Cardeal Raymond Burke, por ocasião de sua visita à sede do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, na capital paulista, em 20-6-2017 [Foto PRC] |
Caros Amigos,
Há algum tempo, estamos em combate contra a
disseminação do coronavírus, o COVID-19. Tudo o que podemos dizer — e
uma das dificuldades do combate é que ainda não se sabe muito sobre a
peste —, é que a batalha deverá continuar por algum tempo. O vírus
envolvido é particularmente insidioso, pois possui um período de
incubação relativamente longo — alguns dizem 14 dias e outros 20 — e é
altamente contagioso, muito mais contagioso do que outros vírus que
conhecemos.
Um dos principais meios naturais de nos defendermos contra o
coronavírus é evitar qualquer contato próximo com os outros. É
importante, de fato, mantermos sempre uma distância — dizem alguns que
de um metro, outros que de quase dois — afastados um do outro e, é
claro, evitar reuniões de grupo, ou seja, reuniões nas quais várias
pessoas estejam próximas umas das outras. Além disso, como o vírus é
transmitido por pequenas gotículas emitidas quando alguém espirra ou
assoa o nariz, é essencial lavar frequentemente as mãos com sabão
desinfetante e água morna por pelo menos 20 segundos, bem como lavar e
limpar as mãos com produtos e toaletes desinfetadas. É igualmente
importante desinfetar mesas, cadeiras, bancadas etc., nas quais essas
gotículas possam ter pousado e a partir das quais elas são capazes de
transmitir o contágio por algum tempo. Se espirrarmos ou assoarmos o
nariz, somos aconselhados a usar um lenço facial de papel, descartá-lo
imediatamente e depois lavar as mãos. Naturalmente, aqueles que estão
diagnosticados com o coronavírus devem ficar em quarentena, e aqueles
que não estão se sentindo bem, mesmo que não tenha sido detectado neles o
coronavírus, devem, por caridade para com os outros, permanecer em
casa, até que estejam se sentindo melhor.
Residindo na
Itália, onde a disseminação do coronavírus tem sido particularmente letal, de
modo especial para os idosos e para aqueles que já estão em um estado de saúde
delicado, edifica-me o grande cuidado que os italianos estão tomando para se
protegerem e aos outros do contágio. Como os senhores já devem ter lido, o
sistema de saúde na Itália está sendo duramente posto à prova em sua tentativa
de fornecer a necessária hospitalização e tratamento intensivo aos mais
vulneráveis. Por favor, rezem pelo povo italiano, especialmente por aqueles
para os quais o coronavírus pode ser fatal, bem como pelos responsáveis por
seus cuidados. Como cidadão norte-americano, acompanho a situação da
disseminação do coronavírus em minha terra natal e sei que aqueles que vivem
nos Estados Unidos estão cada vez mais preocupados em impedir sua disseminação,
para que uma situação como essa da Itália não se repita lá.
Toda a situação
certamente nos induz a uma profunda tristeza, e também ao medo. Ninguém deseja
contrair a doença provocada pelo vírus, nem que alguém a contraia.
Especialmente, não queremos que nem nossos amados idosos, nem outras pessoas frágeis
sejam colocados em risco de morte pela disseminação do vírus. Para combater sua
propagação, estamos todos em uma espécie de retiro espiritual forçado,
confinados em quartos e incapazes de demonstrar os usuais sinais de afeto à
família e aos amigos. Para os que estão em quarentena, o isolamento é claramente
ainda mais severo, não sendo possível manter contato com ninguém, nem mesmo à
distância.
Se a própria
doença associada ao vírus não fosse suficiente para nos preocupar, não podemos
ignorar a devastação econômica que a propagação do vírus causou, com seus
efeitos graves sobre pessoas e famílias, como também sobre aqueles que nos
servem de muitas maneiras em nossa vida cotidiana. Naturalmente, nossas cogitações
não podem deixar de incluir a possibilidade de uma devastação ainda maior para a
população de nossas pátrias e, de fato, do mundo.
