terça-feira, 20 de julho de 2021

Os bispos da Costa Rica proíbem a Missa Tradicional em todo o país

"Nenhum sacerdote está autorizado a continuar celebrando de acordo com a antiga liturgia." Também proíbem as orações, vestes ou ritos típicos da liturgia anterior.

Missa Tradicional da Costa Rica

 

Ontem soubemos como um bispo de Porto Rico foi além do Motu Proprio de Francisco, pelo qual revogou o Summorum Pontificum de Bento XVI e decretou a proibição da Missa Tradicional em sua diocese, a de Mayagüez. Hoje, todo um país seguiu esse caminho: a Costa Rica.

A Conferência Episcopal da Costa Rica divulgou um comunicado por meio do Facebook, assinado pelo presidente, o vice-presidente e o secretário geral do episcopado, proibindo a celebração da Missa Tradicional.

“Nestes dois documentos se percebe a eclesiologia mais apurada”, escrevem os prelados referindo-se ao Motu Proprio 'Traditionis Custodes' e à carta aos bispos que o acompanha. “Não é apenas lembrado que“ os tutores da tradição, os bispos, em comunhão com o Bispo de Roma, constituem o "princípio visível e o fundamento da unidade nas suas Igrejas particulares”, mas os mesmos textos foram escritos nessa lógica de comunhão. "O que o Romano Pontífice publicou é o resultado de um processo sinodal do qual também participou nossa Conferência Episcopal da Costa Rica”, explicam os bispos costarriquenhos.

“De fato, este é um assunto que há muito tempo ocupa a atenção dos Bispos da Conferência Episcopal da Costa Rica. Tem se refletido em nível diocesano, onde cada um de nós fez seu próprio discernimento ouvindo as diferentes vozes e inquietações que foram apresentadas. Mas também o tratamos de forma colegial, inclusive abrindo nossas considerações às instâncias da comunhão universal da Igreja”, continuam.

“Corroboramos que na Conferência Episcopal da Costa Rica surgiram as circunstâncias que levaram o Papa Francisco a intervir nesta questão”, afirmam, citando o seguinte trecho do motu proprio:

(…) A intenção pastoral dos meus predecessores, que procuraram «envidar todos os esforços para que todos aqueles que verdadeiramente desejam a unidade possam permanecer nesta unidade ou reencontrá-la» [12], foi muitas vezes severamente ignorado. Uma oportunidade oferecida por São João Paulo II e ainda mais magnanimamente por Bento XVI para restaurar a unidade do corpo eclesial, respeitando as várias sensibilidades litúrgicas, tem sido aproveitada para aumentar distâncias, endurecer diferenças e construir oposições que ferem a Igreja e a impedem progresso, expondo-a ao risco de divisão.

Como resultado do "discernimento pastoral" que realizaram "em comunhão com muitos outros fiéis," os bispos da Costa Rica estão convencidos "de que não há justificativa objetiva para usar a liturgia antes da reforma de 1970 entre nós".

“Aqueles que mostram afinidade com as formas antigas nem sempre expressam sua avaliação da“ validade e legitimidade da reforma litúrgica, dos ditames do "Concílio Vaticano II e do Magistério dos Sumos Pontífices”, dizem eles, citando Traditionis. Custódios.

“Com declarações às vezes discretas ou comentários diretamente ofensivos, eles questionam a“ santidade do novo rito ”(Summorum Pontificum). Não buscam a sinergia que daria validade teológico-pastoral às suas preferências rituais”, acrescentam os bispos.

“Como as normas anteriores, instruções, concessões e costumes são revogados,“ doravante não é autorizado o uso do Missale Romanum de 1962 ou qualquer outra expressão da liturgia anterior a 1970, decreto dos prelados costarriquenhos. Os bispos deixam claro "que nenhum sacerdote está autorizado a continuar celebrando de acordo com a antiga liturgia".

“De acordo com essas disposições,“ os novos padres são seminaristas formados. A sua formação deve estar claramente orientada para a avaliação e prática da liturgia repristinada pelo Concílio Vaticano II, que é «a única expressão da lex orandi do rito romano», assinalam.

“Além disso, a Conferência Episcopal da Costa Rica junta-se à dor e à reprovação que outrora foram expressas por Bento XVI e agora são reproduzidas pelo Papa Francisco: é necessário celebrar segundo as indicações dadas pelos diversos livros litúrgicos, para que o sagrado e caráter cúltico, a ausência do qual alguns afirmam com razão. É claro que a liturgia reformada pelo Concílio Vaticano II tem todas as condições para elevar o ser humano e fortalecer sua vida espiritual, respondendo de maneira equilibrada às autênticas necessidades antropológicas e culturais do orante de nosso tempo. Basta uma aplicação adequada das normas, diretrizes e possibilidades dos livros litúrgicos”, afirma o episcopado da Costa Rica.

“De modo particular, hoje devemos lembrar que nossa liturgia, celebrada segundo os livros promulgados pelos santos Paulo VI e João Paulo II, deve ser preservada de qualquer elemento proveniente de formas antigas. Em nossas celebrações, as orações, vestes ou ritos típicos da liturgia anterior à reforma de 1970 não devem ser introduzidos”, afirmam os prelados.

A Costa Rica torna-se assim o primeiro país a proibir a Missa Tradicional.

 

Fonte - infovaticana

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