Missa tradicional |
O papa Francisco disse que revogou a liberação da missa tradicional, anterior ao Concílio Vaticano II, feita por Bento XVI porque “uma coisa feita para ajudar pastoralmente a quem viveu a experiência anterior, foi se transformando em ideologia.” Em entrevista à rádio Cope da conferência episcopal espanhola, divulgada nesta quarta-feira 1º de setembro, Francisco disse que decidiu publicar o motu proprio Traditionis custodes.
“A história da Traditionis custodes é longa”, disse ele. Começou quando “são João Paulo II, e depois Bento, já mais claramente com a Summorum Pontificum”, abriram “essa possibilidade de celebrar com o missal de João XXIII, anterior ao de Paulo VI, que é o pós-conciliar”, para “aqueles que não se sentiam bem com a liturgia atual, os que tinham uma certa saudade... Eu achei isso uma das coisas pastorais mais belas e humanas de Bento, que é um homem de humanidade requintada. E foi assim que começou. Esse foi o motivo”.
Bento XVI dizia que, “passados três anos, havia que fazer uma avaliação. Fez-se a avaliação e parecia que tudo estava bem. E estava bem. Já passaram dez anos dessa avaliação até hoje, ou seja, treze desde a promulgação. E no ano passado vimos, com os responsáveis tanto do culto como da doutrina da fé, que convinha fazer outra avaliação, com todos os bispos do mundo. E foi feito. Levou o ano inteiro”, explicou Francisco.
Depois da avaliação, “o assunto foi estudado e, com base nisso, a inquietude que mais aparecia era que uma coisa feita para ajudar pastoralmente a quem viveu a experiência anterior, foi se transformando em ideologia. Ou seja, um assunto pastoral virou ideologia”.
“Então havia que reagir com regras claras. Regras claras que impusessem um limite àqueles que não tinham vivido aquela experiência. Porque parecia que estava na moda, em alguns lugares, que os jovens sacerdotes dissessem: ´ah, eu quero isso...`, e eles não sabem nem o latim, não entendem o que diz”, disse o papa.
Francisco considera que Traditionis custodes significa um “cuidado pastoral” necessário, que impõe “alguns limites, mas bons, como por exemplo, que a proclamação da Palavra seja em um idioma que todos entendam. Se não, é rir da Palavra de Deus, não é certo? São pequenos detalhes. Mas sim, o limite é muito claro. Depois desse motu proprio, um sacerdote que queira celebrar não está nas condições dos outros”, que o faziam “por saudades, por desejo, etecetera. E aí sim, tem que pedir permissão a Roma”.
Isso é “uma espécie de permissão para o ´birritualismo`, que somente é dada por Roma”, explicou o papa. Uma situação semelhante à de “um sacerdote que celebra em rito oriental e rito latino, é ´birritual`, mas com permissão de Roma”.
Francisco afirmou que “até hoje, os anteriores seguem. Estão um pouco mais ordenados. Além do mais, pedindo que haja um sacerdote que seja encarregado não só da liturgia, como também da vida espiritual dessa comunidade, não é certo? Se você ler bem a carta e ler bem o decreto, vai ver que é simplesmente um reordenamento, de uma forma construtiva, com cuidado pastoral, para evitar excessos”.
Fonte - acidigital
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