Certamente, agimos
bem aprendendo e empregando todos os meios naturais para nos defendermos do
contágio. É um ato fundamental de caridade usar todos os meios prudentes para
evitar contrair ou espalhar o coronavírus. Os meios naturais de impedir a sua
propagação devem, no entanto, respeitar o que necessitamos para viver, por
exemplo, o acesso a alimentos, água e medicamentos. O Estado, ao impor
restrições cada vez maiores ao movimento dos indivíduos, prevê, no entanto, que
eles possam ir ao supermercado e à farmácia, observando as precauções de
distanciamento social e de uso de desinfetantes por parte de todos os
envolvidos.
Ao ponderar o necessário
para viver, não devemos nos esquecer de que nossa primeira consideração é o nosso
relacionamento com Deus. Recordamos as palavras de Nosso Senhor no Evangelho de
São João: “Se alguém me ama, guardará a
minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa
morada” (14,23). Cristo é o Senhor
da natureza e da História. Ele não está distante e desinteressado de nós e do
mundo. Ele nos prometeu: “Eis que estou
convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20). Ao combater o mal
do coronavírus, nossa arma mais eficaz é, portanto, nosso relacionamento com Jesus
Cristo Nosso Senhor através da oração e da penitência, de devoções particulares
e da Sagrada Liturgia. Voltemo-nos para Cristo, a fim de que nos liberte da
peste e de todo dano, e nunca Ele deixará de responder com amor puro e
desinteressado. É por isso que é essencial para nós, a todo o momento e
principalmente em tempos de crise, ter acesso às nossas igrejas e capelas, aos
Sacramentos, às devoções e orações públicas.
Assim como
podemos comprar alimentos e remédios, tomando o cuidado de não espalhar o
coronavírus ao fazê-lo, assim também devemos poder rezar em nossas igrejas e
capelas, receber os Sacramentos e participar de atos de oração e devoção
pública, para que reconheçamos a proximidade de Deus conosco e permaneçamos
próximos d’Ele, solicitando piedosamente Sua ajuda, sem a qual estamos
realmente perdidos. No passado, em tempos de peste, os fiéis se reuniam em
fervorosa oração e participavam de procissões. De fato, no Missal Romano,
promulgado pelo Papa S.S. João XXIII em 1962, há textos especiais para a Santa
Missa a ser oferecida em tempos de pestilência — a Missa Votiva pela Libertação
da Morte em Tempo de Pestilência (Missae
Votivae ad Diversa 23). Da mesma forma, na tradicional Ladainha dos Santos,
rezamos: “Da praga, da fome e da guerra,
ó Senhor, livrai-nos”.
Muitas vezes, quando nos encontramos em grande sofrimento e mesmo
enfrentando a morte, perguntamos: “Onde está Deus?” Mas a verdadeira
questão é: “Onde estamos nós?” Em outras palavras, Deus está certamente
conosco para nos ajudar e salvar, especialmente no momento de severas
provações ou da morte, mas muitas vezes estamos longe d’Ele por causa de
nossa incapacidade de reconhecer nossa total dependência d’Ele e,
portanto, de rezar diariamente a Ele e de Lhe tributar a nossa adoração.
Nestes dias,
ouvi muitos católicos devotos dizerem que estão profundamente tristes e
desencorajados por não poderem rezar e adorar em suas igrejas e capelas. Eles
entendem a necessidade de observar a distância social e de seguir as outras
precauções, e respeitarão essas práticas prudentes, que podem facilmente serem
feitas em seus locais de culto. Mas, muitas vezes, eles têm de aceitar o
profundo sofrimento de terem suas igrejas e capelas fechadas, e de não terem
acesso à Confissão e à Santíssima Eucaristia.
Sob a mesma
ótica, uma pessoa de fé não pode analisar a atual calamidade em que nos
encontramos sem considerar também o quanto a cultura de nosso povo está
distante de Deus. Ela não é apenas indiferente à Sua presença em nosso meio,
mas abertamente rebelde em relação a Ele e à boa ordem com que Ele nos criou e
nos sustenta no ser. Basta pensar nos ataques violentos e diários à vida
humana, masculina e feminina, que Deus fez à Sua própria imagem e semelhança (Gn
1, 27), nos ataques aos nascituros inocentes e indefesos e àqueles que têm o
primeiro título aos nossos cuidados, ou seja, aqueles que estão muito
sobrecarregados com doenças graves, anos avançados ou necessidades especiais.
