirar férias”.
“Quando se fala de estupro, por exemplo, estamos propondo endurecer as penas aos estupradores, melhorar e agilizar os procedimentos para atenção às vítimas. Por outro lado, atender as mulheres com gestações em crise, através de nossas organizações como Casa da Vida, onde lhes dão atenção médica durante a gravidez, o parto e o primeiro ano de vida da criança; atenção psicológica se for necessária e acompanhamento para seguir em frente com seu bebê”, foram as propostas de Crespo, ao falar do que o movimento pró-vida deve fazer.
“Há muito trabalho a ser feito e cada vez há mais consciência do apoio que se requer”, afirmou.
Mieles, por sua vez, disse que o resultado na Assembleia Nacional “representa sim o clamor popular, porque 85% dos equatorianos é contra o aborto”.
Sobre o futuro, explicou que realizarão nas redes sociais uma campanha de agradecimento dirigida aos membros da Assembleia pró-vida para trabalhar com eles em conjunto, promovendo leis contra a violência contra a mulher e em favor das mães com gravidez não esperada.
Por sua parte, Dom Espinoza disse que “não se deve cair no triunfalismo, porque isso continua, temos que seguir trabalhando com maior força para fazer valer a vida”.
“Temos que ser essa Igreja que sai para defender e proclamar a vida”, concluiu.
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