Exercício da janela da alma: quando a depressão afeta a família e a dimensão espiritual da pessoa é negligenciada
Por Orfa Astorga
Roberto hoje trata sua depressão. Mas como manifestação desse problema,
ele passou muito tempo evitando se envolver em projetos e iniciativas
familiares.
Sua falta de entusiasmo e interesse era justificada pelo argumento de
que ele não tinha tempo ou estava cansado. Em casa, ele não escondia o
rosto de tédio, aborrecimento e uma seriedade incompreensível que a
família tinha de suportar.
“Acontece que eu sofro de depressão”, reconhece hoje, “mas agora com os medicamentos que estou tomando e a ajuda psicológica, tenho certeza de que em breve estarei melhor.”
Certamente, a princípio ele estava deprimido, com ideias inconsistentes e a auto-estima baixíssima. Mais à medida que progredia em seu tratamento, seu comportamento mudou, tornando-se calmo e autoconfiante.
Em um determinado momento, ele percebeu que durante toda a sua vida tinha lutado contra a depressão, mesmo sem saber.
Assim, ele passou a valorizar seus êxitos, mas insistia em deixar a família de lado.
Suas conversas giravam em torno do quanto ele havia conseguido: seus estudos, sua experiência de vida e trabalho, isso e aquilo… Era evidente que, em sua escala de valores, os afetos da família não estavam conscientemente em primeiro plano.
Pouco a pouco, ele foi reconhecendo que havia uma certa falta de humildade nele.
Então, expliquei-lhe que ele estava acometido por uma doença do espírito, o que seria um obstáculo para superar definitivamente o seu problema.
– Acontece que você não começou a olhar pela janela da sua alma e, por isso, proponho um exercício de imaginação – afirmei.
– Tudo bem, então vamos em frente – ele me respondeu com certa ironia.
Então eu lhe pedi que fizesse uma interpretação dessa imagem a partir da perspectiva de sua doença e de sua situação familiar, sendo muito honesto consigo mesmo.
Deixei-o sozinho por alguns instantes, e depois retornei.
– O seu amor também é real – eu lhe disse.
– Sim, é verdade – ele respondeu, balançando a cabeça tristemente –. Mas com relação a isso e aos problemas que tenho causado, os especialistas me dizem que, de certa forma, não sou culpado pelo meu comportamento.
“Acontece que eu sofro de depressão”, reconhece hoje, “mas agora com os medicamentos que estou tomando e a ajuda psicológica, tenho certeza de que em breve estarei melhor.”
Certamente, a princípio ele estava deprimido, com ideias inconsistentes e a auto-estima baixíssima. Mais à medida que progredia em seu tratamento, seu comportamento mudou, tornando-se calmo e autoconfiante.
Em um determinado momento, ele percebeu que durante toda a sua vida tinha lutado contra a depressão, mesmo sem saber.
Assim, ele passou a valorizar seus êxitos, mas insistia em deixar a família de lado.
Suas conversas giravam em torno do quanto ele havia conseguido: seus estudos, sua experiência de vida e trabalho, isso e aquilo… Era evidente que, em sua escala de valores, os afetos da família não estavam conscientemente em primeiro plano.
Pouco a pouco, ele foi reconhecendo que havia uma certa falta de humildade nele.
Então, expliquei-lhe que ele estava acometido por uma doença do espírito, o que seria um obstáculo para superar definitivamente o seu problema.
Não convencido, nossa conversa continuou assim:
– Doença do espírito? Eu realmente não esperava isso! – ele me disse.– Acontece que você não começou a olhar pela janela da sua alma e, por isso, proponho um exercício de imaginação – afirmei.
– Tudo bem, então vamos em frente – ele me respondeu com certa ironia.
Eu lhe disse:
– Feche os olhos. Agora imagine-se trancado em uma sala em uma escuridão impenetrável. De repente, você abre uma janela através da qual entra uma luz que ilumina seu coração e você consegue ver com grande clareza que sua esposa e filhos o amam, que você é a coisa mais importante na vida deles e que sua própria felicidade depende da deles.Então eu lhe pedi que fizesse uma interpretação dessa imagem a partir da perspectiva de sua doença e de sua situação familiar, sendo muito honesto consigo mesmo.
Deixei-o sozinho por alguns instantes, e depois retornei.
Ele me disse:
– Consigo ver claramente o que você indica e entendo que o quarto escuro se refere à minha depressão. Essa escuridão é causada pela minha doença, o que é algo muito real.– O seu amor também é real – eu lhe disse.
– Sim, é verdade – ele respondeu, balançando a cabeça tristemente –. Mas com relação a isso e aos problemas que tenho causado, os especialistas me dizem que, de certa forma, não sou culpado pelo meu comportamento.
Eu lhe disse:
– Não se trata de se sentir culpado, mas de se sentir responsável. Trata-se de descobrir por si mesmo que a solução definitiva não virá de lidar apenas com o orgânico e o mental. Ou seja, confiar apenas na ciência ou na sua vontade. Também é necessária a humildade para esvaziar seu coração de tantas ideias sobre si mesmo, preenchê-lo com a bela realidade do amor de Deus e dos outros e, assim, tirar proveito das energias que podem fluir disso. É por isso que proponho que você olhe pela janela da alma todos os dias, para deixar seu coração se iluminar, de forma que sua inteligência, sua vontade e seu espírito possam unir forças para fazer mudanças verdadeiramente significativas em sua vida, as quais o levarão a não complicar sua existência recaindo na doença.As mudanças necessárias são:
- Colocar em primeiro lugar sua relação com Deus, para que seja Ele a ajudá-lo a ordenar todo o resto.
- Colocar logo em seguida ao lado de Deus a sua família, para aumentar a qualidade de seu amor por ela.
- Focar em seu trabalho como marco de sua personalidade e meio de subsistência.
Fonte - aleteia
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