Somos testemunhas diárias da propagação da violência em uma cultura que não
respeita a vida humana.
Da mesma forma, basta
pensar no ataque generalizado à integridade da sexualidade humana, ou seja, a
nossa identidade como homem ou mulher, com a pretensão de definir,
arbitrariamente e a miúde recorrendo a uma mutilação, uma identidade sexual
diferente daquela que nos foi dada por Deus. Com uma preocupação ainda maior,
testemunhamos o efeito devastador sobre indivíduos e famílias da chamada “teoria
de gênero”.
Também
testemunhamos, mesmo dentro da Igreja, um paganismo que adora a natureza e a terra.
Existem pessoas na Igreja que se referem à terra como nossa mãe, como se
viéssemos da terra e a terra
fosse a nossa salvação. Mas viemos das mãos de Deus, Criador do Céu e da terra.
Somente em Deus encontramos a salvação. Rezamos nas palavras divinamente
inspiradas do salmista: “Só [Deus] é meu
rochedo e minha salvação; minha fortaleza: jamais vacilarei” (Sl 62 [61],
6). Vemos como a própria vida de fé se tornou cada vez mais secularizada e,
portanto, relativizou a Realeza de Cristo, o Verbo de Deus encarnado, Rei do
Céu e da terra. Testemunhamos tantos outros males que derivam da idolatria, do
culto a nós mesmos e ao nosso mundo, em vez de adorar a Deus, fonte de todo
ser. Tristemente vemos em nós mesmos a verdade das palavras inspiradas de São
Paulo sobre “a impiedade e perversidade
dos homens, que pela injustiça aprisionam a verdade”: eles “trocaram a verdade de Deus pela mentira, e
adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos.
Amém!” (Rm 1, 18 e 25).
Muitos com quem
estou em contato, refletindo sobre a atual crise sanitária mundial e
todos os
seus efeitos conexos, expressaram-me a esperança de que ela nos leve —
como indivíduos e famílias e como sociedade — a reformar nossas vidas,
a nos voltarmos para Deus, que certamente está perto de nós e que é
imensurável
e incessante em Sua misericórdia e amor para conosco. Não há dúvida de
que
grandes males como a peste são um efeito do pecado original e de nossos
pecados
atuais. Deus, em Sua justiça, deve reparar a desordem que o pecado
introduz em
nossas vidas e em nosso mundo. De fato, Ele cumpre as exigências da
justiça com
Sua superabundante misericórdia.
Deus não nos
deixou no caos e na morte que o pecado introduziu no mundo, mas enviou Seu
Filho unigênito, Jesus Cristo, para sofrer, morrer, ressuscitar dos mortos e
subir glorioso à Sua direita, a fim de permanecer conosco sempre,
purificando-nos do pecado e inflamando-nos com o Seu amor. Em Sua justiça, Deus
reconhece nossos pecados e a necessidade de sua reparação, enquanto em Sua
misericórdia Ele derrama sobre nós a graça para que possamos nos arrepender e fazer
reparação. O Profeta Jeremias orou: “Senhor!
Conhecemos nossa malícia e a iniquidade de nossos pais. Bem sabemos que pecamos
contra vós”; mas em seguida continuou sua súplica: “Pela honra, porém, de vosso nome, não nos abandoneis, nem desonreis o
vosso trono de glória. Lembrai-vos! E não rompais o pacto que conosco firmastes”
(Jr 14, 20-21).
Deus nunca vira
as costas para nós; Ele nunca romperá Sua aliança de amor fiel e duradouro
conosco, mesmo que sejamos tão frequentemente indiferentes, frios e infiéis. À
medida que o presente sofrimento nos revela tanta indiferença, frieza e
infidelidade de nossa parte, nós somos chamados a nos voltarmos para Deus e
implorar a Sua misericórdia. Estamos confiantes de que Ele nos ouvirá e nos
abençoará com Seus dons de misericórdia, perdão e paz. Juntamos nossos
sofrimentos à Paixão e Morte de Cristo e, como diz São Paulo: “O que falta às tribulações de Cristo,
completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja” (Col 1, 24). Vivendo
em Cristo, conhecemos quão verdadeira é a nossa oração bíblica: “Vem do Senhor a salvação dos justos, que é
seu refúgio no tempo da provação” (Sl
37 [36], 39). Em Cristo, Deus nos manifestou plenamente a verdade expressa na
oração do salmista: “A bondade e a
fidelidade outra vez se irão unir, a justiça e a paz de novo se darão as mãos”
(Sl 85 [84], 11).
Em nossa cultura
totalmente secularizada, há uma tendência de ver a oração, os atos de devoção e
o culto como outra atividade qualquer, como por exemplo, ir ao cinema ou a um
jogo de futebol, o que não é essencial e, portanto, pode ser cancelado com o
fim de tomar precauções para conter a propagação de um contágio mortal. Mas a
oração, os atos de devoção e o culto, e acima de tudo a Confissão e a Santa
Missa são essenciais para permanecermos saudáveis e fortes espiritualmente, e
para buscarmos a ajuda de Deus em um momento de grande perigo para todos.
Portanto, não podemos simplesmente aceitar as determinações de governos civis,
que tratariam o culto a Deus da mesma maneira que ir a um restaurante ou a uma
competição atlética. Caso contrário, as pessoas que já sofrem tanto com os efeitos
da peste serão privadas desses encontros efetivos com Deus, que está em nosso
meio para restaurar a saúde e a paz.
Nós, bispos e sacerdotes, precisamos reivindicar publicamente a
necessidade para os católicos de orar e render culto em suas igrejas e
capelas, e seguir em procissão pelas ruas e caminhos, pedindo a bênção
de Deus para Seu povo que sofre tão intensamente. Precisamos insistir em
que os regulamentos do Estado, e para o próprio bem do Estado,
reconheçam a devida importância dos locais de culto, especialmente em
tempos de crise nacional e internacional. No passado, de fato, os
governos entendiam, acima de tudo, a importância da fé, da oração e do
culto do povo para vencer uma pestilência.
Mesmo que
tenhamos encontrado uma maneira de nos suprir de alimentos, remédios e outras
necessidades durante um período de contágio, sem arriscar irresponsavelmente a
propagação do mesmo, devemos também encontrar uma maneira de suprir as
necessidades da nossa vida espiritual. Devemos poder oferecer mais
oportunidades para a Santa Missa e devoções das quais vários fiéis possam
participar sem violar as precauções necessárias para a não propagação do
contágio. Muitas de nossas igrejas e capelas são muito grandes. Eles permitem
que um grupo de fiéis se reúna para rezar e adorar sem violar os requisitos de
“distância social”. O confessionário com a tela tradicional é geralmente equipado
com um véu fino, e se não houver poderá facilmente ser colocado, o qual pode
ser tratado com desinfetante, para que o acesso ao Sacramento da Confissão seja
possível sem grandes dificuldades nem o risco de transmissão do vírus. Se uma
igreja ou capela não possui uma equipe suficientemente grande para desinfetar
regularmente os bancos e outras superfícies, não tenho dúvida de que os fiéis,
em gratidão pelos dons da Santa Eucaristia, Confissão e devoção pública, de bom
grado ajudarão.
Ainda que, por
qualquer motivo, não possamos ter acesso às nossas igrejas e capelas, devemos lembrar
que nossos lares são uma extensão de nossa paróquia, uma pequena igreja para a
qual trazemos Cristo após nosso encontro com Ele na igreja maior. Que nosso
lar, durante esse período de crise, reflita a verdade de que Cristo é o
convidado de todo lar cristão. Vamos nos voltar para Ele através da oração,
especialmente o Rosário, e outras devoções. Se a imagem do Sagrado Coração de
Jesus, juntamente com a imagem do Imaculado Coração de Maria, ainda não estiver
entronizada em nossa casa, agora seria a hora de fazê-lo. O lugar da imagem do
Sagrado Coração é para nós um pequeno altar em casa, junto ao qual nós nos
reunimos cônscios da presença de Cristo dentro de nós pela infusão do Espírito
Santo em nossos corações, e colocamos nossos corações muitas vezes pobres e
pecaminosos no Seu glorioso Coração trespassado — sempre aberto para nos receber, curar nossos pecados e nos encher de
amor divino. Se desejarem entronizar a imagem do Sagrado Coração de Jesus, recomendo-lhes
o manual A entronização do Sagrado
Coração de Jesus, disponível através do Apostolado Mariano de Catequistas. Também
está disponível nas traduções para o polonês e o eslovaco.
Para aqueles que
não podem ter acesso à Santa Missa e à Sagrada Comunhão, recomendo a prática
devota da Comunhão Espiritual. Quando estamos corretamente dispostos a receber
a Santa Comunhão, isto é, quando estamos em estado de graça e não temos
consciência de nenhum pecado mortal cometido e pelo qual ainda não fomos perdoados
no Sacramento da Penitência, e desejamos receber Nosso Senhor na Santa
Comunhão, mas somos incapazes de fazê-lo, unamo-nos espiritualmente ao Santo
Sacrifício da Missa, rezando a Nosso Senhor Eucarístico nas palavras de Santo
Afonso Ligório: “Como agora não posso Vos
receber sacramentalmente, vinde espiritualmente ao meu coração”. A Comunhão
Espiritual é uma bela expressão de amor a Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento
enão deixará de nos atrair abundantes graças.
Ao mesmo tempo, se
estivermos conscientes de ter cometido um pecado mortal e formos incapazes de
ter acesso ao Sacramento da Penitência ou Confissão, a Igreja nos convida a
fazer um ato de perfeita contrição, isto é, de pesar pelo pecado “quando procedente do amor de Deus, amado sobre
todas as coisas”. Um ato de perfeita contrição “obtém o perdão dos pecados
mortais, se incluir o propósito firme de recorrer, logo que possível, à
confissão sacramental” (Catecismo da Igreja Católica, nº 1452). Um ato de
contrição perfeita dispõe nossa alma para a Comunhão Espiritual.
Finalmente, fé e
razão, como sempre fazem, trabalham juntas para fornecer a solução justa e
correta para um desafio difícil. Devemos usar a razão, inspirada pela fé, para
encontrar a maneira correta de lidar com uma pandemia mortal. Ela deve dar
prioridade à oração, à devoção e ao culto, à invocação da misericórdia de Deus
sobre Seu povo que sofre tanto e está em perigo de morte. Feitos à imagem e
semelhança de Deus, desfrutamos dos dons do intelecto e do livre arbítrio.
Usando esses dons dados por Deus, unidos aos dons também dados por Deus, de Fé,
Esperança e Caridade, encontraremos nosso caminho neste momento de provação universal,
causa de tanta tristeza e medo.
Podemos contar
com a ajuda e a intercessão do grande exército de nossos amigos celestiais, aos
quais estamos intimamente unidos na Comunhão dos Santos. A Virgem Mãe de Deus,
os Santos Arcanjos e Anjos da Guarda, São José, Verdadeiro Esposo da Virgem
Maria e Padroeiro da Igreja Universal, São Roque, a quem invocamos em tempos de
epidemia, e os outros santos e bem-aventurados, a quem nos voltamos
regularmente em oração, estão ao nosso lado. Eles nos guiam e constantemente
nos asseguram que Deus jamais deixará de ouvir nossa oração; Ele responderá com
Sua misericórdia e amor incomensuráveis e incessantes.
Caros amigos, eu
lhes ofereço essas poucas reflexões profundamente consciente de quanto estão
sofrendo por causa da pandemia do coronavírus. Espero que elas possam ajudá-los.
Sobretudo, que os inspirem a se voltarem para Deus em oração e atos de culto,
cada qual de acordo com suas possibilidades, para poder assim experimentar Seu
remédio e Sua paz. A estas reflexões junto a promessa da minha lembrança diária
de suas intenções em minha oração e penitência, especialmente no oferecimento do
Santo Sacrifício da Missa.
Peço que, por
favor, se lembrem de mim em suas orações diárias.
Seus, no Sagrado Coração de Jesus, no Imaculado Coração de Maria e no Coração puríssimo de São José,
Raymond Leo Cardinal BURKE
21 de março de 2020
Festa de São Bento Abade
.Fonte - abim
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